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O maestro e os seus ilusionistas
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O maestro e os seus ilusionistas
É bom começar por registar a ironia democrática de serem o PCP e o Bloco de Esquerda co-responsáveis pelos défices orçamentais mais baixos de que temos memória. A confirmar: 2,4% neste ano e 1,6% em 2017. Pode até ficar a ideia, entre os mais distraídos, que comunistas e bloquistas se renderam à submissão imposta por Bruxelas. Mas não, pelo menos os cartazes do PCP contra a chantagem e a submissão continuam espalhados por Lisboa.
A geringonça é, aliás, em todo o seu esplendor a arte do possível. Mas não se enganem os críticos desta solução governativa. Toda a gente tem levado a água ao seu moinho. O PS governa, sem que Bruxelas se tenha voltado a incomodar com o défice, o Bloco está a fazer estágio rumo a um futuro governativo e o PCP recupera poder para os seus sindicatos, que o vão recebendo sem fazer muito barulho. Todos juntos têm reposto o rendimento da maioria dos portugueses e o que as sondagens mostram é que há uma larga maioria do eleitorado que os apoia.
Há uma narrativa política que é difícil de entender, mas que tem funcionado às mil maravilhas. O PCP, por exemplo, põe na praça pública que quer aumentos de dez euros para todas as pensões já em Janeiro. Depois, só consegue dez euros para uma parte dos pensionistas e só a partir de Agosto, mas, mesmo assim, canta vitória. O Bloco é peremptório na defesa do fim da sobretaxa para todos no dia 1 de Janeiro, mas depois o fim da sobretaxa é aos bochechos e os bloquistas batem palmas.
Há, no meio disto tudo, um maestro que não pára de surpreender. A capacidade de António Costa para fazer uns e outros engolir sapos como quem toma um xarope é de mestre. Na verdade, Merkel e a sua Comissão Europeia estão tão convencidos com o nosso primeiro-ministro como estão PCP e Bloco. É o que é e, não havendo outra coisa, é o melhor.
O Orçamento não é nenhuma obra de arte, mas volta a repor rendimento a muitos portugueses. A economia não cresce como devia, mas o emprego não pára de subir. A despesa social aumenta e a receita de impostos também, mas o défice continua a baixar.
O país não ata nem desata, mas o que pode verdadeiramente correr mal nem é responsabilidade directa da geringonça. O problema da banca é estrutural e vem de trás.
É caso para citar Marques Mendes, na versão contrária à de Luís Montenegro: "O país está pior, mas os portugueses estão melhor." Vivemos numa ilusão, mas não nos importamos porque vivemos vários anos um grande pesadelo.
Siga a festa!
16 DE OUTUBRO DE 2016
00:00
Paulo Baldaia
Diário de Notícias
A geringonça é, aliás, em todo o seu esplendor a arte do possível. Mas não se enganem os críticos desta solução governativa. Toda a gente tem levado a água ao seu moinho. O PS governa, sem que Bruxelas se tenha voltado a incomodar com o défice, o Bloco está a fazer estágio rumo a um futuro governativo e o PCP recupera poder para os seus sindicatos, que o vão recebendo sem fazer muito barulho. Todos juntos têm reposto o rendimento da maioria dos portugueses e o que as sondagens mostram é que há uma larga maioria do eleitorado que os apoia.
Há uma narrativa política que é difícil de entender, mas que tem funcionado às mil maravilhas. O PCP, por exemplo, põe na praça pública que quer aumentos de dez euros para todas as pensões já em Janeiro. Depois, só consegue dez euros para uma parte dos pensionistas e só a partir de Agosto, mas, mesmo assim, canta vitória. O Bloco é peremptório na defesa do fim da sobretaxa para todos no dia 1 de Janeiro, mas depois o fim da sobretaxa é aos bochechos e os bloquistas batem palmas.
Há, no meio disto tudo, um maestro que não pára de surpreender. A capacidade de António Costa para fazer uns e outros engolir sapos como quem toma um xarope é de mestre. Na verdade, Merkel e a sua Comissão Europeia estão tão convencidos com o nosso primeiro-ministro como estão PCP e Bloco. É o que é e, não havendo outra coisa, é o melhor.
O Orçamento não é nenhuma obra de arte, mas volta a repor rendimento a muitos portugueses. A economia não cresce como devia, mas o emprego não pára de subir. A despesa social aumenta e a receita de impostos também, mas o défice continua a baixar.
O país não ata nem desata, mas o que pode verdadeiramente correr mal nem é responsabilidade directa da geringonça. O problema da banca é estrutural e vem de trás.
É caso para citar Marques Mendes, na versão contrária à de Luís Montenegro: "O país está pior, mas os portugueses estão melhor." Vivemos numa ilusão, mas não nos importamos porque vivemos vários anos um grande pesadelo.
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