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Ambientalistas denunciam diminuição "escandalosa" da Reserva Ecológica Nacional
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Ambientalistas denunciam diminuição "escandalosa" da Reserva Ecológica Nacional
Foto: Orlando Almeida/Global Imagens
A associação ambientalista Zero fala em favorecimento de interesses privados e pede uma investigação. As reservas ecológicas de Alcácer do Sal e de Grândola perderam mais de dois terços de território.
As duas reservas ecológicas dos concelhos alentejanos encolheram. A proposta partiu das autarquias e foi aprovada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo com o aval da Agência Portuguesa do Ambiente, mas sem passar pelo crivo do Instituto de Conservação da Natureza (ICN).
Em declarações à TSF, Francisco Ferreira, presidente da associação Zero suspeita que as reservas diminuíram para servir interesses privados. O ambientalista fala em escandalosa delimitação da Reserva Ecológica Nacional (REN).
Francisco Ferreira considera que interesses privados estão na origem da diminuição da REN
No caso de Alcácer do Sal, o corte na área abrangida pela reserva é de 68 por cento - passa de 55.348 para 25.924 hectares, mas excluído o efeito da alteração das regras a nível nacional, referente à Reserva Natural do Estuário do Sado, a redução é ainda mais acentuada, ou seja, para 17.999 hectares.
Em Grândola, a REN diminuiu 76%, de 37.905 para 9.150 hectares. No total, são 66 mil hectares a menos nas duas reservas ecológicas.
A classificação de Reserva Ecológica Nacional é atribuída a áreas que precisam de proteção especial pelo valor que têm. A redefinição das áreas aconteceu em Grândola em 2013 e em Alcácer em 2014, e foi detetada pela Inspeção-Geral da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território.
Francisco Ferreira pede agora ao Ministério do Ambiente que investigue e averigue responsabilidades. O ambientalista pede ainda à tutela a revogação ou a anulação administrativa dos dois despachos.
Francisco Ferreira defende que o Governo tem de investigar e apurar responsabilidades
Em comunicado, a associação defende ainda que devem ser analisados estudos, levantamentos e propostas de promotores imobiliários para que seja averiguado o papel que estes promotores possam ter tido na delimitação das reservas.
A associação Zero teme ainda que Alcácer do Sal e Grândola não sejam casos únicos e pedem que seja realizada uma análise à escala nacional.
17 DE DEZEMBRO DE 2016 - 10:46
TSF
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