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O fim do dinheiro
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O fim do dinheiro
Há algo de podre no reino da Dinamarca? Não há nada! Shakespeare sabia muito de poesia, mas nada de economia. Hoje em dia até os suecos acham que na Dinamarca está tudo perfeito. E vice-versa.
"To be or not to be"? Ser ou não ser? Foi numa viagem ao castelo de Elsinor, ou Helsingor, como se escreve em dinamarquês, que tive esta epifania sobre a moeda única. Helsingborg fica na Suécia, do outro lado do canal, a 12 minutos apenas de Helsingor na Dinamarca, (tão perto que o poeta inglês pode escrever que se sentia o cheiro do outro lado), mas cada cidade tem a sua moeda. Coroas suecas e dinamarquesas, que têm valores diferentes (a de Copenhaga vale mais que a de Estocolmo) e existem em sistemas bancários totalmente independentes. Mas as pessoas que vivem e trabalham, indiscriminadamente, num ou noutro país não têm nenhum problema com isso. Não importa em que moeda recebem ou em que país trabalham porque, pura e simplesmente, já não usam dinheiro. Na Dinamarca, até já se debate publicamente acabar com a moeda física.
Mas em Portugal será assim tão diferente? Se calhar, não! Este ano, ainda comprou os livros escolares em dinheiro? E as viagens das férias? E o restaurante? E a fruta no mercado? E a bica? Pois...
Portugal até foi dos primeiros países a digitalizar o dinheiro. Os mais antigos ainda se lembram da chave 24, com que o Montepio inovou o processo de levantamento de dinheiro, era a primeira caixa automática onde, usando uma caderneta, e pouco tempo mais tarde apenas um simples cartão de plástico, era possível, marcando um código secreto, que uma máquina, sem a ajuda de ninguém, nos entregasse notas. Mas depois não aproveitámos o balanço. Ou o balanço não nos aproveitou.
O que é certo é que o dinheiro tal como o conhecemos tem os dias contados. Mais ano menos ano, é coisa de pouco tempo, notas e moedas vão desaparecer para sempre. O nosso dinheirinho será totalmente digital e vai circular na rede, como a água circula nas torneiras e a corrente nos fios. Até porque se pensarmos bem, trata-se exatamente da mesma coisa.
Quando isso acontecer, pouco importará o nome que dermos ao dinheiro, a grande diferença é que, quem não tem euros pode usar a moeda como um instrumento económico que valoriza e desvaloriza conforme as conveniências da sua economia. Coisa que em Portugal não se pode fazer...
É por isto que era muito melhor ter 10 escudos a valer 5 cêntimos de euro, que 1 euro a valer 200 escudos. Quem adivinhou, ou sabia, que no futuro, todos as contas bancárias iam estar ligadas pela Internet teve uma jogada de mestre. Esta é que é a questão!
* ESPECIALISTA EM MEDIA INTELLIGENCE
José Manuel Diogo*
Hoje às 00:01
Jornal de Notícias
"To be or not to be"? Ser ou não ser? Foi numa viagem ao castelo de Elsinor, ou Helsingor, como se escreve em dinamarquês, que tive esta epifania sobre a moeda única. Helsingborg fica na Suécia, do outro lado do canal, a 12 minutos apenas de Helsingor na Dinamarca, (tão perto que o poeta inglês pode escrever que se sentia o cheiro do outro lado), mas cada cidade tem a sua moeda. Coroas suecas e dinamarquesas, que têm valores diferentes (a de Copenhaga vale mais que a de Estocolmo) e existem em sistemas bancários totalmente independentes. Mas as pessoas que vivem e trabalham, indiscriminadamente, num ou noutro país não têm nenhum problema com isso. Não importa em que moeda recebem ou em que país trabalham porque, pura e simplesmente, já não usam dinheiro. Na Dinamarca, até já se debate publicamente acabar com a moeda física.
Mas em Portugal será assim tão diferente? Se calhar, não! Este ano, ainda comprou os livros escolares em dinheiro? E as viagens das férias? E o restaurante? E a fruta no mercado? E a bica? Pois...
Portugal até foi dos primeiros países a digitalizar o dinheiro. Os mais antigos ainda se lembram da chave 24, com que o Montepio inovou o processo de levantamento de dinheiro, era a primeira caixa automática onde, usando uma caderneta, e pouco tempo mais tarde apenas um simples cartão de plástico, era possível, marcando um código secreto, que uma máquina, sem a ajuda de ninguém, nos entregasse notas. Mas depois não aproveitámos o balanço. Ou o balanço não nos aproveitou.
O que é certo é que o dinheiro tal como o conhecemos tem os dias contados. Mais ano menos ano, é coisa de pouco tempo, notas e moedas vão desaparecer para sempre. O nosso dinheirinho será totalmente digital e vai circular na rede, como a água circula nas torneiras e a corrente nos fios. Até porque se pensarmos bem, trata-se exatamente da mesma coisa.
Quando isso acontecer, pouco importará o nome que dermos ao dinheiro, a grande diferença é que, quem não tem euros pode usar a moeda como um instrumento económico que valoriza e desvaloriza conforme as conveniências da sua economia. Coisa que em Portugal não se pode fazer...
É por isto que era muito melhor ter 10 escudos a valer 5 cêntimos de euro, que 1 euro a valer 200 escudos. Quem adivinhou, ou sabia, que no futuro, todos as contas bancárias iam estar ligadas pela Internet teve uma jogada de mestre. Esta é que é a questão!
* ESPECIALISTA EM MEDIA INTELLIGENCE
José Manuel Diogo*
Hoje às 00:01
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