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No poupar é que está o ganho?
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No poupar é que está o ganho?
A sabedoria popular tem sido ultimamente muito mal amada pelo seu povo. Outrora considerada uma coletânea de experiências de vida, parece ser agora incompatível com a pseudo-modernidade da sociedade actual.
Que a tradição já não é o que era, já não é novidade para ninguém. Mas o provincianismo do culto das aparências nunca alimentou tanto o consumismo como agora, estando cada vez mais disseminado pela sociedade.
Pela primeira vez na história recente de Portugal, e desde que existe estatística do Banco de Portugal (1977), a poupança das famílias foi negativa no primeiro trimestre de 2016.
A taxa de poupança das familias portuguesas não só é reduzida em termos europeus como tem vindo a decrescer desde os anos 80. Os cerca de 20% de taxa de poupança nessa altura caíram para metade nos anos 90 e voltaram a cair para metade no final de 2015.
A saída da malvada Troika e a entrada de um Governo amigo do povo fortaleceram ainda mais a inesgotável confiança dos portugueses. Com a garantia de que não há impossíveis, o impossível aconteceu... todo o rendimento disponivel das familias nao chegou para pagar o consumo de bens e serviços de todas as familias portuguesas.
Sem querer estragar a festa da viragem da página da austeridade, até parece que alguém anda a viver acima das suas disponibilidades, “como dizia o outro”...
Ou como diria o povo e a sua sabedoria popular, quando Portugal ainda não era um país moderno, “quem gasta o que tem, a pedir vem”.
De acordo com o INE, a taxa de poupança do primeiro trimestre foi de -1,2% em 2016, contra 2,2% em 2015, de 2,5% em 2014 e de 4,9% em 2013, ano de plena crise.
Também de acordo com o INE, o rendimento disponível das familias subiu cerca de €100 milhões (0,4%) no primeiro trimestre de 2016 face ao primeiro trimestre de 2015, enquanto o consumo disparou mais de €1.100 milhões (3,9%). O consumo cresceu 10 vezes mais depressa que o rendimento.
Se isto é o resultado dos famosos multiplicadores previstos no OE, o crescimento económico e a criação de empregos estão garantidos.
O pior é se as familias estão a diminuir a poupança para manterem o nível de consumo, ignorando a real situação do país.
Pior ainda se 75% do acréscimo de consumo é devido à compra de bens duradouros, sobretudo automóveis.
O que vale é o crédito barato que continua a ser o melhor amigo do povo e depois basta renegociar a dívida.
Mais uma modernice que vale mais que qualquer provérbio português .
PAULO BARRADAS
19.07.2016 às 8h26
Expresso
Que a tradição já não é o que era, já não é novidade para ninguém. Mas o provincianismo do culto das aparências nunca alimentou tanto o consumismo como agora, estando cada vez mais disseminado pela sociedade.
Pela primeira vez na história recente de Portugal, e desde que existe estatística do Banco de Portugal (1977), a poupança das famílias foi negativa no primeiro trimestre de 2016.
A taxa de poupança das familias portuguesas não só é reduzida em termos europeus como tem vindo a decrescer desde os anos 80. Os cerca de 20% de taxa de poupança nessa altura caíram para metade nos anos 90 e voltaram a cair para metade no final de 2015.
A saída da malvada Troika e a entrada de um Governo amigo do povo fortaleceram ainda mais a inesgotável confiança dos portugueses. Com a garantia de que não há impossíveis, o impossível aconteceu... todo o rendimento disponivel das familias nao chegou para pagar o consumo de bens e serviços de todas as familias portuguesas.
Sem querer estragar a festa da viragem da página da austeridade, até parece que alguém anda a viver acima das suas disponibilidades, “como dizia o outro”...
Ou como diria o povo e a sua sabedoria popular, quando Portugal ainda não era um país moderno, “quem gasta o que tem, a pedir vem”.
De acordo com o INE, a taxa de poupança do primeiro trimestre foi de -1,2% em 2016, contra 2,2% em 2015, de 2,5% em 2014 e de 4,9% em 2013, ano de plena crise.
Também de acordo com o INE, o rendimento disponível das familias subiu cerca de €100 milhões (0,4%) no primeiro trimestre de 2016 face ao primeiro trimestre de 2015, enquanto o consumo disparou mais de €1.100 milhões (3,9%). O consumo cresceu 10 vezes mais depressa que o rendimento.
Se isto é o resultado dos famosos multiplicadores previstos no OE, o crescimento económico e a criação de empregos estão garantidos.
O pior é se as familias estão a diminuir a poupança para manterem o nível de consumo, ignorando a real situação do país.
Pior ainda se 75% do acréscimo de consumo é devido à compra de bens duradouros, sobretudo automóveis.
O que vale é o crédito barato que continua a ser o melhor amigo do povo e depois basta renegociar a dívida.
Mais uma modernice que vale mais que qualquer provérbio português .
PAULO BARRADAS
19.07.2016 às 8h26
Expresso
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