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"Portuexit", a vinda do Diabo?
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"Portuexit", a vinda do Diabo?
Os chamados partidos do arco da governação estão reticentes ou mesmo contra, mas este é um tema que mereceria um debate profundo sem falácias e aproveitamentos políticos: a discussão sobre a possibilidade de Portugal sair da Zona Euro de uma forma controlada e em modos de "divórcio amigável", conforme o Nobel da Economia Joseph Stiglitz defendeu ontem na entrevista dada à Antena 1.
Portugal está atualmente num colete de forças em que os governos não têm qualquer autonomia para implementar medidas de crescimento ou de âmbito cambial. Estamos presos a uma moeda forte num país fraco, seja ao nível do investimento ou da exportação de bens. É que associada à saída do euro, também estaria atrelada uma renegociação da dívida, atualmente superior a 200 mil milhões de euros.
Resta aos governos atuais continuarem com medidas de austeridade que não incentivam o crescimento do país. Sim, austeridade. Um palavra que este Governo abandonou com os discursos de devolução de poder de compra aos portugueses que depois é "desviado" para o pagamento de impostos indiretos. É por isso que o consumo privado pouco cresce. As regras de Bruxelas a isso obrigam, por muita volta que se dê.
A saída de Portugal do euro, não tenhamos dúvidas, teria inicialmente um impacto desastroso e duvido que os portugueses estivessem dispostos a pagá-lo. O primeiro desastre seriam as poupanças que cada português tem no banco. Ou seja, se agora fosse decidido um "portuexit" do euro, mesmo que negociado a um prazo alargado com os parceiros, quem tivesse 100 euros no banco corria o risco de passar a ter 70 a 50 euros, ou seja uma desvalorização de 30% a 50%.
Seguir-se-ia uma subida vertiginosa das taxas de juro da dívida pública com efeitos imprevisíveis. É que já não teríamos a almofada de pertencer à região dos países mais ricos. E como precisamos do dinheiro estrangeiro para nos financiarmos... seria uma tragédia.
Outra consequência perversa seria a inflação. Provavelmente dispararia para valores pré-União Europeia, em que chegámos a ultrapassar os 20% ao ano. Nos dias de hoje está nos 0,6%.
Já para não falar no sistema bancário. Altamente dependente do sistema financeiro internacional, o seu financiamento ficaria em causa com uma moeda que poderia valer metade da atual e sem poder recorrer ao Banco Central Europeu em caso de emergência. Entre estas duas soluções, Passos poderia ter razão quanto à vinda do Diabo. É caso para dizer, venha o Diabo e escolha.
* EDITOR-EXECUTIVO
António José Gouveia *
Hoje às 00:39, atualizado às 01:14
Jornal de Notícias
Portugal está atualmente num colete de forças em que os governos não têm qualquer autonomia para implementar medidas de crescimento ou de âmbito cambial. Estamos presos a uma moeda forte num país fraco, seja ao nível do investimento ou da exportação de bens. É que associada à saída do euro, também estaria atrelada uma renegociação da dívida, atualmente superior a 200 mil milhões de euros.
Resta aos governos atuais continuarem com medidas de austeridade que não incentivam o crescimento do país. Sim, austeridade. Um palavra que este Governo abandonou com os discursos de devolução de poder de compra aos portugueses que depois é "desviado" para o pagamento de impostos indiretos. É por isso que o consumo privado pouco cresce. As regras de Bruxelas a isso obrigam, por muita volta que se dê.
A saída de Portugal do euro, não tenhamos dúvidas, teria inicialmente um impacto desastroso e duvido que os portugueses estivessem dispostos a pagá-lo. O primeiro desastre seriam as poupanças que cada português tem no banco. Ou seja, se agora fosse decidido um "portuexit" do euro, mesmo que negociado a um prazo alargado com os parceiros, quem tivesse 100 euros no banco corria o risco de passar a ter 70 a 50 euros, ou seja uma desvalorização de 30% a 50%.
Seguir-se-ia uma subida vertiginosa das taxas de juro da dívida pública com efeitos imprevisíveis. É que já não teríamos a almofada de pertencer à região dos países mais ricos. E como precisamos do dinheiro estrangeiro para nos financiarmos... seria uma tragédia.
Outra consequência perversa seria a inflação. Provavelmente dispararia para valores pré-União Europeia, em que chegámos a ultrapassar os 20% ao ano. Nos dias de hoje está nos 0,6%.
Já para não falar no sistema bancário. Altamente dependente do sistema financeiro internacional, o seu financiamento ficaria em causa com uma moeda que poderia valer metade da atual e sem poder recorrer ao Banco Central Europeu em caso de emergência. Entre estas duas soluções, Passos poderia ter razão quanto à vinda do Diabo. É caso para dizer, venha o Diabo e escolha.
* EDITOR-EXECUTIVO
António José Gouveia *
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