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Modelo TAP no Novo Banco? Não, obrigado
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Modelo TAP no Novo Banco? Não, obrigado
Em teoria, a solução proposta pelo presidente do banco de investimento faria sentido, se as autoridades europeias a permitissem. Mas há vários aspectos a ter conta, que colocam em causa a bondade da solução. A começar pelo facto de ter os privados a mandar, com o contribuinte a pagar.
O presidente do Haitong (antigo BES Investimento), José Maria Ricciardi, defendeu ontem que o modelo ideal para a venda do Novo Banco - o dito BES "bom" - deve passar pelo modelo que foi utilizado na TAP. Por outras palavras, o Fundo de Resolução (instituição pública financiada pelas contribuições dos bancos) permitiria a entrada de novos investidores no capital do Novo Banco, que desta forma recapitalizariam a instituição (com a participação pública a ser diluída). E só mais tarde o Fundo de Resolução venderia a sua participação, já com o banco mais valorizado. Ricciardi adiantou, na mesma ocasião, que o Haitong conhece investidores que estarão potencialmente interessados em entrar no Novo Banco, dentro desses moldes.
Em teoria, a solução avançada pelo presidente do banco de investimento faz sentido, se partirmos do princípio de que as autoridades europeias a permitiriam. Até porque dessa forma o Fundo de Resolução e o conjunto do sistema financeiro português - com a Caixa Geral de Depósitos à cabeça - não sofreriam no imediato o impacto da eventual venda do Novo Banco a preço de saldo (que será suportado em suaves prestações ao longo de muitos anos, recorde-se). Porém, há vários aspectos que colocam em causa a bondade dessa solução, na perspectiva do contribuinte.
Em primeiro lugar, não é líquido que o Novo Banco possa valorizar-se num futuro visível e que, dessa forma, o Fundo de Resolução possa ter a ganhar em manter uma participação. Até porque nem é claro que haja espaço para tantos bancos em Portugal: as margens continuam esmagadas, o crédito malparado permanece um problema gravíssimo e o Novo Banco, tal como vários dos seus concorrentes, tem ainda uma longa via sacra para percorrer, apesar do bom trabalho que tem sido desenvolvido pela gestão liderada por Stock da Cunha.
Em segundo lugar, esta solução beneficiaria, antes de mais, os investidores privados, enquanto o Estado levaria mais tempo a recuperar os 3,9 mil milhões emprestados ao Fundo de Resolução. É o modelo perfeito para certos investidores: os privados mandam e o contribuinte paga.
A melhor solução para o Novo Banco será aquela que melhor proteger o contribuinte e que, ao mesmo tempo, contribua para reforçar a solidez do sistema financeiro nacional. E, até prova em contrário, a melhor forma de atingir esses objectivos continua a ser a venda do Novo Banco a outra instituição bancária ou então investidores institucionais que o retirem de vez da esfera pública (ainda que de forma gradual, por exemplo através de sucessivos IPO, como os ingleses fizeram no Lloyds). No âmbito de um processo competitivo e transparente, como aquele que está a ser conduzido pelo Banco de Portugal e que prevê dois cenários (venda directa ou venda em bolsa).
Existe o risco de essa operação ser feita preços de saldo? Sim, mas já seria assim em qualquer caso. É duvidoso que os contribuintes tenham algo a ganhar com o arrastar da situação.
00:05 h
Filipe Alves, Director Interino
filipe.alves@economico.pt
Económico
O presidente do Haitong (antigo BES Investimento), José Maria Ricciardi, defendeu ontem que o modelo ideal para a venda do Novo Banco - o dito BES "bom" - deve passar pelo modelo que foi utilizado na TAP. Por outras palavras, o Fundo de Resolução (instituição pública financiada pelas contribuições dos bancos) permitiria a entrada de novos investidores no capital do Novo Banco, que desta forma recapitalizariam a instituição (com a participação pública a ser diluída). E só mais tarde o Fundo de Resolução venderia a sua participação, já com o banco mais valorizado. Ricciardi adiantou, na mesma ocasião, que o Haitong conhece investidores que estarão potencialmente interessados em entrar no Novo Banco, dentro desses moldes.
Em teoria, a solução avançada pelo presidente do banco de investimento faz sentido, se partirmos do princípio de que as autoridades europeias a permitiriam. Até porque dessa forma o Fundo de Resolução e o conjunto do sistema financeiro português - com a Caixa Geral de Depósitos à cabeça - não sofreriam no imediato o impacto da eventual venda do Novo Banco a preço de saldo (que será suportado em suaves prestações ao longo de muitos anos, recorde-se). Porém, há vários aspectos que colocam em causa a bondade dessa solução, na perspectiva do contribuinte.
Em primeiro lugar, não é líquido que o Novo Banco possa valorizar-se num futuro visível e que, dessa forma, o Fundo de Resolução possa ter a ganhar em manter uma participação. Até porque nem é claro que haja espaço para tantos bancos em Portugal: as margens continuam esmagadas, o crédito malparado permanece um problema gravíssimo e o Novo Banco, tal como vários dos seus concorrentes, tem ainda uma longa via sacra para percorrer, apesar do bom trabalho que tem sido desenvolvido pela gestão liderada por Stock da Cunha.
Em segundo lugar, esta solução beneficiaria, antes de mais, os investidores privados, enquanto o Estado levaria mais tempo a recuperar os 3,9 mil milhões emprestados ao Fundo de Resolução. É o modelo perfeito para certos investidores: os privados mandam e o contribuinte paga.
A melhor solução para o Novo Banco será aquela que melhor proteger o contribuinte e que, ao mesmo tempo, contribua para reforçar a solidez do sistema financeiro nacional. E, até prova em contrário, a melhor forma de atingir esses objectivos continua a ser a venda do Novo Banco a outra instituição bancária ou então investidores institucionais que o retirem de vez da esfera pública (ainda que de forma gradual, por exemplo através de sucessivos IPO, como os ingleses fizeram no Lloyds). No âmbito de um processo competitivo e transparente, como aquele que está a ser conduzido pelo Banco de Portugal e que prevê dois cenários (venda directa ou venda em bolsa).
Existe o risco de essa operação ser feita preços de saldo? Sim, mas já seria assim em qualquer caso. É duvidoso que os contribuintes tenham algo a ganhar com o arrastar da situação.
00:05 h
Filipe Alves, Director Interino
filipe.alves@economico.pt
Económico
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