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Consenso só pode ser de esquerda
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Consenso só pode ser de esquerda
O sentido de responsabilidade e o rigor dos princípios cedem com facilidade perante o desespero da sobrevivência a todo o custo e o acantonamento à esquerda do PS.
Ao contrário do que se poderia pensar com a estabilidade da maioria parlamentar de esquerda e da confiança que o primeiro-ministro demonstra em público, a crispação tem continuado a prevalecer no espaço público, em grande parte por responsabilidade direta do secretário-geral do PS, António Costa, e do inefável líder parlamentar socialista, Carlos César, ambos apostados em incendiar e dividir o país em dois blocos distintos, encostados que se encontram à agenda e ao radicalismo do Bloco e do PCP/intersindical.
Já não se estranha a pouca preocupação com o deslize das contas públicas e da economia, e o perene incumprimento das metas sucessivamente assumidas e renegociadas com Bruxelas. O encaixe numa estratégia muito similar à da Grécia acentua a despreocupação com os resultados, o encolher de ombros e o respeito pelos compromissos internacionais – exatamente aqueles que minuciosamente juraram cumprir todas as semanas de há seis meses a esta parte.
Assim se compreende a proclamação de um afastamento das políticas europeias. A estratégia é diabolizar a Europa à boa maneira grega, declarar que estamos a ser perseguidos e pressionados para além do limite, regressar à mesa das negociações e declarar vitória quando se confirmar que não haverá sanções a Portugal e, por fim, assumir a impossibilidade de alcançar as metas que o próprio Governo propôs e ameaçar com a não aplicação das medidas do Plano B propostas pelo mesmo Governo socialista, este ano, na discussão do esboço de Orçamento de Estado.
A esquerda convive mal com a Europa e com a seriedade política. O sentido de responsabilidade e o rigor dos princípios cedem com facilidade perante o desespero da sobrevivência a todo o custo e o acantonamento à esquerda do Partido Socialista.
O extremismo socialista é tal que, qualquer proposta dos parceiros é sempre boa mesmo que não seja conhecida, enquanto qualquer proposta dos partidos que não apoiam o Governo é rejeitada liminarmente sem justificação, argumentação sustentada e sem apelo nem agravo porque não nasceu no espaço político da maioria de esquerda.
A recusa socialista para discutir no Parlamento a reforma da Segurança Social é sintomática. O PS apenas aceita discutir o que propõe e o que interessa em matéria de sobrevivência politica, a si e aos seus parceiros, e não o que possa interessar ao país e aos portugueses. Gerir a agenda do quotidiano aqui e agora, e não ter a habilidade e o sentido de estado de pensar em termos de futuro. Como neste caso, mesmo que tal venha a implicar a necessidade de recorrer a transferências do Orçamento quando se chegar ao ponto de não retorno em matéria de financiamento da Segurança Social, ou seja, do futuro de todos nós.
Para os socialistas haverá sempre tempo de tomar decisões mais tarde, mesmo que tal implique maiores custos e maiores dificuldades. Vimos isto acontecer em 2009 e 2010. Não queremos ver tudo de novo.
O radicalismo e extremismo da esquerda agudizam-se. Do BE e do PCP já estávamos à espera. Tínhamos alguma esperança que o Partido Socialista não participasse nesta deriva. Contudo, ela manifesta-se de forma indelével. É o novo consenso, que apenas se pode medir à esquerda.
O autor escreve ao abrigo do novo acordo ortográfico.
00:05 h
António Rodrigues, Advogado
Económico
Ao contrário do que se poderia pensar com a estabilidade da maioria parlamentar de esquerda e da confiança que o primeiro-ministro demonstra em público, a crispação tem continuado a prevalecer no espaço público, em grande parte por responsabilidade direta do secretário-geral do PS, António Costa, e do inefável líder parlamentar socialista, Carlos César, ambos apostados em incendiar e dividir o país em dois blocos distintos, encostados que se encontram à agenda e ao radicalismo do Bloco e do PCP/intersindical.
Já não se estranha a pouca preocupação com o deslize das contas públicas e da economia, e o perene incumprimento das metas sucessivamente assumidas e renegociadas com Bruxelas. O encaixe numa estratégia muito similar à da Grécia acentua a despreocupação com os resultados, o encolher de ombros e o respeito pelos compromissos internacionais – exatamente aqueles que minuciosamente juraram cumprir todas as semanas de há seis meses a esta parte.
Assim se compreende a proclamação de um afastamento das políticas europeias. A estratégia é diabolizar a Europa à boa maneira grega, declarar que estamos a ser perseguidos e pressionados para além do limite, regressar à mesa das negociações e declarar vitória quando se confirmar que não haverá sanções a Portugal e, por fim, assumir a impossibilidade de alcançar as metas que o próprio Governo propôs e ameaçar com a não aplicação das medidas do Plano B propostas pelo mesmo Governo socialista, este ano, na discussão do esboço de Orçamento de Estado.
A esquerda convive mal com a Europa e com a seriedade política. O sentido de responsabilidade e o rigor dos princípios cedem com facilidade perante o desespero da sobrevivência a todo o custo e o acantonamento à esquerda do Partido Socialista.
O extremismo socialista é tal que, qualquer proposta dos parceiros é sempre boa mesmo que não seja conhecida, enquanto qualquer proposta dos partidos que não apoiam o Governo é rejeitada liminarmente sem justificação, argumentação sustentada e sem apelo nem agravo porque não nasceu no espaço político da maioria de esquerda.
A recusa socialista para discutir no Parlamento a reforma da Segurança Social é sintomática. O PS apenas aceita discutir o que propõe e o que interessa em matéria de sobrevivência politica, a si e aos seus parceiros, e não o que possa interessar ao país e aos portugueses. Gerir a agenda do quotidiano aqui e agora, e não ter a habilidade e o sentido de estado de pensar em termos de futuro. Como neste caso, mesmo que tal venha a implicar a necessidade de recorrer a transferências do Orçamento quando se chegar ao ponto de não retorno em matéria de financiamento da Segurança Social, ou seja, do futuro de todos nós.
Para os socialistas haverá sempre tempo de tomar decisões mais tarde, mesmo que tal implique maiores custos e maiores dificuldades. Vimos isto acontecer em 2009 e 2010. Não queremos ver tudo de novo.
O radicalismo e extremismo da esquerda agudizam-se. Do BE e do PCP já estávamos à espera. Tínhamos alguma esperança que o Partido Socialista não participasse nesta deriva. Contudo, ela manifesta-se de forma indelével. É o novo consenso, que apenas se pode medir à esquerda.
O autor escreve ao abrigo do novo acordo ortográfico.
00:05 h
António Rodrigues, Advogado
Económico
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