Ampliação do Canal do Panamá e paz na Colômbia são "boas" notícias para América Latina

"Sentimo-nos muito felizes de estarmos presentes neste dia histórico, no meio de uma situação complexa que está ocorrer no mundo. A ampliação do Canal é uma boa notícia para a América Latina, conjuntamente com a outra grande notícia que foi a assinatura do processo de paz na Colômbia", disse Enrique García.

Estes dois factos, acrescentou o director boliviano, numa entrevista telefónica com a Efe, "dão-nos solidez para gerar um crescimento na América Latina sustentável, alto, eficiente e inclusivo".

A ampliação da via centenária, que permitirá a passagem de navios muito maiores, "tem um significado muito especial para o Panamá, mas também para a América Latina, pois representa um marco na integração da região num mundo cada vez mas globalizado", afirmou Enrique García.

"O Panamá é o nexo comercial mais importante da América Latina e a ampliação vai a trazer uma potencialidade muito grande para a região", sustentou o presidente da Banco de Desenvolvimento da América Latina, que é uma das cinco agências multilaterais de crédito que financiaram com 2,3 mil milhões de dólares parte do projecto de ampliação, que começou a ser construído em 2007 com um orçamento inicial de 5,25 mil milhões de dólares. O financiamento terminará, segundo o contrato, em 2029.

"O novo canal ajudará também a reduzir as emissões de carbono, algo fundamental nos projectos de infraestrutura", destacou García.

A ampliação do Canal do Panamá, que passa a permitir a passagem de navios com capacidade para transportar até 13 mil contentores, três vezes mais do que até agora.

Esta inauguração coloca um ponto final a nove anos de obras, que começaram em 2007 com um orçamento inicial de 5,25 mil milhões de dólares (4,74 mil milhões de euros), sendo que o principal empreiteiro, o Grupo Unidos por el Canal (GUPC, liderado pelo grupo espanhol Sacyr Vallehermoso) reclama cerca de 3,4 mil milhões de dólares (3,07 mil milhões de euros) de sobrecustos.

A obra foi entregue à Autoridade do Canal do Panamá no passado dia 31 de Maio, com cerca de dois anos de atraso em relação ao prazo estimado inicialmente, e este domingo o “Baroque”, um navio graneleiro, será o primeiro a atravessar as eclusas do canal num teste de navegação, antes da inauguração da infra-estrutura aos maiores navios cargueiros do mundo.

26/06/2016
10:20 h
Económico com agências
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