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Parem, escutem e olhem
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Parem, escutem e olhem
À medida que a execução orçamental progride, e não obstante os discursos de esperança, adensam-se as nuvens sobre as finanças e a economia portuguesas.
Atentemos no crescente número de entidades que desconfiam da capacidade de Portugal se manter no trilho do crescimento e da consolidação orçamental. Semana após semana aumentam os avisos e alertas de desvios. As metas eram ambiciosas e o otimismo contagiou uns tantos que esperavam pelo momento de regressar a um tempo mais desanuviado.
A despeito de tudo, anúncios e vontades, desejos e propostas, muitos desconfiaram da fartura imediata, mesmo e apesar de anos de contenção. E agora alarga-se, de forma progressiva, o leque dos que receiam o concretizar das suas piores reflexões.
Afinal o investimento travou há nove meses. Os projetos contiveram-se na torrente da insegurança política. O emprego não cresceu neste período, nem sequer o esperado emprego público, o que frustra desempregados e pressiona o sistema social de apoio. As exportações decrescem e o consumo privado interno não se alarga, contrariando o paradigma económico em que assentou a governação socialista.
Algo corre mal, mal de mais, porque os dados começam a desviar-se sucessivamente e a não bater certo entre previsões, estimativas, indicadores e certezas. “Previsões são apenas previsões”, proclama o primeiro-ministro António Costa.
Desaparecido em território nacional, ressurge pontualmente o ministro das Finanças Mário Centeno, saindo finalmente do seu castelo no terreiro do Paço, não dando mostras de admissão de qualquer culpa ou responsabilidade nos desvios, que começam a ser de tal modo evidentes que, manda a humildade democrática, se assuma a necessidade de uma mudança de rumo, mesmo dentro das linhas vermelhas da coligação das esquerdas. Até a esquerda parlamentar e governamental pode perder a sua arrogância e apregoada superioridade politica e assumir que erra…
O célebre Plano B, que era apenas um mero documento de trabalho, assume um crescente papel de protagonista num futuro muito próximo. A evidência e inevitabilidade de um orçamento retificativo depende apenas do quando e não da necessidade.
O crescimento económico estagna ou é insuficiente. A despesa pública não desce. A receita poderá crescer com novos ou reforçados impostos para consagrar os desvios no orçamento verificados até agora, apesar de ter apenas dois meses de vigência. E nem o Tribunal Constitucional, a envolvente internacional e as imposições europeias ou as críticas da oposição servem de desculpa para os lapsos, erros, desvios e enganos que a situação financeira se apronta a revestir.
Este Governo tem de parar para refletir e analisar com cuidado os indicadores – todos a apontar no mesmo sentido negativo –, escutar os conselhos e ver os sinais que a economia não dá, que os agentes reclamam e os resultados evidenciam. Corrigir alguma coisa enquanto é tempo. Pelo menos antes que lhe seja imposto o que nem poder nem oposição querem: a perda de capacidade nacional de decidir em matérias soberanas, como aconteceu nos últimos anos.
Parar quando está mal e corrigir não é uma atitude ideológica. Trata-se de uma atitude de bom senso perante as evidências. E não esperar pelos outros para alterar o inevitável evita imposições futuras e permite manter a responsabilidade pelos seus atos e decisões. Tenham coragem.
O autor escreve ao abrigo do novo acordo ortográfico.
00:05 h
António Rodrigues, Advogado
Económico
Atentemos no crescente número de entidades que desconfiam da capacidade de Portugal se manter no trilho do crescimento e da consolidação orçamental. Semana após semana aumentam os avisos e alertas de desvios. As metas eram ambiciosas e o otimismo contagiou uns tantos que esperavam pelo momento de regressar a um tempo mais desanuviado.
A despeito de tudo, anúncios e vontades, desejos e propostas, muitos desconfiaram da fartura imediata, mesmo e apesar de anos de contenção. E agora alarga-se, de forma progressiva, o leque dos que receiam o concretizar das suas piores reflexões.
Afinal o investimento travou há nove meses. Os projetos contiveram-se na torrente da insegurança política. O emprego não cresceu neste período, nem sequer o esperado emprego público, o que frustra desempregados e pressiona o sistema social de apoio. As exportações decrescem e o consumo privado interno não se alarga, contrariando o paradigma económico em que assentou a governação socialista.
Algo corre mal, mal de mais, porque os dados começam a desviar-se sucessivamente e a não bater certo entre previsões, estimativas, indicadores e certezas. “Previsões são apenas previsões”, proclama o primeiro-ministro António Costa.
Desaparecido em território nacional, ressurge pontualmente o ministro das Finanças Mário Centeno, saindo finalmente do seu castelo no terreiro do Paço, não dando mostras de admissão de qualquer culpa ou responsabilidade nos desvios, que começam a ser de tal modo evidentes que, manda a humildade democrática, se assuma a necessidade de uma mudança de rumo, mesmo dentro das linhas vermelhas da coligação das esquerdas. Até a esquerda parlamentar e governamental pode perder a sua arrogância e apregoada superioridade politica e assumir que erra…
O célebre Plano B, que era apenas um mero documento de trabalho, assume um crescente papel de protagonista num futuro muito próximo. A evidência e inevitabilidade de um orçamento retificativo depende apenas do quando e não da necessidade.
O crescimento económico estagna ou é insuficiente. A despesa pública não desce. A receita poderá crescer com novos ou reforçados impostos para consagrar os desvios no orçamento verificados até agora, apesar de ter apenas dois meses de vigência. E nem o Tribunal Constitucional, a envolvente internacional e as imposições europeias ou as críticas da oposição servem de desculpa para os lapsos, erros, desvios e enganos que a situação financeira se apronta a revestir.
Este Governo tem de parar para refletir e analisar com cuidado os indicadores – todos a apontar no mesmo sentido negativo –, escutar os conselhos e ver os sinais que a economia não dá, que os agentes reclamam e os resultados evidenciam. Corrigir alguma coisa enquanto é tempo. Pelo menos antes que lhe seja imposto o que nem poder nem oposição querem: a perda de capacidade nacional de decidir em matérias soberanas, como aconteceu nos últimos anos.
Parar quando está mal e corrigir não é uma atitude ideológica. Trata-se de uma atitude de bom senso perante as evidências. E não esperar pelos outros para alterar o inevitável evita imposições futuras e permite manter a responsabilidade pelos seus atos e decisões. Tenham coragem.
O autor escreve ao abrigo do novo acordo ortográfico.
00:05 h
António Rodrigues, Advogado
Económico
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