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Afinal quem é que se irá evaporar?
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Afinal quem é que se irá evaporar?
A aprovação do OE de 2017, a acontecer, marcará o início do fenómeno de evaporação de Passos Coelho. Nos próximos meses, seguindo o caminho que traçou e ajudado interna e externamente, irá certamente ganhar energia mais do que suficiente para passar ao estado gasoso.
A decisão sobre a não aplicação de sanções a Portugal permitiu a Marcelo anunciar que “a crise política se tinha evaporado tal como tinha aparecido”. Relembrando rapidamente as noções rudimentares da física e consultada a Internet, sabemos que a evaporação é um fenómeno no qual os átomos ou moléculas no estado líquido (ou sólido se a substância se sublima) ganham energia suficiente para passar ao estado gasoso.
Neste contexto, e utilizando a mesma metáfora do nosso Presidente, será interessante vaticinar quem será o próximo ator político a evaporar-se, ou melhor, quem e quando irá alguém ganhar energia suficiente para passar ao estado gasoso. Será António Costa e o seu Governo se os resultados económicos do país se degradarem? Será Passos Coelho se o Orçamento para 2017 passar no Parlamento sem mácula?
Ninguém duvida que a não aplicação de sanções beneficiou Portugal. Pena é que a discussão sobre o tema tivesse levado tanto tempo, criando um clima de incerteza que nunca é bom para o potencial alvo. Ainda assim, discutem os comentadores habituais se este resultado foi bom ou mau para António Costa. Dizem uns que a aplicação de sanções seria um excelente pretexto para pedir eleições antecipadas e neste caso Costa sofreu um revés. Dizem outros que esta decisão vem apenas mostrar a vantagem de uma atitude resiliente e inconformada, e neste caso Costa obteve uma assinalável vitória.
Tenho para mim que, como habitualmente, António Costa se preparou para os dois cenários e que a conclusão, qualquer que ela viesse a ser, seria sempre positiva para os seus interesses imediatos.
A evolução da economia portuguesa e as dificuldades do setor financeiro, a instabilidade europeia e a pressão dos parceiros da “posição conjunta”, poderão vir a revelar-se um enorme quebra-cabeças para o primeiro-ministro. A aprovação do Orçamento para 2017 – em Lisboa e em Bruxelas – será assim mais um momento de verdade, em que a demonstração da sua conhecida habilidade negocial será posta à prova. Creio que bloquistas e comunistas, sabendo que o caminho é muito estreito e que quem “saltar fora” será duramente penalizado, irão uma vez mais viabilizar a solução. Sem crise política António Costa não se irá evaporar.
Já Passos Coelho poderá vir a estar em situação bem diferente. Tendo escolhido como estratégia o anúncio sistemático da tempestade, seja nos resultados dos principais indicadores económicos, seja na incompatibilidade com a Comissão Europeia, seja na instabilidade da base política de apoio ao Governo, o inconformado líder da oposição tem vindo a ver negadas, pelo menos no imediato, todas as suas previsões.
Paradoxalmente, a sobrevivência de António Costa permitirá a Passos Coelho prosseguir durante mais algum tempo o seu caminho. Por duas razões. Desde logo porque o PS agradece que assim seja e as sondagens confirmam-no. Depois porque verdadeiramente ninguém no PSD quer desafiar e assumir a liderança neste momento.
A aprovação do Orçamento para 2017, independentemente do seu conteúdo, será mais uma pesada derrota para Passos Coelho. A partir desse momento, e quando a anunciada crise económica ou a instabilidade da “geringonça” estiver no horizonte, o PSD entrará em ebulição interna preparando a mudança da liderança. Porque não tenhamos dúvidas. Mesmo que António Costa venha a falhar, dificilmente os portugueses voltarão a confiar num PSD liderado por Passos Coelho. E nem as Autárquicas de Outubro de 2017 – onde certamente pouca coisa irá mudar – virão a alterar este cenário.
Em conclusão, e respondendo à pergunta inicial, direi que a aprovação do Orçamento de 2017, a acontecer, marcará o início do fenómeno de evaporação de Passos Coelho. Nos próximos meses, seguindo o caminho que traçou e ajudado interna e externamente, irá certamente ganhar energia mais do que suficiente para passar ao estado gasoso. Ironicamente, mesmo que o país esteja pior do que quando ele foi obrigado a deixar o poder.
O autor escreve ao abrigo do novo acordo ortográfico.
00:05 h
António Moita, Jurista
Económico
A decisão sobre a não aplicação de sanções a Portugal permitiu a Marcelo anunciar que “a crise política se tinha evaporado tal como tinha aparecido”. Relembrando rapidamente as noções rudimentares da física e consultada a Internet, sabemos que a evaporação é um fenómeno no qual os átomos ou moléculas no estado líquido (ou sólido se a substância se sublima) ganham energia suficiente para passar ao estado gasoso.
Neste contexto, e utilizando a mesma metáfora do nosso Presidente, será interessante vaticinar quem será o próximo ator político a evaporar-se, ou melhor, quem e quando irá alguém ganhar energia suficiente para passar ao estado gasoso. Será António Costa e o seu Governo se os resultados económicos do país se degradarem? Será Passos Coelho se o Orçamento para 2017 passar no Parlamento sem mácula?
Ninguém duvida que a não aplicação de sanções beneficiou Portugal. Pena é que a discussão sobre o tema tivesse levado tanto tempo, criando um clima de incerteza que nunca é bom para o potencial alvo. Ainda assim, discutem os comentadores habituais se este resultado foi bom ou mau para António Costa. Dizem uns que a aplicação de sanções seria um excelente pretexto para pedir eleições antecipadas e neste caso Costa sofreu um revés. Dizem outros que esta decisão vem apenas mostrar a vantagem de uma atitude resiliente e inconformada, e neste caso Costa obteve uma assinalável vitória.
Tenho para mim que, como habitualmente, António Costa se preparou para os dois cenários e que a conclusão, qualquer que ela viesse a ser, seria sempre positiva para os seus interesses imediatos.
A evolução da economia portuguesa e as dificuldades do setor financeiro, a instabilidade europeia e a pressão dos parceiros da “posição conjunta”, poderão vir a revelar-se um enorme quebra-cabeças para o primeiro-ministro. A aprovação do Orçamento para 2017 – em Lisboa e em Bruxelas – será assim mais um momento de verdade, em que a demonstração da sua conhecida habilidade negocial será posta à prova. Creio que bloquistas e comunistas, sabendo que o caminho é muito estreito e que quem “saltar fora” será duramente penalizado, irão uma vez mais viabilizar a solução. Sem crise política António Costa não se irá evaporar.
Já Passos Coelho poderá vir a estar em situação bem diferente. Tendo escolhido como estratégia o anúncio sistemático da tempestade, seja nos resultados dos principais indicadores económicos, seja na incompatibilidade com a Comissão Europeia, seja na instabilidade da base política de apoio ao Governo, o inconformado líder da oposição tem vindo a ver negadas, pelo menos no imediato, todas as suas previsões.
Paradoxalmente, a sobrevivência de António Costa permitirá a Passos Coelho prosseguir durante mais algum tempo o seu caminho. Por duas razões. Desde logo porque o PS agradece que assim seja e as sondagens confirmam-no. Depois porque verdadeiramente ninguém no PSD quer desafiar e assumir a liderança neste momento.
A aprovação do Orçamento para 2017, independentemente do seu conteúdo, será mais uma pesada derrota para Passos Coelho. A partir desse momento, e quando a anunciada crise económica ou a instabilidade da “geringonça” estiver no horizonte, o PSD entrará em ebulição interna preparando a mudança da liderança. Porque não tenhamos dúvidas. Mesmo que António Costa venha a falhar, dificilmente os portugueses voltarão a confiar num PSD liderado por Passos Coelho. E nem as Autárquicas de Outubro de 2017 – onde certamente pouca coisa irá mudar – virão a alterar este cenário.
Em conclusão, e respondendo à pergunta inicial, direi que a aprovação do Orçamento de 2017, a acontecer, marcará o início do fenómeno de evaporação de Passos Coelho. Nos próximos meses, seguindo o caminho que traçou e ajudado interna e externamente, irá certamente ganhar energia mais do que suficiente para passar ao estado gasoso. Ironicamente, mesmo que o país esteja pior do que quando ele foi obrigado a deixar o poder.
O autor escreve ao abrigo do novo acordo ortográfico.
00:05 h
António Moita, Jurista
Económico
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