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Exportação de bens revista em baixa ainda sem o efeito Brexit
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Exportação de bens revista em baixa ainda sem o efeito Brexit
MIGUEL BALTAZAR
Os mercados extra-comunitários penalizam as perspectivas de venda de mercadorias ao exterior em 2016. As empresas foram ouvidas pelo INE antes do referendo no Reino Unido.
As empresas portuguesas prevêem aumentar em 1,3% a exportação de mercadorias em 2016, um valor ligeiramente abaixo (0,1 pontos percentuais) da estimativa indicada em Novembro do ano passado.
Segundo o Instituto Nacional de Estatísticas, esta revisão em baixa fica a dever-se "integralmente" às perspectivas mais pessimistas sobre a evolução das vendas para fora da União Europeia. Os empresários estimam agora uma quebra de 1,5% no final do ano, o que representa uma descida de 1,6 p.p. face à primeira previsão.
Já no que toca ao comércio com a União Europeia, a previsão das exportadoras portuguesas é que aumentem 2,3% no final de 2016. Face à previsão feita em Novembro do ano passado, os empresários até estão mais confiantes – regista-se uma melhoria de 0,5 p.p. –, embora o INE assinale que este inquérito foi realizado em Maio, ou seja, antes do referendo que determinou a saída do Reino Unido da União Europeia e que está a assustar as empresas nacionais.
O "diferente comportamento, face ao esperado, na generalidade dos mercados de destino já clientes, tanto no comércio Intra-UE como no Extra-EU" é o principal motivo invocado pelas empresas inquiridas para haver agora uma quebra nas perspectivas. Em relação a Novembro, o principal destaque vai para o decréscimo transversal previsto pelas exportadoras de produtos alimentares e bebidas: -2,9% nos países europeus e -3,2% no resto do mundo.
Se forem excluídos destas contas os combustíveis e lubrificantes, a progressão das vendas de bens portugueses nos mercados internacionais pode ascender a 3,4% no final deste ano. E neste cenário registam-se crescimentos tanto no espaço comunitário (3,8%) como fora das fronteiras da União Europeia (2,1%).
"Por Grandes Categorias Económicas, destacam-se as perspectivas de aumento das exportações de máquinas, outros bens de capital e seus acessórios para países Extra-UE (+9,7%), enquanto nas exportações Extra-UE de material de transporte e acessórios, as empresas esperam uma redução (-6,4%). No Comércio Intra-UE salienta-se o crescimento esperado nas exportações de máquinas, outros bens de capital e seus acessórios de +7,6%", detalha ainda o INE.
Segundo os dados mais recentes divulgados pelo Instituto, Portugal continua a exportar a um ritmo inferior ao do ano passado. Em Maio, a venda de bens ao exterior caiu 0,7% face ao mesmo mês de 2015, acumulando já um recuo de 2,3% entre Janeiro e Maio. A boa notícia é que as importações estiveram igualmente em recuo, e a um ritmo mais acelerado, o que permitiu um alívio da balança comercial portuguesa.
ANTÓNIO LARGUESA | alarguesa@negocios.pt | 01 Agosto 2016, 11:52
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