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ECONOMIA EM DIA COM A CATÓLICA-LISBON: O futuro do capital privado em Portugal
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ECONOMIA EM DIA COM A CATÓLICA-LISBON: O futuro do capital privado em Portugal
O investimento levado a cabo pelas sociedades ainda é baixo. A participação internacional tem sido insignificante, sobretudo devido ao tamanho reduzido do mercado e às barreiras burocráticas.
Como é do conhecimento geral, o Mercado de capitais privados em Portugal está subdesenvolvido comparativamente com outros países, devido a vários fatores, incluindo a sua curta história, a reduzida dimensão do mercado que leva à falta de liquidez, e a escassa presença de investidores internacionais.
Dados disponibilizados, pelo Invest Europe, a Associação Europeia de Capital Privado & de Capital de Risco, de 2007 até 2015, mostram-nos que em Portugal o Mercado de capital privado é pequeno e que a crise financeira desferiu um duro golpe no mercado com algumas consequências que permanecem muito visíveis.
Como resultado da crise financeira em Portugal, o investimento privado diminuiu, atingindo níveis muito baixos em 2009. A obtenção de capital continua a diminuir, uma tendência que poderá refletir uma prudência contínua dos investidores institucionais no que diz respeito a investimento de risco no país. Os investimentos não atingiram os níveis anteriores à crise e permanecem baixos. Ainda mais relevante é a recente queda acentuada no investimento local pelas empresas estrangeiras de fundos de investimento, o que poderá sugerir uma diminuição da confiança no capital privado pelos investidores estrangeiros. Dados sobre alienações mostram que as empresas de capital privado não encontram com facilidade uma saída para os seus investimentos em Portugal. Aqui, as IPO (Ofertas Públicas Iniciais, do inglês Initial Public Offering) ou as vendas não são formas populares de saída, resultado de um mercado ainda jovem e com uma liquidez limitada.
Os dados mostram ainda, contudo, o surgimento de indícios positivos. As boas notícias vêm dos dados relacionados com investimentos direcionados para empresas emergentes. Enquanto que em 2015 o capital obtido na Europa foi sobretudo utilizado para investir em aquisições (fundos de empresas estabelecidas), Portugal seguiu uma tendência oposta, com uma forte incidência em investimentos com capital de risco (investimentos das empresas emergentes). Em 2015, 40% do investimento foi um investimento com capital de risco; na Europa, no entanto, esse investimento representa apenas 8% do total investido. Esta é uma tendência positiva, mas isto poderá também ser um grande desafio sendo que o investimento com capital de risco também saiu através de trocas comerciais para estabelecer empresas que tenham sido alvo de investimento pela aquisição.
O aumento do crescimento de capital privado em Portugal enfrenta grandes desafios. Por exemplo, pouco foi feito para promover o investimento de capital privado entre potenciais participantes. Investidores institucionais, tal como fundos de pensão e companhias de seguros, limitaram a exposição no mercado de capitais privados, também devido a aspetos regulamentares. O investimento levado a cabo pelas sociedades ainda é baixo. A participação internacional tem sido insignificante, sobretudo devido ao tamanho reduzido do mercado e às barreiras burocráticas.
Sendo que a saída para o investimento com capital privado precisa de ser encorajada, poderá ser interessante para unificar o mercado de e criar um Mercado único na Europa com uma maior liquidez, para facilitar os requisitos para a cotação das empresas emergentes, e criar incentivos fiscais para M&As (Fusões e Aquisições) nas empresas emergentes.
Por último, o futuro desenvolvimento da indústria de capital privado em Portugal deverá ser fortemente sustentado tanto pela iniciativa pública como pela privada. Esta não é uma tarefa fácil, mas pode ser levada a cabo a partir dos indícios positivos que caraterizaram os investimentos com capital de risco.
Assistant Professor na Católica Lisbon School of Business and Economics
Francesco Castellaneta
22/12/2016, 7:18
Observador
Como é do conhecimento geral, o Mercado de capitais privados em Portugal está subdesenvolvido comparativamente com outros países, devido a vários fatores, incluindo a sua curta história, a reduzida dimensão do mercado que leva à falta de liquidez, e a escassa presença de investidores internacionais.
Dados disponibilizados, pelo Invest Europe, a Associação Europeia de Capital Privado & de Capital de Risco, de 2007 até 2015, mostram-nos que em Portugal o Mercado de capital privado é pequeno e que a crise financeira desferiu um duro golpe no mercado com algumas consequências que permanecem muito visíveis.
Como resultado da crise financeira em Portugal, o investimento privado diminuiu, atingindo níveis muito baixos em 2009. A obtenção de capital continua a diminuir, uma tendência que poderá refletir uma prudência contínua dos investidores institucionais no que diz respeito a investimento de risco no país. Os investimentos não atingiram os níveis anteriores à crise e permanecem baixos. Ainda mais relevante é a recente queda acentuada no investimento local pelas empresas estrangeiras de fundos de investimento, o que poderá sugerir uma diminuição da confiança no capital privado pelos investidores estrangeiros. Dados sobre alienações mostram que as empresas de capital privado não encontram com facilidade uma saída para os seus investimentos em Portugal. Aqui, as IPO (Ofertas Públicas Iniciais, do inglês Initial Public Offering) ou as vendas não são formas populares de saída, resultado de um mercado ainda jovem e com uma liquidez limitada.
Os dados mostram ainda, contudo, o surgimento de indícios positivos. As boas notícias vêm dos dados relacionados com investimentos direcionados para empresas emergentes. Enquanto que em 2015 o capital obtido na Europa foi sobretudo utilizado para investir em aquisições (fundos de empresas estabelecidas), Portugal seguiu uma tendência oposta, com uma forte incidência em investimentos com capital de risco (investimentos das empresas emergentes). Em 2015, 40% do investimento foi um investimento com capital de risco; na Europa, no entanto, esse investimento representa apenas 8% do total investido. Esta é uma tendência positiva, mas isto poderá também ser um grande desafio sendo que o investimento com capital de risco também saiu através de trocas comerciais para estabelecer empresas que tenham sido alvo de investimento pela aquisição.
O aumento do crescimento de capital privado em Portugal enfrenta grandes desafios. Por exemplo, pouco foi feito para promover o investimento de capital privado entre potenciais participantes. Investidores institucionais, tal como fundos de pensão e companhias de seguros, limitaram a exposição no mercado de capitais privados, também devido a aspetos regulamentares. O investimento levado a cabo pelas sociedades ainda é baixo. A participação internacional tem sido insignificante, sobretudo devido ao tamanho reduzido do mercado e às barreiras burocráticas.
Sendo que a saída para o investimento com capital privado precisa de ser encorajada, poderá ser interessante para unificar o mercado de e criar um Mercado único na Europa com uma maior liquidez, para facilitar os requisitos para a cotação das empresas emergentes, e criar incentivos fiscais para M&As (Fusões e Aquisições) nas empresas emergentes.
Por último, o futuro desenvolvimento da indústria de capital privado em Portugal deverá ser fortemente sustentado tanto pela iniciativa pública como pela privada. Esta não é uma tarefa fácil, mas pode ser levada a cabo a partir dos indícios positivos que caraterizaram os investimentos com capital de risco.
Assistant Professor na Católica Lisbon School of Business and Economics
Francesco Castellaneta
22/12/2016, 7:18
Observador
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