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Um congresso importante para o país
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Um congresso importante para o país
Como apoiante da moção de António Costa ao congresso do PS, faria dela o seguinte resumo. O PS assume as suas responsabilidades na atual maioria, honrando os acordos à esquerda, porque isso é necessário para modernizar o país, económica e socialmente, e para continuar a renovar a democracia representativa - fazendo que todos os cidadãos contem para construir caminhos de governação. O PS assume também as suas responsabilidades em normalizar o debate democrático em todo o espectro parlamentar, na perspetiva de uma Agenda para a Década. O PS aposta na Europa como espaço de democracia e de prosperidade partilhada. O PS, como coletivo de cidadãos da esquerda democrática, aposta em continuar a ser a ferramenta democrática que não se apaga ao assumirmos responsabilidades governativas.
Em todas as frentes (governo, grupo parlamentar, partido) temos de trabalhar guiados por duas ideias-chave. Não há desenvolvimento sem uma sociedade decente - quer dizer, sem direitos, sem respeito pelo trabalho, sem educação para todos que melhore a igualdade de oportunidades, sem direito à saúde que respeite a dignidade humana, não há verdadeiro desenvolvimento. Mas, ao mesmo tempo, não há uma sociedade decente sem desenvolvimento: para melhor garantir os direitos e promover o bem comum precisamos de melhor economia e melhor Estado. Precisamos de continuar com esta estratégia, plasmada nos seis pilares do Programa Nacional de Reformas: qualificação dos portugueses, inovação na economia, valorização do território, modernização do Estado, capitalização das empresas, reforço da coesão e da igualdade social. É esta estratégia abrangente que pode mobilizar os portugueses para o futuro a construir, deixando para trás a estratégia de empobrecimento que a direita preconizou. Essa mobilização é, pois, uma tarefa dos socialistas.
Face à saudade de alguns pela democracia incompleta do "arco da governação", cabe perguntar: poderiam os socialistas ter viabilizado um segundo governo de Passos Coelho quando ele só sobreviveria com a cumplicidade permanente do PS? Prolongando a vida a um governo que radicalizou e atacou os fundamentos da nossa vida coletiva, o PS trairia o seu eleitorado e as suas promessas. Desse modo, o PS trairia a sua memória e a história. E isso seria o descrédito do PS. O termo "pasokização" seria de aplicação entre nós. Porque ninguém votou PS para salvar as políticas e os políticos da direita.
A diferença e a autonomia estratégica do PS não estão em causa. Exemplo cimeiro: o PS continua a ser a esquerda europeísta que se bate pela renovação democrática da Europa e pela Europa da coesão, mas não aceita que nos empurrem porta fora. Resta saber se a Europa prefere dar razão à esquerda europeísta ou à esquerda desconfiada da Europa. Em qualquer caso, conhecemos o nosso rumo europeu e trabalhamos com denodo pela Europa da convergência.
É por ser necessário manter este rumo, "Cumprir a alternativa, consolidar a esperança", que este congresso do PS é importante para o país.
* Deputado e dirigente do PS
03 DE JUNHO DE 2016
00:25
Porfírio Silva
Diário de Notícias
Em todas as frentes (governo, grupo parlamentar, partido) temos de trabalhar guiados por duas ideias-chave. Não há desenvolvimento sem uma sociedade decente - quer dizer, sem direitos, sem respeito pelo trabalho, sem educação para todos que melhore a igualdade de oportunidades, sem direito à saúde que respeite a dignidade humana, não há verdadeiro desenvolvimento. Mas, ao mesmo tempo, não há uma sociedade decente sem desenvolvimento: para melhor garantir os direitos e promover o bem comum precisamos de melhor economia e melhor Estado. Precisamos de continuar com esta estratégia, plasmada nos seis pilares do Programa Nacional de Reformas: qualificação dos portugueses, inovação na economia, valorização do território, modernização do Estado, capitalização das empresas, reforço da coesão e da igualdade social. É esta estratégia abrangente que pode mobilizar os portugueses para o futuro a construir, deixando para trás a estratégia de empobrecimento que a direita preconizou. Essa mobilização é, pois, uma tarefa dos socialistas.
Face à saudade de alguns pela democracia incompleta do "arco da governação", cabe perguntar: poderiam os socialistas ter viabilizado um segundo governo de Passos Coelho quando ele só sobreviveria com a cumplicidade permanente do PS? Prolongando a vida a um governo que radicalizou e atacou os fundamentos da nossa vida coletiva, o PS trairia o seu eleitorado e as suas promessas. Desse modo, o PS trairia a sua memória e a história. E isso seria o descrédito do PS. O termo "pasokização" seria de aplicação entre nós. Porque ninguém votou PS para salvar as políticas e os políticos da direita.
A diferença e a autonomia estratégica do PS não estão em causa. Exemplo cimeiro: o PS continua a ser a esquerda europeísta que se bate pela renovação democrática da Europa e pela Europa da coesão, mas não aceita que nos empurrem porta fora. Resta saber se a Europa prefere dar razão à esquerda europeísta ou à esquerda desconfiada da Europa. Em qualquer caso, conhecemos o nosso rumo europeu e trabalhamos com denodo pela Europa da convergência.
É por ser necessário manter este rumo, "Cumprir a alternativa, consolidar a esperança", que este congresso do PS é importante para o país.
* Deputado e dirigente do PS
03 DE JUNHO DE 2016
00:25
Porfírio Silva
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