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Querem recrutar deuses numa ilha deserta?
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Querem recrutar deuses numa ilha deserta?
Entramos então naquela fase em que não há nada que Rocha Andrade diga que não seja considerado uma enorme patetice. Resultam sempre daqui as óbvias conclusões seguintes: que é uma peça muito frágil no governo, que só complica a vida ao primeiro-ministro, que deveria demitir-se ou ser demitido o mais rapidamente possível (ou o mais tardar depois de aprovado o Orçamento do Estado para 2017).
É claro que a maior parte das pessoas que dizem isto e que fazem do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais um saco de areia onde treinam boxe político sempre que ele abre a boca se estão completamente nas tintas para as condições em que os atuais governantes - todos eles - exercem o seu mandato. Trata-se portanto de uma falsa preocupação, ou seja, de cinismo puro e duro - e convinha que o comentariado jornalístico também o soubesse dizer, não alinhando no jogo político ao ponto de se tornar uma parte desse jogo, alinhando por um dos lados.
Alguém verdadeiramente julgará que a direção do PSD estará verdadeiramente preocupada porque há um secretário de Estado que fragiliza o primeiro-ministro? Estaria preocupada se o governo fosse do PSD. Não sendo, está-se nas tintas. Provavelmente o que lhe dá mais jeito é mesmo que Rocha Andrade permaneça firme e hirto no seu posto - e isso, curiosamente, é o que António Costa também quer. Enfim: parece aqui haver conflito quando na verdade não há conflito nenhum.
Na verdade, não há nada de extraordinário no que ontem Rocha Andrade disse sobre os conflitos de interesses que cada pessoa leva consigo sempre que aceita um cargo político. É evidentemente óbvio que isso acontece com todos os membros do governo - deste governo, dos anteriores, dos futuros.
Seria mesmo preciso serem deuses recrutados numa ilha deserta onde tivessem vivido a vida toda para que isso não acontecesse.
Um membro do governo não pode por exemplo decidir em matérias que envolvam familiares - e não há ninguém que não tenha familiares. Ou perante empresas com as quais se tenha eventualmente relacionado. Dando um exemplo concreto: escusado será dizer que o primeiro-ministro não pode pôr a sua chancela em nada que envolva o grupo Impresa (o grupo de comunicação social de Pinto Balsemão) visto que o seu irmão, o jornalista Ricardo Costa, tem ali uma importante função hierárquica. É do conhecimento público.
Admito que Rocha Andrade poderia ter-se expressado melhor. Só que indo por esse caminho teremos de reconhecer então que o problema é formal. Portanto: não é substantivo. Logo: é um problema menor. Fica a dúvida: se há um problema maior - o OE 2017 - porque quer o PSD que nos foquemos num problema menor?
20 DE OUTUBRO DE 2016
00:00
João Pedro Henriques
Diário de Notícias
É claro que a maior parte das pessoas que dizem isto e que fazem do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais um saco de areia onde treinam boxe político sempre que ele abre a boca se estão completamente nas tintas para as condições em que os atuais governantes - todos eles - exercem o seu mandato. Trata-se portanto de uma falsa preocupação, ou seja, de cinismo puro e duro - e convinha que o comentariado jornalístico também o soubesse dizer, não alinhando no jogo político ao ponto de se tornar uma parte desse jogo, alinhando por um dos lados.
Alguém verdadeiramente julgará que a direção do PSD estará verdadeiramente preocupada porque há um secretário de Estado que fragiliza o primeiro-ministro? Estaria preocupada se o governo fosse do PSD. Não sendo, está-se nas tintas. Provavelmente o que lhe dá mais jeito é mesmo que Rocha Andrade permaneça firme e hirto no seu posto - e isso, curiosamente, é o que António Costa também quer. Enfim: parece aqui haver conflito quando na verdade não há conflito nenhum.
Na verdade, não há nada de extraordinário no que ontem Rocha Andrade disse sobre os conflitos de interesses que cada pessoa leva consigo sempre que aceita um cargo político. É evidentemente óbvio que isso acontece com todos os membros do governo - deste governo, dos anteriores, dos futuros.
Seria mesmo preciso serem deuses recrutados numa ilha deserta onde tivessem vivido a vida toda para que isso não acontecesse.
Um membro do governo não pode por exemplo decidir em matérias que envolvam familiares - e não há ninguém que não tenha familiares. Ou perante empresas com as quais se tenha eventualmente relacionado. Dando um exemplo concreto: escusado será dizer que o primeiro-ministro não pode pôr a sua chancela em nada que envolva o grupo Impresa (o grupo de comunicação social de Pinto Balsemão) visto que o seu irmão, o jornalista Ricardo Costa, tem ali uma importante função hierárquica. É do conhecimento público.
Admito que Rocha Andrade poderia ter-se expressado melhor. Só que indo por esse caminho teremos de reconhecer então que o problema é formal. Portanto: não é substantivo. Logo: é um problema menor. Fica a dúvida: se há um problema maior - o OE 2017 - porque quer o PSD que nos foquemos num problema menor?
20 DE OUTUBRO DE 2016
00:00
João Pedro Henriques
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