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RÚSSIA: PCP novamente “coerente”
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RÚSSIA: PCP novamente “coerente”
Como explicar que o Avante tenha ignorado as eleições na Rússia? Por causa dos maus resultados do Partido Comunista? Ou por se sentir desconfortável com as críticas desse "partido irmão" a Putin?
Quem lê semanalmente o Avante, órgão do Comité Central do Partido Comunista Português, encontra com frequência notícias positivas sobre a política do Presidente Russo, Vladimir Putin. Ainda esta semana, publica um artigo onde se apoia a política de Putin e Assad na Síria, o que não é novidade, pois tratam-se de duas importantes figuras “anti-imperialistas”.
Porém, os jornalistas do PCP deixaram passar completamente despercebidos os resultados das eleições parlamentares russas, realizadas no passado Domingo. Mas será possível não notar um escrutínio num país onde actua um dos partidos mais numerosos entre as forças políticas da mesma cor no mundo? O Partido Comunista da Federação da Rússia (PCFR) deverá ocupar o 4º lugar, depois dos partidos comunistas na China, Coreia do Norte e Cuba.
Afinal, é possível ignorar, mas não terá sido porque o Rússia Unida, partido de Vladimir Putin e Dmitri Medvedev, obteve uma “estrondosa vitória”, que lhe dá a maioria constitucional.
As razões do silêncio são outras. O Partido Comunista da Federação da Rússia (PCFR), nas palavras do seu dirigente, Guennadi Ziuganov, acusou os dirigentes russos de “falsificações em massa”, o que vem macular a imagem de Vladimir Putin.
Além disso, a votação no PCFR desce de escrutínio em escrutínio, o que também convém encobrir. Mas os números não perdoam: se, em 1999, o PCFR obteve 24,29% dos votos nas eleições para a Duma Estatal (Câmara Baixa) do Parlamento Russo, esse número desceu para 19,19% em 2011 e 13,34% em 2016. Desta vez, os comunistas quase perdiam o segundo lugar para o Partido Liberal-Democrático (populista), que conquistou 13,14%.
Claro que esta queda tem explicações, que os comunistas portugueses esforçam-se para que não se preste atenção a esses insucessos. A primeira é que o Partido Comunista da Federação da Rússia é uma força política colaboracionista com o Kremlin.
Ziuganov e os seus pares fazem apenas oposição nas palavras. Só o colaboracionismo total explica o facto de num país com um partido comunista tão forte não existir um movimento sindical independente. A principal central sindical depende completamente do Kremlin.
A segunda consiste em que o PCFR, em vez de fazer oposição ao poder “fraudulentamente eleito”, “liberal” e “capitalista selvagem”, se dedica à reabilitação do ditador soviético José Estaline e não perde uma oportunidade para propor que Volgogrado se volte a chamar Estalinegrado, embora o nome original dessa cidade seja Tsaritsin, ou para instalar bustos de um dos mais sangrentos carrascos do século XX em várias aldeias, vilas e cidades russas.
Em algumas células desse partido levanta-se até a possibilidade de o PCFR anular as decisões do XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, reunião realizada em 1956 e onde foram desmascarados os numerosos crimes do regime estalinista.
Isto faz com que o Partido Comunista da Federação da Rússia seja um partido cada vez mais “velho”, pouco atraente para as gerações jovens. Estas não vêm razões para aderir a uma forma política conformista e vendida ao poder.
Talvez sejam estas as causas que levaram o Avante a não prestar qualquer atenção ao escrutínio e aos resultados eleitorais dos seus camaradas russos, que enviam sempre uma delegação numerosa e representativa à festa homónima do Partido Comunista Português.
Afinal, onde está a tão badalada coerência? Talvez esteja no artigo “Paz: anseio e direito dos povos”, assinado por Ilda Figueiredo? Aí sim, ao referir-se ao Dia Mundial da Paz, essa conhecida militante fala de numerosos conflitos no mundo, mas não escreve uma palavra sobre os testes nucleares realizados pelo “grande líder” da Coreia do Norte.
José Milhazes
23/9/2016, 18:36
Observador
Quem lê semanalmente o Avante, órgão do Comité Central do Partido Comunista Português, encontra com frequência notícias positivas sobre a política do Presidente Russo, Vladimir Putin. Ainda esta semana, publica um artigo onde se apoia a política de Putin e Assad na Síria, o que não é novidade, pois tratam-se de duas importantes figuras “anti-imperialistas”.
Porém, os jornalistas do PCP deixaram passar completamente despercebidos os resultados das eleições parlamentares russas, realizadas no passado Domingo. Mas será possível não notar um escrutínio num país onde actua um dos partidos mais numerosos entre as forças políticas da mesma cor no mundo? O Partido Comunista da Federação da Rússia (PCFR) deverá ocupar o 4º lugar, depois dos partidos comunistas na China, Coreia do Norte e Cuba.
Afinal, é possível ignorar, mas não terá sido porque o Rússia Unida, partido de Vladimir Putin e Dmitri Medvedev, obteve uma “estrondosa vitória”, que lhe dá a maioria constitucional.
As razões do silêncio são outras. O Partido Comunista da Federação da Rússia (PCFR), nas palavras do seu dirigente, Guennadi Ziuganov, acusou os dirigentes russos de “falsificações em massa”, o que vem macular a imagem de Vladimir Putin.
Além disso, a votação no PCFR desce de escrutínio em escrutínio, o que também convém encobrir. Mas os números não perdoam: se, em 1999, o PCFR obteve 24,29% dos votos nas eleições para a Duma Estatal (Câmara Baixa) do Parlamento Russo, esse número desceu para 19,19% em 2011 e 13,34% em 2016. Desta vez, os comunistas quase perdiam o segundo lugar para o Partido Liberal-Democrático (populista), que conquistou 13,14%.
Claro que esta queda tem explicações, que os comunistas portugueses esforçam-se para que não se preste atenção a esses insucessos. A primeira é que o Partido Comunista da Federação da Rússia é uma força política colaboracionista com o Kremlin.
Ziuganov e os seus pares fazem apenas oposição nas palavras. Só o colaboracionismo total explica o facto de num país com um partido comunista tão forte não existir um movimento sindical independente. A principal central sindical depende completamente do Kremlin.
A segunda consiste em que o PCFR, em vez de fazer oposição ao poder “fraudulentamente eleito”, “liberal” e “capitalista selvagem”, se dedica à reabilitação do ditador soviético José Estaline e não perde uma oportunidade para propor que Volgogrado se volte a chamar Estalinegrado, embora o nome original dessa cidade seja Tsaritsin, ou para instalar bustos de um dos mais sangrentos carrascos do século XX em várias aldeias, vilas e cidades russas.
Em algumas células desse partido levanta-se até a possibilidade de o PCFR anular as decisões do XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, reunião realizada em 1956 e onde foram desmascarados os numerosos crimes do regime estalinista.
Isto faz com que o Partido Comunista da Federação da Rússia seja um partido cada vez mais “velho”, pouco atraente para as gerações jovens. Estas não vêm razões para aderir a uma forma política conformista e vendida ao poder.
Talvez sejam estas as causas que levaram o Avante a não prestar qualquer atenção ao escrutínio e aos resultados eleitorais dos seus camaradas russos, que enviam sempre uma delegação numerosa e representativa à festa homónima do Partido Comunista Português.
Afinal, onde está a tão badalada coerência? Talvez esteja no artigo “Paz: anseio e direito dos povos”, assinado por Ilda Figueiredo? Aí sim, ao referir-se ao Dia Mundial da Paz, essa conhecida militante fala de numerosos conflitos no mundo, mas não escreve uma palavra sobre os testes nucleares realizados pelo “grande líder” da Coreia do Norte.
José Milhazes
23/9/2016, 18:36
Observador
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