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Estratégias de crescimento suportadas no consumo ou no investimento
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Estratégias de crescimento suportadas no consumo ou no investimento
Quando a aposta é na prevalência do investimento sobre o consumo, a resposta da economia é, normalmente, mais lenta, mas mais duradoura; quando se aposta mais no consumo, obtém-se, normalmente, uma resposta da economia mais rápida, mas menos sustentável.
Existem duas estratégias básicas, para suportar o crescimento do Produto Interno de um país:
Uma estratégia baseada no Consumo, esperando que o aumento desta variável promova um aumento da produção de bens e serviços nacionais.
Uma estratégia baseada no Investimento, acreditando que este promoverá um aumento da produção de bens e serviços, para o mercado interno e externo.
Os países adoptam, na esmagadora maioria dos casos, um mix entre estas duas estratégias básicas, com um predomínio da primeira, ou da segunda.
Quando a aposta é na prevalência do investimento sobre o consumo, a resposta da economia é, normalmente, mais lenta, mas mais duradoura; quando se aposta mais no consumo, obtém-se, normalmente, uma resposta da economia mais rápida, mas menos sustentável.
O Governo actual apostou numa estratégia suportada quase exclusivamente no consumo, acreditando nos efeitos da dinâmica do mercado doméstico, na sequência dum modelo macroeconómico desenvolvido pelo actual Ministro das Finanças.
O resultado desta estratégia tem sido, infelizmente para o país, muito desanimador.
O consumo, de facto, disparou com a poupança interna a passar para valores negativos, mas o produto interno não cresce, devendo situar-se, o seu crescimento, no corrente ano de 2016, de acordo com projecções internacionais, entre 0,8 e 1,0%.
Em contrapartida, verificou-se um aumento da importação, pelas famílias, de bens duradouros, provocando um agravamento do deficit da balança comercial, que originará, um incremento da dívida externa.
O investimento está a níveis muito baixos, com redução do stock de capital do país, tornando difícil, a prazo, o incremento das exportações, por esgotamento do nosso aparelho produtivo.
O Prof. Daniel Bessa, em artigo recente, recomenda a alteração da estratégia de crescimento adoptada.
Mas será isso possível? Pode o actual governo adoptar uma estratégia de crescimento, baseada no investimento?
Tenho as maiores dúvidas sobre a viabilidade desta alteração de estratégia.
Face à ausência de capitais nacionais e às limitações do investimento público a recuperação do investimento teria de ser suportada no investimento estrangeiro.
E, neste momento, é muito difícil convencer os investidores estrangeiros, em particular os fundos de investimento, a investirem em Portugal, pelos seguintes receios, que os mesmos têm expressado, em público e em privado:
Receios sobre a estabilidade da solução política de governo, sobre a estabilidade do sistema financeiro e da notação financeira da DBRS face à degradação dos indicadores económico-financeiros, sobre a alteração do enquadramento laboral com a extensão das 35h ao sector privado produtivo e sobre o incremento da fiscalidade directa e indirecta sobre as empresas e sobre os seus quadros especializados.
Assim, contrariamente ao que pensa o meu amigo Daniel Bessa, não antevejo nenhuma alteração ao actual modelo de crescimento (ou de estagnação) da economia portuguesa.
A não ser que ocorra uma nova ruptura, proveniente do exterior, que nenhum de nós deseja.
Professor Associado Convidado do ISCTE
LUÍS TODO BOM | 05 Setembro 2016, 00:01
Negócios
Existem duas estratégias básicas, para suportar o crescimento do Produto Interno de um país:
Uma estratégia baseada no Consumo, esperando que o aumento desta variável promova um aumento da produção de bens e serviços nacionais.
Uma estratégia baseada no Investimento, acreditando que este promoverá um aumento da produção de bens e serviços, para o mercado interno e externo.
Os países adoptam, na esmagadora maioria dos casos, um mix entre estas duas estratégias básicas, com um predomínio da primeira, ou da segunda.
Quando a aposta é na prevalência do investimento sobre o consumo, a resposta da economia é, normalmente, mais lenta, mas mais duradoura; quando se aposta mais no consumo, obtém-se, normalmente, uma resposta da economia mais rápida, mas menos sustentável.
O Governo actual apostou numa estratégia suportada quase exclusivamente no consumo, acreditando nos efeitos da dinâmica do mercado doméstico, na sequência dum modelo macroeconómico desenvolvido pelo actual Ministro das Finanças.
O resultado desta estratégia tem sido, infelizmente para o país, muito desanimador.
O consumo, de facto, disparou com a poupança interna a passar para valores negativos, mas o produto interno não cresce, devendo situar-se, o seu crescimento, no corrente ano de 2016, de acordo com projecções internacionais, entre 0,8 e 1,0%.
Em contrapartida, verificou-se um aumento da importação, pelas famílias, de bens duradouros, provocando um agravamento do deficit da balança comercial, que originará, um incremento da dívida externa.
O investimento está a níveis muito baixos, com redução do stock de capital do país, tornando difícil, a prazo, o incremento das exportações, por esgotamento do nosso aparelho produtivo.
O Prof. Daniel Bessa, em artigo recente, recomenda a alteração da estratégia de crescimento adoptada.
Mas será isso possível? Pode o actual governo adoptar uma estratégia de crescimento, baseada no investimento?
Tenho as maiores dúvidas sobre a viabilidade desta alteração de estratégia.
Face à ausência de capitais nacionais e às limitações do investimento público a recuperação do investimento teria de ser suportada no investimento estrangeiro.
E, neste momento, é muito difícil convencer os investidores estrangeiros, em particular os fundos de investimento, a investirem em Portugal, pelos seguintes receios, que os mesmos têm expressado, em público e em privado:
Receios sobre a estabilidade da solução política de governo, sobre a estabilidade do sistema financeiro e da notação financeira da DBRS face à degradação dos indicadores económico-financeiros, sobre a alteração do enquadramento laboral com a extensão das 35h ao sector privado produtivo e sobre o incremento da fiscalidade directa e indirecta sobre as empresas e sobre os seus quadros especializados.
Assim, contrariamente ao que pensa o meu amigo Daniel Bessa, não antevejo nenhuma alteração ao actual modelo de crescimento (ou de estagnação) da economia portuguesa.
A não ser que ocorra uma nova ruptura, proveniente do exterior, que nenhum de nós deseja.
Professor Associado Convidado do ISCTE
LUÍS TODO BOM | 05 Setembro 2016, 00:01
Negócios
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