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Os perigosos túneis
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Os perigosos túneis
Está em cena um espectáculo degradante nos subterrâneos da ilha
Os túneis não são só os furados que encurtam distâncias. São também as tocas do poder e os esconderijos da política, uns e outros perigosos, logo não recomendáveis, por muito que alguns tentem mostrar serviço e outros procurem a melhor pose para a fotografia.
Um. Os nossos, da ilha, poluídos ou com piso irregular. Uma ameaça para a qualidade de vida. Uma irresponsabilidade com custos a diversos níveis. Um logro que deu de ganhar a uns que, manifestamente, não se importam com as perdas de outros. Tudo isto feito com fundos da Europa e sustentado em parcerias milionárias.
Dois. Os da bola, indisciplinada e violenta. Enquanto o País se diverte a medir a intensidade do cuspo ou do bafo, do escarro ou do vapor, quem devia zelar pelo espectáculo desportivo envolve-se em brigas ou deixa que as agressões entrem em campo. Pior do que dos folhetins inconsequentes saídos do túnel de Alvalade é haver no futebol dito de formação cenas de pancadaria e de desrespeito pela autoridade. Tudo isto pago com verbas que não chegam ao destino final, o fomento de estilos de vida saudáveis.
Três. Os números da euforia que se alimentam de indicadores. A economia portuguesa teve um bom desempenho no terceiro trimestre, mas falta-lhe visão. Há quem queira crescer para além do PIB, de ter investimento público que não se resuma às obras ditadas pelo calendário eleitoral, de não depender de exportações e do turismo, de não ter um orçamento assente em centenas de alterações fiscais e e na instabilidade legislativa?.
Se “Portugal é o melhor aluno”, conforme decreta Pierre Moscovici, que haja então dispensa de provas sistemáticas que sufocam esperanças. E também que se dissipem dúvidas geradas por estatísticas como esta: 9,7% das empresas em Portugal apresentam risco elevado de fechar actividade nos próximos 12 meses, ficando a dever pagamentos aos seus credores.
Quatro. Os da vergonha. Como se erradica a pobreza com migalhas orçamentais? Serão seis euros a mais nas pensões e uma nota de 20 que garantem riqueza nacional? Os do espectáculo degradante. Como se garante um prometido novo hospital na Madeira apenas com metade do dinheiro necessário? E o resto, vem de onde? Em vez de PS e de BE se degladiarem para saber quem mais influenciou o executivo de Lisboa a assumir metade da despesa, não seria mais útil falarem antes sobre a causa comum ou quanto mais não seja para lembrar a António Costa que em Março assumiu 80% dos custos do investimento? É ensurdecedor o ruído sobre a questão do financiamento do hospital, agora com plágios e correrias de última hora que não dignificam quem entra nesse jogo.
Cinco. Os da incerteza. Jorge Sampaio deixou-nos a pensar. Partilhou inquietações e pessimismo. De facto, a corrida para o abismo disputa-se em várias pistas, com vários concorrentes. Do último ensaio e alerta cívico importa reter que “assistimos hoje a perversas destruições de memórias históricas que constituíam até agora acervo intocável do património da humanidade; presenciamos o alastrar de perigosos fundamentalismos, que julgávamos já sepultados pelo progresso comum; e, neste milénio gerador de tantas expectativas, convivemos com a vergonhosa tragédia dos refugiados e migrantes que procuram na Europa uma alternativa à morte, à perseguição, à violência ou à fome, e encontram o Mediterrâneo como sepultura dos seus magros sonhos, reféns de redes de traficantes que continuam a operar com escandalosa impunidade”.
RICARDO MIGUEL OLIVEIRA , DIRECTOR / 20 NOV 2016 / 02:00 H.
Diário de Notícias da Madeira
Os túneis não são só os furados que encurtam distâncias. São também as tocas do poder e os esconderijos da política, uns e outros perigosos, logo não recomendáveis, por muito que alguns tentem mostrar serviço e outros procurem a melhor pose para a fotografia.
Um. Os nossos, da ilha, poluídos ou com piso irregular. Uma ameaça para a qualidade de vida. Uma irresponsabilidade com custos a diversos níveis. Um logro que deu de ganhar a uns que, manifestamente, não se importam com as perdas de outros. Tudo isto feito com fundos da Europa e sustentado em parcerias milionárias.
Dois. Os da bola, indisciplinada e violenta. Enquanto o País se diverte a medir a intensidade do cuspo ou do bafo, do escarro ou do vapor, quem devia zelar pelo espectáculo desportivo envolve-se em brigas ou deixa que as agressões entrem em campo. Pior do que dos folhetins inconsequentes saídos do túnel de Alvalade é haver no futebol dito de formação cenas de pancadaria e de desrespeito pela autoridade. Tudo isto pago com verbas que não chegam ao destino final, o fomento de estilos de vida saudáveis.
Três. Os números da euforia que se alimentam de indicadores. A economia portuguesa teve um bom desempenho no terceiro trimestre, mas falta-lhe visão. Há quem queira crescer para além do PIB, de ter investimento público que não se resuma às obras ditadas pelo calendário eleitoral, de não depender de exportações e do turismo, de não ter um orçamento assente em centenas de alterações fiscais e e na instabilidade legislativa?.
Se “Portugal é o melhor aluno”, conforme decreta Pierre Moscovici, que haja então dispensa de provas sistemáticas que sufocam esperanças. E também que se dissipem dúvidas geradas por estatísticas como esta: 9,7% das empresas em Portugal apresentam risco elevado de fechar actividade nos próximos 12 meses, ficando a dever pagamentos aos seus credores.
Quatro. Os da vergonha. Como se erradica a pobreza com migalhas orçamentais? Serão seis euros a mais nas pensões e uma nota de 20 que garantem riqueza nacional? Os do espectáculo degradante. Como se garante um prometido novo hospital na Madeira apenas com metade do dinheiro necessário? E o resto, vem de onde? Em vez de PS e de BE se degladiarem para saber quem mais influenciou o executivo de Lisboa a assumir metade da despesa, não seria mais útil falarem antes sobre a causa comum ou quanto mais não seja para lembrar a António Costa que em Março assumiu 80% dos custos do investimento? É ensurdecedor o ruído sobre a questão do financiamento do hospital, agora com plágios e correrias de última hora que não dignificam quem entra nesse jogo.
Cinco. Os da incerteza. Jorge Sampaio deixou-nos a pensar. Partilhou inquietações e pessimismo. De facto, a corrida para o abismo disputa-se em várias pistas, com vários concorrentes. Do último ensaio e alerta cívico importa reter que “assistimos hoje a perversas destruições de memórias históricas que constituíam até agora acervo intocável do património da humanidade; presenciamos o alastrar de perigosos fundamentalismos, que julgávamos já sepultados pelo progresso comum; e, neste milénio gerador de tantas expectativas, convivemos com a vergonhosa tragédia dos refugiados e migrantes que procuram na Europa uma alternativa à morte, à perseguição, à violência ou à fome, e encontram o Mediterrâneo como sepultura dos seus magros sonhos, reféns de redes de traficantes que continuam a operar com escandalosa impunidade”.
RICARDO MIGUEL OLIVEIRA , DIRECTOR / 20 NOV 2016 / 02:00 H.
Diário de Notícias da Madeira
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