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Mirai os Miró
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Mirai os Miró
Conhecem o triângulo formado por Barcelona, Palma de Maiorca e Porto? Não? É uma espécie de Triângulo das Bermudas onde desaparece o bom senso e a noção das proporções. Mas há uma boa razão para não o conhecerem, é que ainda lhe falta um vértice, o Porto, mas está prometido para breve.
Em Barcelona, cidade onde nasceu Juan Miró, o importante pintor surrealista tem obras expostas na Fundació Juan Miró. Em Palma de Maiorca, a sua cidade adotiva, foi criada a Fundació Pilar i Joan Miró, que inclui um estúdio usado pelo artista até à sua morte e um museu com obras suas. Agora, não sabe bem com que nome, nem onde, a Cidade Invicta vai ter o seu museu Miró.
De qualquer forma, a decisão parece tomada, até porque António Costa não poderia ter sido mais assertivo: "O Governo já tomou a decisão de fixar definitivamente na cidade Porto a famosa coleção dos quadros Miró, de forma a que possa ter um novo polo, que ajude a reforçar a atratividade notável que tem vindo a ter ao longo dos últimos anos". Esta afirmação, associada à ideia de que cabe à autarquia portuense encontrar um local para as obras, faz pensar que vamos ter um local de exibição permanente dos Mirós o que, a acontecer, se afigura um disparate épico.
Consigo alinhar com aqueles que defenderam que Passos Coelho não deveria vender as 85 obras reunidas pelo falido BPN, por qualquer coisa como 35 milhões de euros. Mesmo em crise, a cultura é uma riqueza que devemos preservar porque é um excelente investimento de futuro. Mas, a não ser que se pense que um museu são paredes onde se penduram obras, não consigo perceber como é possível aceitar que se venha a investir na criação de uma estrutura permanente para expor as obras de Miró.
Não num tempo e numa cidade onde duas das suas mais importantes instituições culturais - Casa da Música e Museu de Serralves - continuam sujeitas a cortes das subvenções que haviam sido acordadas com o Estado. Não numa cidade onde instituições nacionais como o Museu Soares dos Reis ou o Centro Português de Fotografia têm de fazer magia para se manter à tona da água. Não numa urbe que não tem um museu da cidade, esse sim de procura garantida pelos turistas.
Com isto não quero deixar de louvar o gesto, infelizmente raro, neste país centralista, de se escolher a cidade do Porto para albergar este acervo. Mas prossiga-se este caminho de bom senso e deixem as obras ficar em Serralves, que é instituição certa para as rentabilizar sem que isso signifique mais custos para nós.
* SUBDIRETOR
David Pontes*
Hoje às 00:04
Jornal de Notícias
Em Barcelona, cidade onde nasceu Juan Miró, o importante pintor surrealista tem obras expostas na Fundació Juan Miró. Em Palma de Maiorca, a sua cidade adotiva, foi criada a Fundació Pilar i Joan Miró, que inclui um estúdio usado pelo artista até à sua morte e um museu com obras suas. Agora, não sabe bem com que nome, nem onde, a Cidade Invicta vai ter o seu museu Miró.
De qualquer forma, a decisão parece tomada, até porque António Costa não poderia ter sido mais assertivo: "O Governo já tomou a decisão de fixar definitivamente na cidade Porto a famosa coleção dos quadros Miró, de forma a que possa ter um novo polo, que ajude a reforçar a atratividade notável que tem vindo a ter ao longo dos últimos anos". Esta afirmação, associada à ideia de que cabe à autarquia portuense encontrar um local para as obras, faz pensar que vamos ter um local de exibição permanente dos Mirós o que, a acontecer, se afigura um disparate épico.
Consigo alinhar com aqueles que defenderam que Passos Coelho não deveria vender as 85 obras reunidas pelo falido BPN, por qualquer coisa como 35 milhões de euros. Mesmo em crise, a cultura é uma riqueza que devemos preservar porque é um excelente investimento de futuro. Mas, a não ser que se pense que um museu são paredes onde se penduram obras, não consigo perceber como é possível aceitar que se venha a investir na criação de uma estrutura permanente para expor as obras de Miró.
Não num tempo e numa cidade onde duas das suas mais importantes instituições culturais - Casa da Música e Museu de Serralves - continuam sujeitas a cortes das subvenções que haviam sido acordadas com o Estado. Não numa cidade onde instituições nacionais como o Museu Soares dos Reis ou o Centro Português de Fotografia têm de fazer magia para se manter à tona da água. Não numa urbe que não tem um museu da cidade, esse sim de procura garantida pelos turistas.
Com isto não quero deixar de louvar o gesto, infelizmente raro, neste país centralista, de se escolher a cidade do Porto para albergar este acervo. Mas prossiga-se este caminho de bom senso e deixem as obras ficar em Serralves, que é instituição certa para as rentabilizar sem que isso signifique mais custos para nós.
* SUBDIRETOR
David Pontes*
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