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O mar, os negócios e a competitividade

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Mensagem por Admin Sex Out 21, 2016 10:05 am

A vocação atlântica sempre esteve presente mas, mais do que nunca, é preciso percebê-la e aproveitá-la de forma racional. Ter mais espaço territorial nada significa se não for convenientemente explorado

A economia do mar, ou economia azul, vale 8  mil milhões de euros, cerca de 3,1% do PIB e, esta semana, Miguel Albuquerque, o presidente do Governo Regional da Madeira, voltou – num evento do ICPT – a ligar o mar e o Atlântico ao desenvolvimento do país e á competitividade. Também recentemente o secretário de Estado da tutela, José Apolinário fala em economia azul e nos três grandes vetores e que para além da própria economia, envolve a soberania e o conhecimento. Mas o que está em causa?

Essencialmente o futuro do país e um potencial enorme para os próximos 30 a 40 anos. E o que é o Atlântico? Uma das maiores plataformas do mundo para a atividade comercial. E o que tem Portugal? Essencialmente uma mega plataforma de 3,8 milhões de Km2 a partir de 2018, onde é possível obter recursos minerais e alimentares, ou até farmacêuticos.

Ora Portugal tem uma posição central no Atlântico e tem de tirar vantagem dessa posição que, sendo periférica, pode ser usada como hub para a ligação ao Magreb, a África ou às Américas. Miguel Albuquerque defendia o posicionamento estratégico da Madeira, alargando as mesmas ideias a todo o território nacional.

Pode-se dizer que a ideia não é nova, mas é necessário insistir nela e ainda recentemente o mesmo governante dizia num seminário que uma das apostas para promover o setor “será o programa Mar 2020 e a criação de um Fundo Azul para alavancar investimentos ligados a start ups para a área do mar”.

E quando se fala em investimento e nas necessidades de grandes volumes de fundos é preciso aproveitar a massa continental alargada que ficará disponível. O objetivo é claro e ainda no início do ano, o economista e presidente do Fórum Atlântico, António Nogueira Leite, afirmava que a indústria do mar deve aumentar a contribuição para o PIB em 50% até 2020. Na altura e no âmbito de um roadshow da Aicep afirmava que o grande constrangimento para o crescimento é a “legislação excessiva”. De qualquer forma, o tema está relançado pelo repsosável da Madeira, que aproveitou o evento do ICPT para revelar uma série de iniciativas que estão a conduzir à diversificação da economia regional. Dentro dos pilares definidos pelo Governo é possível também construir novas áreas de negócio e deixemo-nos da ideia de que não somos capazes ou de que a economia ligada ao mar é difícil.

O desenvolvimento de projetos em águas ultra profundas é um dos temas fortes desta discussão, mas antes de chegarmos lá, há que apostar na indústria piscícola e conserveira, assim como em toda a indústira do turismo ligada ao mar. Antes dos grandes investimentos, há as opções mais baratas e fáceis. Passar do potencial à ação é a parte mais difícil e as palavras são do mesmo economista. Não tentar é um erro, não apostar é uma má decisão, e não aproveitar o que temos pela frente não faz sentido.

A vocação atlântica sempre esteve presente mas, mais do que nunca, é preciso percebê-la e aproveitá-la de forma racional. Ter mais espaço territorial nada significa se não for convenientemente explorado. Voltaremos ao tema com frequência.

Vítor Norinha
 00:05
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