IP ENGENHARIA, EMPRESA DO GRUPO IP, DESENVOLVE CATENÁRIA PARA 300 KM/H

Foi concluído o processo de Verificação CE da Conformidade do Componente de Interoperabilidade "Catenária" no âmbito do Subsistema Energia do Sistema Ferroviário da União com o envio formal pela entidade certificadora da "Declaração de Verificação Intermédia" de interoperabilidade, referente à fase de conceção, para um sistema de catenária da IP apto para velocidades até 300 km/h.
 
O novo sistema foi idealizado e concebido pela equipa de Catenária da IP Engenharia, no âmbito da preparação e desenvolvimento do projeto da nova ligação Évora-Caia.


O processo de Verificação CE, iniciado em dezembro de 2015 e concluído a seis de setembro, contou com a participação dos técnicos da especialidade de Catenária do Grupo IP (atualmente integrados na IP E e na Direção de Engenharia e Ambiente) na conceção e especificação desta nova catenária e desenvolvimento da documentação técnica.
 
Contou ainda com a APNFC como Organismo Notificado (entidade certificadora) e com a SNCF na execução das simulações de comportamento dinâmico da catenária com base em software informático certificado de acordo com as normas Europeias.
 
Ao ultrapassar com sucesso mais uma fase deste processo de certificação, manifesta-se a competência técnica de engenharia e a vontade existentes no Grupo IP em abraçar novos desafios e contribuir activamente para o desenvolvimento tecnológico e para a melhoria do desempenho e gestão da Rede Ferroviária Nacional (RFN).
 
Uma vez que o projeto da nova ligação Évora-Caia, está sujeito aos requisitos das Especificações Técnicas de Interoperabilidade (ETI), designadamente para o subsistema Energia (Regulamento EU nº 1301/2014), que obrigam a projetar e instalar um sistema de catenária certificado, tendo como pressuposto níveis de desempenho aptos para velocidades iguais ou superiores a 250 km/h, identificou-se a necessidade de desenvolvimento de um novo sistema de catenária que desse resposta simultaneamente a estes dois vetores.
 
Atualmente a IP dispõe de sistemas de catenária para velocidades de projeto até 220 km/h (LP10 até 120 km/h e LP12 até 220 km/h). Neste sentido, estabeleceu-se como objetivo uma velocidade máxima de 300 km/h, tendo por base as características dos sistemas de catenária existentes na IP.


Os sistemas de catenária em uso na Rede Ferroviária Nacional (RFN) são compostos por mais de 980 peças distintas e suportados por aproximadamente 500 desenhos técnicos de princípio.
 
Considerando o elevado número e variedade de peças utilizadas nas catenárias da RFN, o desenvolvimento de uma nova catenária com características idênticas aos sistemas em uso, que garanta a partilha alargada de componentes e uniformidade com as catenárias existentes é da maior relevância.
 
Por outro lado, foi também definido o objetivo de desenvolvimento de novos componentes intermutáveis com os atualmente em uso, promovendo-se assim a futura renovação e evolução dos sistemas existentes.
 
A adoção dos princípios de desenvolvimento referidos atrás confere uniformidade nas catenárias a utilizar na RFN e menores custos de implementação e manutenção das mesmas, decorrente da racionalização na gestão de stocks, na aquisição de peças e materiais e a minimização de dependência em relação a fabricantes.
 
A nova catenária, batizada com o nome "LP300", tem as seguintes características principais:
 

• Sistema de electrificação: 25 kV / 50 Hz;
  
• Velocidade máxima de serviço: 300 km/h;
  
• Fio de contacto: 150 mm2 tracionado a 20 kN;
  
• Cabo de Suporte: 65 mm2 tracionado a 14 kN;
  
• Altura nominal do fio de contacto: 5,30 m;
  
• Braço de chamada curvo com 1300 mm de comprimento.
  

 
As próximas etapas deste processo passam pela conclusão da definição das regras de projeto para esta nova catenária e da especificação de todas as peças e montagens a utilizar, com vista à elaboração do projeto para o troço Évora-Caia, já iniciado.
 
A conclusão da certificação da catenária "LP300" será obtida após a construção de um troço com extensão significativa para realização de ensaios reais à velocidade de serviço.​