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A “doença” da economia é a sua exposição à Dívida!
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A “doença” da economia é a sua exposição à Dívida!
Nem tudo o que comemos é saudável e na economia nem toda a dívida é saudável. Logo podemos concluir que nem todo o consumo é saudável.
Poderia até solicitar a ajuda a alguns amigos meus, nutricionistas, para se elaborar um plano alimentar para a economia, a fim de esta reduzir o seu colesterol e massa gorda, mas temo que não seria suficiente.
Existe crescimento que é normal e saudável e existe crescimento maligno que pode originar graves desequilíbrios e até a sua rotura total.
Os chamados entendidos na matéria, os bancos centrais e os políticos, vão continuar a ignorar o problema. Vão prosseguir com os seus argumentos, dizendo e afirmando que estamos no caminho para a recuperação.
Podemos concordar ou não, mas é inegável que o stock global de dívida está a aumentar, não a diminuir. Aliás, se analisarmos as maiores economias do mundo, nenhuma está a conseguir reduzir o rácio de dívida/PIB desde 2007. O montante gerado da dívida no mercado também está em máximos de todos os tempos.
Se aceitarmos que temos um problema com a dívida, só existem na minha opinião três maneiras de o solucionarmos.
Primeiro via do crescimento económico. Promover crescimento económico suficiente para servir o pagamento dessa dívida. Infelizmente, já percebemos que o crescimento económico por decreto é impraticável, especialmente dentro da zona Euro, onde caminhamos lentamente para uma depressão.
A segunda hipótese é o default. Esta opção poderá parecer a mais fácil mas existem duas premissas.
Uma delas é que vivemos num sistema monetário baseado na dívida. Todo o dinheiro em circulação foi emprestado por algum banco com dinheiro dos depositantes. Um incumprimento de um grande Estado, no actual sistema, equivaleria a um Armageddon económico.
A outra premissa é que a dívida de uma pessoa é o activo de outra pessoa.
Assim, embora possa parecer “uma boa ideia” para os governos endividados repudiarem a dívida, o efeito colateral seria a falência imediata de todos os fundos de pensões, por exemplo.
A terceira forma é a inflação. Este é um método clássico, já utilizado em outros momentos da nossa história económica. Isto pode explicar de alguma forma porque tanto dinheiro tem sido criado do nada.
A inflação destina-se a diminuir o peso real da dívida. O problema é que não tem funcionado no contexto actual.
Vivemos um momento complexo para quem quer investir e por outro lado vivemos provavelmente a maior experiência de política monetária da história com de taxas de juro miseráveis e actividade económica debilitada.
Vivemos duas realidades paradoxais, de um lado, os activos financeiros encontram-se inflacionados, com os balanços dos bancos a estarem subavaliados, do outro a economia depara-se com graves desequilíbrios estruturais.
As ferramentas ao dispor dos burocratas europeus atingiram o limite. Assim, mais intervenção produz cada vez menos resultado, em alguns casos, até agravando os problemas. Tivemos em Portugal um claro exemplo disso com algumas das medidas da TROIKA.
Uma coisa é certa, ninguém sabe ao certo como irá terminar. Mas um final feliz para esta história não será nada fácil de elaborar, pelo menos se mantivermos as mesmas linhas de orientação.
Por isso recomendo consumir com qualidade e segurança em detrimento da quantidade.
FÁBIO BASTOS / 06 DEZ 2016 / 10:26 H.
Diário de Notícias da Madeira
Poderia até solicitar a ajuda a alguns amigos meus, nutricionistas, para se elaborar um plano alimentar para a economia, a fim de esta reduzir o seu colesterol e massa gorda, mas temo que não seria suficiente.
Existe crescimento que é normal e saudável e existe crescimento maligno que pode originar graves desequilíbrios e até a sua rotura total.
Os chamados entendidos na matéria, os bancos centrais e os políticos, vão continuar a ignorar o problema. Vão prosseguir com os seus argumentos, dizendo e afirmando que estamos no caminho para a recuperação.
Podemos concordar ou não, mas é inegável que o stock global de dívida está a aumentar, não a diminuir. Aliás, se analisarmos as maiores economias do mundo, nenhuma está a conseguir reduzir o rácio de dívida/PIB desde 2007. O montante gerado da dívida no mercado também está em máximos de todos os tempos.
Se aceitarmos que temos um problema com a dívida, só existem na minha opinião três maneiras de o solucionarmos.
Primeiro via do crescimento económico. Promover crescimento económico suficiente para servir o pagamento dessa dívida. Infelizmente, já percebemos que o crescimento económico por decreto é impraticável, especialmente dentro da zona Euro, onde caminhamos lentamente para uma depressão.
A segunda hipótese é o default. Esta opção poderá parecer a mais fácil mas existem duas premissas.
Uma delas é que vivemos num sistema monetário baseado na dívida. Todo o dinheiro em circulação foi emprestado por algum banco com dinheiro dos depositantes. Um incumprimento de um grande Estado, no actual sistema, equivaleria a um Armageddon económico.
A outra premissa é que a dívida de uma pessoa é o activo de outra pessoa.
Assim, embora possa parecer “uma boa ideia” para os governos endividados repudiarem a dívida, o efeito colateral seria a falência imediata de todos os fundos de pensões, por exemplo.
A terceira forma é a inflação. Este é um método clássico, já utilizado em outros momentos da nossa história económica. Isto pode explicar de alguma forma porque tanto dinheiro tem sido criado do nada.
A inflação destina-se a diminuir o peso real da dívida. O problema é que não tem funcionado no contexto actual.
Vivemos um momento complexo para quem quer investir e por outro lado vivemos provavelmente a maior experiência de política monetária da história com de taxas de juro miseráveis e actividade económica debilitada.
Vivemos duas realidades paradoxais, de um lado, os activos financeiros encontram-se inflacionados, com os balanços dos bancos a estarem subavaliados, do outro a economia depara-se com graves desequilíbrios estruturais.
As ferramentas ao dispor dos burocratas europeus atingiram o limite. Assim, mais intervenção produz cada vez menos resultado, em alguns casos, até agravando os problemas. Tivemos em Portugal um claro exemplo disso com algumas das medidas da TROIKA.
Uma coisa é certa, ninguém sabe ao certo como irá terminar. Mas um final feliz para esta história não será nada fácil de elaborar, pelo menos se mantivermos as mesmas linhas de orientação.
Por isso recomendo consumir com qualidade e segurança em detrimento da quantidade.
FÁBIO BASTOS / 06 DEZ 2016 / 10:26 H.
Diário de Notícias da Madeira
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