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Inovação empresarial: mitos e realidades
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Inovação empresarial: mitos e realidades
A inovação, ao nível das empresas, passou a fazer parte do discurso oficial das entidades públicas, políticas e económicas, com afirmações genéricas, do tipo: "A inovação é fundamental"; " As empresas competitivas precisam de inovar"; "A inovação não é só tecnologia"; "A saída da crise está nas start-ups".
Este tipo de afirmações genéricas, com pouca substância, alimentam um conjunto de mitos sobre a inovação empresarial, que são nocivos para a realidade competitiva das empresas portuguesas.
Os mitos mais significativos (e as respectivas realidades) são os seguintes:
- "A inovação, sem uma base tecnológica, ao nível do marketing e do design, é tão relevante para a competitividade da empresa como a inovação de base tecnológica."
(A primeira permite uma vantagem temporária, só a segunda garante a competitividade a médio e a longo prazo.)
- "É possível manter o posicionamento competitivo duma empresa, só com inovação incremental." (Só a inovação radical responde aos princípios da teoria dos recursos, a base teórica da gestão da inovação.)
- "A inovação individual, não integrada em redes de inovação ou em 'clusters' tecnológicos, mantém a empresa numa base competitiva consistente." (A não integração de uma empresa nas redes de inovação, num "cluster" tecnológico ou numa região de base tecnológica, tornam-na vulnerável ao aparecimento de novas inovações radicais, por outros "players", na sua arena de competição.)
- "A inovação, nas empresas, deve concentrar-se no desenvolvimento de novos produtos e serviços." (Em grande número de unidades produtivas, em particular nas empresas portuguesas, a inovação nos processos é muito mais relevante para o aumento da competitividade das empresas.)
-"A inovação é desenvolvida preferencialmente nas start-ups, pelo que deve ser concentrado o esforço nacional, no apoio a estas unidades." (A inovação mais consistente a nível global é desenvolvida em grandes empresas com departamentos de investigação e desenvolvimento robustos. O esforço nacional devia ser concentrado na atracção dessas empresas para Portugal.)
- "Nos processos de inovação a tecnologia pode ser sempre adquirida no exterior e utilizada directamente pelas empresas adquirentes." (O aproveitamento de fontes externas de tecnologia exige que a empresa adquirente tenha uma capacidade tecnológica e de engenharia que lhe permita endogeneizar o conhecimento.)
Estes mitos, e as declarações genéricas, condicionam a implementação de processos estruturados de gestão da inovação, nas empresas portuguesas.
Estes processos devem concentrar-se nas inovações radicais (fazer diferente), com incorporação de tecnologia e de engenharia, em novos produtos e serviços, mas também em novos processos, fomentando a integração das empresas portuguesas em redes globais de inovação e em "clusters" de base tecnológica.
Este programa ambicioso, que comporta um enorme desafio para os tecnólogos e engenheiros portugueses, é o único caminho que vale a pena trilhar e que mudará o perfil competitivo das nossas empresas.
Professor Associado Convidado do ISCTE
Luís Todo Bom
06 de Novembro de 2016 às 16:00
Negócios
Este tipo de afirmações genéricas, com pouca substância, alimentam um conjunto de mitos sobre a inovação empresarial, que são nocivos para a realidade competitiva das empresas portuguesas.
Os mitos mais significativos (e as respectivas realidades) são os seguintes:
- "A inovação, sem uma base tecnológica, ao nível do marketing e do design, é tão relevante para a competitividade da empresa como a inovação de base tecnológica."
(A primeira permite uma vantagem temporária, só a segunda garante a competitividade a médio e a longo prazo.)
- "É possível manter o posicionamento competitivo duma empresa, só com inovação incremental." (Só a inovação radical responde aos princípios da teoria dos recursos, a base teórica da gestão da inovação.)
- "A inovação individual, não integrada em redes de inovação ou em 'clusters' tecnológicos, mantém a empresa numa base competitiva consistente." (A não integração de uma empresa nas redes de inovação, num "cluster" tecnológico ou numa região de base tecnológica, tornam-na vulnerável ao aparecimento de novas inovações radicais, por outros "players", na sua arena de competição.)
- "A inovação, nas empresas, deve concentrar-se no desenvolvimento de novos produtos e serviços." (Em grande número de unidades produtivas, em particular nas empresas portuguesas, a inovação nos processos é muito mais relevante para o aumento da competitividade das empresas.)
-"A inovação é desenvolvida preferencialmente nas start-ups, pelo que deve ser concentrado o esforço nacional, no apoio a estas unidades." (A inovação mais consistente a nível global é desenvolvida em grandes empresas com departamentos de investigação e desenvolvimento robustos. O esforço nacional devia ser concentrado na atracção dessas empresas para Portugal.)
- "Nos processos de inovação a tecnologia pode ser sempre adquirida no exterior e utilizada directamente pelas empresas adquirentes." (O aproveitamento de fontes externas de tecnologia exige que a empresa adquirente tenha uma capacidade tecnológica e de engenharia que lhe permita endogeneizar o conhecimento.)
Estes mitos, e as declarações genéricas, condicionam a implementação de processos estruturados de gestão da inovação, nas empresas portuguesas.
Estes processos devem concentrar-se nas inovações radicais (fazer diferente), com incorporação de tecnologia e de engenharia, em novos produtos e serviços, mas também em novos processos, fomentando a integração das empresas portuguesas em redes globais de inovação e em "clusters" de base tecnológica.
Este programa ambicioso, que comporta um enorme desafio para os tecnólogos e engenheiros portugueses, é o único caminho que vale a pena trilhar e que mudará o perfil competitivo das nossas empresas.
Professor Associado Convidado do ISCTE
Luís Todo Bom
06 de Novembro de 2016 às 16:00
Negócios
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