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O problema da Direita
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O problema da Direita
O PS selou este fim-de-semana o eixo e a medida dos seus "consensos". Isto num contexto em que o líder do maior partido com representação parlamentar acabara de propor "compromissos" ao PS em matéria de Segurança Social.
Esse eixo e essa medida são apenas a dos papéis que assinou com o PC, o PEV e o Bloco, aos quais Costa agradeceu penhoradamente o apoio e a aposta nele. De resto, não se ouviu naquele congresso outra coisa a não ser desdém pela Direita, bem como a vontade alvoroçada de a manter afastada da traquibérnia dirigida pelo primeiro-ministro. Em certa medida, isso é bom para a Direita. Dá-lhe lastro para se reorganizar na sociedade e nos partidos sem se deixar atrapalhar pela falácia "consensual". Uma vez que a actual maioria parlamentar e o actual Governo são uma espécie de improviso imaginativo, oportunista e organizado, existe um desequilíbrio entre autoridade e poder políticos que, até ao momento, o presidente da República não deu sinais de ajudar a ultrapassar. Costa e a traquibérnia têm um poder executivo e parlamentar que emite permanentes barulhos autoritários. Mas não têm autoridade. Na Assembleia e no topo dela, a sua "base" político-cultural assenta numa segunda figura do Estado que não possui a menor noção institucional do cargo que exerce e que não honra a melhor memória de Almeida Santos. A autoridade de Marcelo resulta de uma eleição directa e unipessoal. Todavia, parece andar a desperdiçá-la numa banalização mediática do mandato que, nem por isso, lhe confere um átomo de poder a mais. Os desenvolvimentos políticos na Europa e no Mundo, por um lado, e as circunstâncias caseiras decorrentes das últimas legislativas, por outro, cilindraram o chamado "centro" (ou "arco da governação" na sua referência mais folclórica) porventura de vez. Erram, pois, aquelas almas complacentes da Direita que frequentam congressos alheios, jornais e televisões quando sugerem "pontes", fixas ou levadiças, com a Esquerda, em nome desse esfumado "centro" social-democrata. Sá Carneiro foi o primeiro a romper com esta ambiguidade essencial em 1979, isolando-a. A seguir Cavaco Silva deu azo a um ciclo de dez anos de equilíbrio entre autoridade e poder democráticos, algo que a Direita preza e respeita. Passos Coelho verdadeiramente só se impôs quase no fim. Não chegou. Falta à Direita, em Junho de 2016, autoridade e poder. Não os voltará a recuperar por mero desforço passivo ou voluntarista.
O autor escreve segundo a antiga ortografia
JOÃO GONÇALVES, JURISTA
06 Junho 2016 às 00:15
Jornal de Notícias
Esse eixo e essa medida são apenas a dos papéis que assinou com o PC, o PEV e o Bloco, aos quais Costa agradeceu penhoradamente o apoio e a aposta nele. De resto, não se ouviu naquele congresso outra coisa a não ser desdém pela Direita, bem como a vontade alvoroçada de a manter afastada da traquibérnia dirigida pelo primeiro-ministro. Em certa medida, isso é bom para a Direita. Dá-lhe lastro para se reorganizar na sociedade e nos partidos sem se deixar atrapalhar pela falácia "consensual". Uma vez que a actual maioria parlamentar e o actual Governo são uma espécie de improviso imaginativo, oportunista e organizado, existe um desequilíbrio entre autoridade e poder políticos que, até ao momento, o presidente da República não deu sinais de ajudar a ultrapassar. Costa e a traquibérnia têm um poder executivo e parlamentar que emite permanentes barulhos autoritários. Mas não têm autoridade. Na Assembleia e no topo dela, a sua "base" político-cultural assenta numa segunda figura do Estado que não possui a menor noção institucional do cargo que exerce e que não honra a melhor memória de Almeida Santos. A autoridade de Marcelo resulta de uma eleição directa e unipessoal. Todavia, parece andar a desperdiçá-la numa banalização mediática do mandato que, nem por isso, lhe confere um átomo de poder a mais. Os desenvolvimentos políticos na Europa e no Mundo, por um lado, e as circunstâncias caseiras decorrentes das últimas legislativas, por outro, cilindraram o chamado "centro" (ou "arco da governação" na sua referência mais folclórica) porventura de vez. Erram, pois, aquelas almas complacentes da Direita que frequentam congressos alheios, jornais e televisões quando sugerem "pontes", fixas ou levadiças, com a Esquerda, em nome desse esfumado "centro" social-democrata. Sá Carneiro foi o primeiro a romper com esta ambiguidade essencial em 1979, isolando-a. A seguir Cavaco Silva deu azo a um ciclo de dez anos de equilíbrio entre autoridade e poder democráticos, algo que a Direita preza e respeita. Passos Coelho verdadeiramente só se impôs quase no fim. Não chegou. Falta à Direita, em Junho de 2016, autoridade e poder. Não os voltará a recuperar por mero desforço passivo ou voluntarista.
O autor escreve segundo a antiga ortografia
JOÃO GONÇALVES, JURISTA
06 Junho 2016 às 00:15
Jornal de Notícias
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