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Ana Paula Vitorino quer «que o porto de Lisboa volte a ter brilho no setor da carga»
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Ana Paula Vitorino quer «que o porto de Lisboa volte a ter brilho no setor da carga»
Terminou esta quinta-feira o ciclo de debates promovido pela Administração do Porto de Lisboa (APL) que, todas as semanas deste mês, juntou a comunidade para discutir uma série de temas-chave para o futuro do porto da capital – um futuro que a APL considera que se começa a fazer já hoje.
Os trabalhos do ciclo de debates da APL foram hoje encerrados da melhor forma, com a presença da Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino.
A governante começou por adiantar que o «governo já tem preparado o documento para o aumento da competitividade do setor portuário», acrescentando que este contém «projetos comuns para todos os portos e projetos especializados para cada porto». Isto porque, argumenta, «o desafio não é igual para todos».
«O desafio que se coloca aos portos é muito importante mas o que se coloca ao porto de Lisboa é mais exigente», reforçou Ana Paula Vitorino em alusão a um período difícil nos últimos anos em Lisboa, com evolução negativa e contrastante com aquilo que se verificou noutros portos.
Ana Paula Vitorino recordou a previsão feita pelo governo do qual fazia parte «há dez anos atrás», no qual antecipava um «crescimento de 70%» na contentorizada para a década seguinte. As previsões eram tidas, por muitos, como demasiado otimistas mas, no final, o crescimento nesses dez anos «foi de 180%».
«Só que há aqui um problema: isso não aconteceu em Lisboa!», lembra a Ministra relativamente à evolução no porto da capital, onde se registou um decréscimo de 8% na carga contentorizada.
«Quer da minha parte, quer da parte do Conselho de Administração [da APL], quer da parte de todos os envolvidos, existe um acréscimo de responsabilidade relativamente a todos os outros portos», referiu ainda Ana Paula Vitorino, manifestando um desejo claro: «Que o porto de Lisboa volte a ter o brilho no setor da carga».
Aumento de capacidade como resposta aos maus resultados dos últimos anos
Na ambição de recolocar o porto de Lisboa na rota dos bons resultados e de o tornar novamente grande, Ana Paula Vitorino defendeu a importância dos investimentos como forma de «contrariar a tendência de decréscimo que se verifica no porto de Lisboa».
Mas não é só com investimento e aumento de capacidade que isso se consegue e Ana Paula Vitorino destacou outro ponto vital que espera que se mantenha: «Neste momento, temos um porto com paz social e vergonha para todos nós se não continuar assim».
Solução fluvial é «forma de aumentar capacidade logística»
Ana Paula Vitorino falou também dos avanços relativos ao transporte fluvial em Lisboa – como a CARGO noticiou, o Grupo ETE viu o seu projeto para o terminal de Castanheira do Ribatejo ser aprovado pelas entidades ambientais e prepara-se para investir cinco milhões de euros.
Sobre este ponto, a Ministra lembrou que «Castanheira do Ribatejo e a questão do transporte fluvial já eram prioridades em 2007 porque é forma de aumentar capacidade logística», acrescentando ainda que «o transporte fluvial é uma aposta que será feita e aumentará a competitividade» do porto de Lisboa.
Projeto do terminal no Barreiro «teve a infelicidade de nascer envolto em polémica politica»
Centrando mais a atenção na movimentação de carga contentorizada no porto de Lisboa, Ana Paula Vitorino salientou o interesse, por parte da Yilport, no «aumento de capacidade e eficiência do terminal de Alcântara». E voltou depois o discurso para o outro lado do Tejo.
«O projeto do Barreiro teve a infelicidade de nascer envolto em polémica política», lembrou a governante sobre um tema polémico há alguns anos e que teve vários momentos e várias ideias, nenhuma delas consensual.
«O projeto de hoje não tem nada a ver com a sua configuração inicial e é um projeto absolutamente razoável», salientou - mostrando-se ciente da necessidade de «garantir que os projetos em cima da mesa são exequíveis, do ponto de vista ambiental e do ponto de vista económico-financeiro».
«Assim que seja garantida a viabilidade física [do terminal do Barreiro], será feita uma consulta do mercado para perceber a viabilidade da construção do terminal», salientou ainda a Ministra do Mar, adiantando que «havendo interesse, é porque efetivamente esse terminal é necessário como muitos nos estamos convencidos».
A concluir o tema da carga contentorizada no porto de Lisboa, Ana Paula Vitorino resumiu então em duas vias a intenção do governo de aumentar competitividade e capacidade no porto de Lisboa: «Com o aumento da competitividade e capacidade em Alcântara e com o novo terminal no Barreiro, se este for viável».
Potencial para abastecimento de GNL
A intervenção de Ana Paula Vitorino foi extensa e rica em conteúdo. A governante tem viajado a convite de vários países e isso, segundo adiantou, trouxe-lhe sinais positivos noutro campo específico: o do abastecimento de GNL nos portos nacionais.
«Detectei um interesse que foi ao encontro dos estudos que tínhamos feito», referiu sobre esse tema, acrescentando que há neste campo uma valorização internacional da nossa localização privilegiada. «Também relativamente a isto temos a ganhar e há portos estratégicos, entre os quais Lisboa, que se têm que posicionar como um hub para abastecimento de GNL».
Ana Paula Vitorino enumerou ainda, na sua intervenção, campos de investimento que vê essenciais. Primeiro, e no campo da segurança no porto de Lisboa, lembrou a necessidade de «investimento na modernização do VTS». Depois, e de uma forma mais geral e envolvendo todos os portos nacionais, destacou a importância de «dar um pulo em termos de inovação». «Há 10 anos foi muito importante a JUP mas há que passar para a JUL», referiu, concluindo que «este tema tem de deixar de estar apenas nos planos do governo, tem que ser uma coisa para se levar a sério».
Importância da valorização além-fronteiras
Os portos são uma das ferramentas da globalização e Ana Paula Vitorino salientou, por isso, a importância de valorizar este sistema portuário e logístico português lá fora. Até porque, recorda, nas várias reuniões internacionais que tem tido, poucos têm mostrado conhecimento do que aqui existe de bom ou do que aqui se faz bem.
«Os nossos portos já têm qualidade e eficiência ao nível dos outros portos de Espanha e da Europa e podemos oferecer ainda mais», salientou Ana Paula Vitorino, referindo a importância de marcar presença lá fora através, por exemplo, de um ‘roadshow’ – proposta que já foi apresentada à Associação dos Portos de Portugal (liderada pela presidente do porto de Lisboa), uma ideia que espera «que não seja esquecida».
Depois, não menos importante nesta valorização internacional dos portos nacionais, surgem os países lusófonos. «As ligações aos países da CPLP têm que ser sempre acarinhadas e reforçadas», vincou a governante lembrando que a crise que alguns atravessam encontra paralelo na crise que Portugal também atravessou há pouco tempo.
«Uma boa relação e bom networking com portos da CPLP é um valor acrescentado» para os portos portugueses, concluiu.
28/10/2016
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