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O Investimento estratégico chinês aguarda pela estratégia portuguesa
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O Investimento estratégico chinês aguarda pela estratégia portuguesa
Portugal pode ter na China um dos seus principais parceiros extra-comunitários, a contribuir decisivamente para o crescimento económico, a receita é simples: captar investimento directo para sectores produtivos e estratégicos e procurar acelerar o aumento das exportações de diversos bens e serviços
A CHINA reconhece ter em Portugal uma antiga e valiosa amizade. Portugal oferece aos investidores a segurança do espaço comunitário, uma economia aberta e descapitalizada, com activos de valor competitivo face aos concorrentes europeus diretos, a mais-valia de muitas empresas possuírem relações e posições vantajosas em regiões do mundo lusófono, ou simbólicas quotas de mercado em maturadas economias que acolhem diáspora portuguesa. O tecido económico é frágil e pequeno, mas variado, a indústria de serviços é sofisticada, há metalomecânica e indústria agro-alimentar, há tecnologias de informação e há turismo, há têxtil e calçado, etc., até recursos naturais! O investidor chinês aqui compra barato, em segurança, adquire know-how e reputação, fica com pé na Europa e outro na lusofonia e ainda ganha um visto. O português recebe capital, mantém a gestão, aumenta a empregabilidade, expande para a Ásia... A China sabe isso tudo e Fosun, Haitong, State Grid, China Three Gorges ou Sinopec estão já a colher frutos dos investimentos em empresas lusas de diversas áreas e, além dos activos e know-how adquiridos, estão agora presentes em latitudes que vão dos EUA a Espanha, do Brasil ao Reino Unido, de Moçambique a França, de Angola a Macau. Mas a China também agradeceria a Portugal a apresentação de oportunidades fora do seu quadro restrito de interesses nucleares sobre activos estratégicos. Tem sido com um espírito cooperante e sensível às necessidades dos parceiros que as orientações políticas têm acompanhado os seus investimentos em todo o mundo – coordenados por agentes económicos do sector público e privado que comandam a expansão internacional do Império do Meio. Todavia, em Portugal – com quem a China assinou há 10 anos uma “Parceria Estratégica Global” virtuosa, mas artesanal e já datada, e onde possui um singular capital de confiança política, sedimentado no vínculo histórico de Macau –, desconhece-se uma linha coerente de abordagem político-económica inter-partidária, que apele com objectividade à participação de investimento chinês em projectos estratégicos nacionais. É o Porto de Sines? Ligado a uma plataforma logística aeroportuária em Beja? É a ligação ferroviária de altavelocidade a Espanha? Para escoar mercadorias de um grande centro de exportadores chineses? É um consórcio para financiar o novo aeroporto internacional? Um hub para os milhões de chineses que cada vez mais viajarão para África e para as Américas? É um cluster de I&D em Braga ou Aveiro? Ou de serviços financeiros numa Manhattan de Cacilhas? Ou é apenas o Novo Banco? Quem sabe? Muitos de nós já não contam as vezes que ao longo das últimos 20 anos importantes delegações Chinesas de deslocaram ao Porto de Sines... Pergunte-se por que razão as coisas não avançaram. Ou porquê Stanley Ho nunca arrastou até Portugal uma avalanche de magnatas de Hong Kong. Talvez pela mesma razão que conduziu uma recente legislação para investimento privado que podia ser interessante, traduzir-se numa mercearia de vistos dourados que projecta uma pobre caricatura do país. Captar investimento estrangeiro estruturante e produtivo, gerador de conhecimento, novos empregos, bens e serviços transacionais é um trabalho de fundo (e não se regista há mais de 5 anos – aquisições não contam), obriga a definir prioridades e objectivos estratégicos em consenso alargado: identificar regiões, sectores, activos, fazer escolhas. É preciso calcular com rigor o efeito multiplicador, definir contrapartidas e conseguir impô-las. Por fim,saber encontrar o tipo de investidor pretendido, procurar criar-lhe motivação, incentivos e manter as regras: estabilizar o quadro legal e fiscal, não mudar ao sabor do vento do executivo, da agência ou do membro do Governo que tutela o assunto. Os investidores da Chinaagradecerão. Os outros também.
Sérgio Martins Alves
Secretário-Geral CCILC
CÂMARA DO COMÉRCIO E INDÚSTRIA LUSO-CHINESA
A CHINA reconhece ter em Portugal uma antiga e valiosa amizade. Portugal oferece aos investidores a segurança do espaço comunitário, uma economia aberta e descapitalizada, com activos de valor competitivo face aos concorrentes europeus diretos, a mais-valia de muitas empresas possuírem relações e posições vantajosas em regiões do mundo lusófono, ou simbólicas quotas de mercado em maturadas economias que acolhem diáspora portuguesa. O tecido económico é frágil e pequeno, mas variado, a indústria de serviços é sofisticada, há metalomecânica e indústria agro-alimentar, há tecnologias de informação e há turismo, há têxtil e calçado, etc., até recursos naturais! O investidor chinês aqui compra barato, em segurança, adquire know-how e reputação, fica com pé na Europa e outro na lusofonia e ainda ganha um visto. O português recebe capital, mantém a gestão, aumenta a empregabilidade, expande para a Ásia... A China sabe isso tudo e Fosun, Haitong, State Grid, China Three Gorges ou Sinopec estão já a colher frutos dos investimentos em empresas lusas de diversas áreas e, além dos activos e know-how adquiridos, estão agora presentes em latitudes que vão dos EUA a Espanha, do Brasil ao Reino Unido, de Moçambique a França, de Angola a Macau. Mas a China também agradeceria a Portugal a apresentação de oportunidades fora do seu quadro restrito de interesses nucleares sobre activos estratégicos. Tem sido com um espírito cooperante e sensível às necessidades dos parceiros que as orientações políticas têm acompanhado os seus investimentos em todo o mundo – coordenados por agentes económicos do sector público e privado que comandam a expansão internacional do Império do Meio. Todavia, em Portugal – com quem a China assinou há 10 anos uma “Parceria Estratégica Global” virtuosa, mas artesanal e já datada, e onde possui um singular capital de confiança política, sedimentado no vínculo histórico de Macau –, desconhece-se uma linha coerente de abordagem político-económica inter-partidária, que apele com objectividade à participação de investimento chinês em projectos estratégicos nacionais. É o Porto de Sines? Ligado a uma plataforma logística aeroportuária em Beja? É a ligação ferroviária de altavelocidade a Espanha? Para escoar mercadorias de um grande centro de exportadores chineses? É um consórcio para financiar o novo aeroporto internacional? Um hub para os milhões de chineses que cada vez mais viajarão para África e para as Américas? É um cluster de I&D em Braga ou Aveiro? Ou de serviços financeiros numa Manhattan de Cacilhas? Ou é apenas o Novo Banco? Quem sabe? Muitos de nós já não contam as vezes que ao longo das últimos 20 anos importantes delegações Chinesas de deslocaram ao Porto de Sines... Pergunte-se por que razão as coisas não avançaram. Ou porquê Stanley Ho nunca arrastou até Portugal uma avalanche de magnatas de Hong Kong. Talvez pela mesma razão que conduziu uma recente legislação para investimento privado que podia ser interessante, traduzir-se numa mercearia de vistos dourados que projecta uma pobre caricatura do país. Captar investimento estrangeiro estruturante e produtivo, gerador de conhecimento, novos empregos, bens e serviços transacionais é um trabalho de fundo (e não se regista há mais de 5 anos – aquisições não contam), obriga a definir prioridades e objectivos estratégicos em consenso alargado: identificar regiões, sectores, activos, fazer escolhas. É preciso calcular com rigor o efeito multiplicador, definir contrapartidas e conseguir impô-las. Por fim,saber encontrar o tipo de investidor pretendido, procurar criar-lhe motivação, incentivos e manter as regras: estabilizar o quadro legal e fiscal, não mudar ao sabor do vento do executivo, da agência ou do membro do Governo que tutela o assunto. Os investidores da Chinaagradecerão. Os outros também.
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