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A nossa diáspora
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A nossa diáspora
Amanhã será dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. É dia para celebrar Portugal, para recordar Luís Vaz de Camões e não esquecer os nossos compatriotas que estão por esse mundo fora.
Acredito num país que sendo flexível à exigente realidade global, tem saída e entrada de pessoas a um ritmo normal, sabendo simultaneamente cuidar dos que estão e relembrar os que partiram.
É inconcebível que qualquer governante de um país aponte a emigração como caminho de saída ou alternativa única. Quando elegemos alguém para nos representar estamos a passar uma procuração para que cuide do que é nosso. Ora, quem governa um País, precisa de cuidar das nossas finanças, do nosso território, mas também precisa de cuidar das pessoas, sobretudo, das pessoas. Se há activo em que vale a pena apostar, dotar de mais conhecimento e procurar potenciar são os portugueses. Porquê? Porque sem nós, de nada vale ter finanças em ordem, auto-estradas fantásticas e ordenamento do território. É para e com os portugueses que se governa e com eles que se procura criar melhores condições em Portugal.
Posto isto, não deixo de registar os benefícios da emigração. Sair do nosso país deve ser uma opção e não uma necessidade. Conhecer novas culturas, aprender novas técnicas, encontrar lugares que dêem melhor bem-estar faz parte deste mundo global a dois clicks de distância.
No entanto, não podemos ofuscar a realidade. Portugal voltou a ter um fluxo emigratório elevado. Estima-se, nestes três anos, a partida de 200 mil portugueses. O que diferencia esta emigração da do passado? Um maior número de pessoas qualificadas, que, apesar de tudo, não são a maioria dos que emigram. Hoje, assistimos a um êxodo de portugueses, muitos jovens, a partir, com o canudo debaixo do braço à procura de um emprego. Isto é um falhanço enquanto Nação. Mas, os números também apontam para a existência de 5 milhões de portugueses espalhados na nossa Diáspora.
Se malogradamente, no nosso cantinho não conseguimos reter todos os nossos compatriotas, não podemos deixar de criar e manter laços com os que partiram. Foram desiludidos com o nosso País? Não duvido. Mas são portugueses, lusos de sangue e coração. Têm a nossa cultura, a nossa língua e as nossas manhas. Ora, manter um laço, uma ligação, criar uma rede permanente é um activo que não podemos desperdiçar. A exemplo de Israel e Irlanda, que olham para as suas diásporas como activos económicos valiosíssimos, não podemos perder esta mais-valia.
Aqui, não podemos deixar de saudar o Presidente Cavaco Silva, pelo impulso que deu ao tema, mais concretamente com a criação do Prémio Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa e pelo Conselho para a Diáspora Portuguesa. São mecanismos de ligação e de aproximação entre portugueses que, em economias exigentes, procuram vencer. O nosso país não deve perdê-los de vista, nem deixar de comunicar com eles. Ter a possibilidade de saber da existência de um português na Polónia, no Chile ou no Canadá é um passo à frente para qualquer empresa que se queira internacionalizar. São os detalhes, por vezes os mais básicos, como as burocracias e as sensibilidades socioculturais que podem definir o sucesso ou insucesso de entrada de uma empresa lusa num mercado estrangeiro.
E manter a ligação não significa meramente valer-se de, mas também ajudar os portugueses lá fora. E despoletar o interesse desses portugueses ao investimento no nosso País. Já não falo apenas das "velhinhas" remessas, mas de investimentos e de incentivos.
E é aqui que o Estado tem que intervir, como é sua missão. A AICEP e a Rede Diplomática devem estar bem preparadas para prestar os serviços tradicionais aos cidadãos, mas também para reforçar a diplomacia económica. Crucial para os tempos difíceis que Portugal enfrenta.
Portugal não é apenas um rectângulo e algumas ilhas. Portugal está onde estiver um português. Afinal, como dizia Teixeira de Pascoaes, o que nos liga é a Arte de ser Português.
Diogo Agostinho |
7:00 Segunda feira, 9 de junho de 2014
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