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Ganhar a diáspora
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Ganhar a diáspora
A emigração não pára de crescer. Só nos últimos quatro anos emigraram 500 mil. Em todas as famílias há um emigrante.
A emigração portuguesa não pára de crescer.
Só nos últimos quatro anos emigraram 500 mil.
Em todas as famílias há hoje, pelo menos, um emigrante.
E, no entanto, o Estado não tem resposta adequada para o acompanhamento dos portugueses da diáspora.
A nível do governo, os emigrantes são da responsabilidade do Ministro dos Negócios Estrangeiros!
Há ainda quatro deputados para representar cerca de cinco milhões, um terço dos portugueses, o que é absurdo.
E o Corpo Diplomático e Consular, que deveria apoiar as Comunidades, por regra ignora-as.
A um país com um terço da sua população expatriada exigir-se-ia uma rede consular capaz.
Esta deveria consistir em pequenas lojas ou balcões de cidadão onde cada compatriota pudesse tratar de forma expedita de todos os assuntos respeitantes com a administração do seu país.
A par destes serviços, e junto deles, deveriam existir escolas de português para divulgação da língua e da cultura pátria.
Seria uma questão de preservação cultural do País, junto das famílias dos portugueses e de todos os lusodescendentes.
Estas escolas seriam, aliás, maioritariamente rentáveis. Nos casos em que tal se justificasse, pela dimensão local das comunidades, poderia haver escolas com ensino integral em português.
É este, aliás, o modelo doutros países, nomeadamente da ‘Alliance Française’ e da rede de liceus franceses.
Com que meios se implementaria este sistema?
Com aqueles de que o Estado já dispõe: instalações de consulados e embaixadas, bem como os recursos humanos reforçados do Instituto Camões.
Deveria ser peça fundamental nesta estratégia um serviço público de televisão, da responsabilidade da RTP, que permitisse uma ligação permanente a Portugal; bem diferente do que hoje é a maçadora programação da RTP Internacional e RTP África.
Agostinho da Silva defendia que a característica mais marcante do povo português é a universalidade.
Um potencial que o estado português jamais soube interpretar.
E aproveitar. A política nunca percebeu que a nossa alma é bem maior que o nosso chão.
06.06.2015 00:30
PAULO MORAIS
Professor universitário
Correio da Manhã
A emigração portuguesa não pára de crescer.
Só nos últimos quatro anos emigraram 500 mil.
Em todas as famílias há hoje, pelo menos, um emigrante.
E, no entanto, o Estado não tem resposta adequada para o acompanhamento dos portugueses da diáspora.
A nível do governo, os emigrantes são da responsabilidade do Ministro dos Negócios Estrangeiros!
Há ainda quatro deputados para representar cerca de cinco milhões, um terço dos portugueses, o que é absurdo.
E o Corpo Diplomático e Consular, que deveria apoiar as Comunidades, por regra ignora-as.
A um país com um terço da sua população expatriada exigir-se-ia uma rede consular capaz.
Esta deveria consistir em pequenas lojas ou balcões de cidadão onde cada compatriota pudesse tratar de forma expedita de todos os assuntos respeitantes com a administração do seu país.
A par destes serviços, e junto deles, deveriam existir escolas de português para divulgação da língua e da cultura pátria.
Seria uma questão de preservação cultural do País, junto das famílias dos portugueses e de todos os lusodescendentes.
Estas escolas seriam, aliás, maioritariamente rentáveis. Nos casos em que tal se justificasse, pela dimensão local das comunidades, poderia haver escolas com ensino integral em português.
É este, aliás, o modelo doutros países, nomeadamente da ‘Alliance Française’ e da rede de liceus franceses.
Com que meios se implementaria este sistema?
Com aqueles de que o Estado já dispõe: instalações de consulados e embaixadas, bem como os recursos humanos reforçados do Instituto Camões.
Deveria ser peça fundamental nesta estratégia um serviço público de televisão, da responsabilidade da RTP, que permitisse uma ligação permanente a Portugal; bem diferente do que hoje é a maçadora programação da RTP Internacional e RTP África.
Agostinho da Silva defendia que a característica mais marcante do povo português é a universalidade.
Um potencial que o estado português jamais soube interpretar.
E aproveitar. A política nunca percebeu que a nossa alma é bem maior que o nosso chão.
06.06.2015 00:30
PAULO MORAIS
Professor universitário
Correio da Manhã
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