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Turismo – mudança de paradigmas
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Turismo – mudança de paradigmas
Uma conjugação explosiva de muito calor, pouca humidade, diminuição das chuvas durante o Outono e Inverno, desordenamento do território, pessoas perigosas deixadas à sua sorte e incompetência e arrogância dos responsáveis políticos provocaram uma tragédia inimaginável. Arregaçar mangas e participar na reconstrução de uma terra, que não merecia tamanha provação, é tarefa primeira mas a par disso urge pensar, debater e decidir sobre como podemos evitar que situações tão graves se voltem a repetir. Infelizmente, já tivemos casa roubada e não chegamos a ver as trancas na porta.
No rescaldo dos acontecimentos, e diante das extraordinárias manifestações de solidariedade que dão alento e esperança para continuar a crer no que de melhor há no ser humano, a repetição do argumento da prioridade a dar ao turismo, repetido, à náusea, pelo governo regional, revolta porque encerra uma concepção de turismo comprovadamente ineficaz do ponto de vista do desenvolvimento económico da região e, sobretudo, revela a inversão dos valores que devem presidir à governação, primeiro a vida das pessoas e depois quaisquer propósitos políticos para cumprir fins ideológicos. É óbvio que a Madeira tem no sector do turismo um vector importante de crescimento mas fazer assentar a oferta turística sobre as mesmas lógicas e práticas é um erro enorme que tem os custos que se estão a ver.
Quando se deu a tragédia de 2010 se, em vez de “tapar o sol com a peneira” das praças do povo e afins, se tivesse assumido que, com as alterações climáticas, fenómenos extremos se repetiriam, que o território incluindo a orla costeira precisavam de intervenção correctiva e preventiva, que governar é ouvir, debater e criar consensos alargados, que o populismo e demagogia de arraial trás proveitos imediatos e imenso dinheiro aos amigalhaços mas a médio prazo é uma galinha de ovos de ouro que se mata, que um turismo de hotéis, de mais ou menos luxo, tanto faz na Madeira como na Tailândia e que, sobretudo, temos um enorme potencial alternativo, exclusivamente madeirense, assente sobre a riqueza natural, patrimonial e histórica que faz a diferença e pode, de facto, contribuir para atrair riqueza e prestígio, não teríamos vivido mais este drama e perda.
A mudança de paradigma no turismo é urgente e tendo sido pago um preço tão elevado em vidas, bens, sonhos e esperanças que o tributo seja uma Madeira que se vende porque oferece o que mais nenhum outro lugar tem, a sua História, a sua Arte e Cultura e o seu extraordinário tesouro que é a Natureza. Uma região que atrairá porque modelo de excelência na hospitalidade e na diversidade de ofertas de qualidade única, no seio de uma comunidade onde todos se sentem protegidos e seguros.
Governar só para os grandes grupos hoteleiros é insistir no erro e apostar na repetição das desgraças.
Isabel Cardoso, Professora
Diário de Notícias da Madceira
Quarta, 17 de Agosto de 2016
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