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Portugal, o partido, a circunstância pessoal
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Portugal, o partido, a circunstância pessoal
Todos os estudos de opinião mostram que os portugueses têm muito pouca confiança nos partidos e má imagem dos políticos, embora um recente trabalho do ISCTE revele que nos últimos 20 anos os governos cumpriram cerca de 60% das suas promessas eleitorais. Guterres terá cumprido 85% do que prometeu e o primeiro governo Sócrates 80%.
Questão diferente será saber se é positiva ou negativa uma taxa tão elevada de cumprimento, pois é normal que em campanha se façam promessas que melhor será não serem cumpridas.
Penso que a fraca imagem que os portugueses têm dos partidos e dos políticos tem mais que ver com a ideia de que eles se interessam mais pela conquista e a manutenção do poder do que com o interesse de quem os elege. Será injusto esse julgamento, que aliás persiste no tempo e vem de longe. Foi o ditador Salazar que disse:
"Eu não tenho horror aos partidos, dum modo geral; tenho horror ao partidarismo em Portugal, esses agrupamentos formam-se à volta de pessoas, de interesses mesquinhos e para satisfazer esses interesses e esses apetites."
Vem isto a propósito da recente polémica sobre o acordo entre o governo e os parceiros sociais na subida do salário mínimo e descida parcialmente compensatória da TSU.
Este acordo permite melhorar, ainda que insuficientemente, os trabalhadores com salário mínimo, sem que esse aumento penalize proporcionalmente muitas pequenas empresas e instituições de solidariedade social afetadas nos seus custos laborais pela subida dos salários.
Em coerência com as suas posições ideológicas e práticas políticas, o PCP e o BE opõem-se à descida da TSU, porque beneficia as empresas. Para estes partidos, a iniciativa privada é algo tolerado, o lucro é imoral, querem lá saber da saúde do tecido empresarial privado; se houver problema, nacionalizam-se as empresas, como defendem para o Novo Banco.
Mas o PSD vai votar com os partidos da extrema-esquerda para chumbarem a descida da TSU. Não o faz por razões de fundo, isso seria um exercício impossível atendendo ao longo historial do PSD em defesa da concertação social e da própria descida da TSU. Fá-lo para desestabilizar o que chama de geringonça.
Não vou repetir o que muitos sociais-democratas já disseram acerca deste comportamento, bastará a leitura da carta de Silva Peneda ao líder do partido publicada no DN de ontem.
O taticismo político levado ao extremo, sem respeito pelos princípios e valores que constituem o património histórico dos partidos, sem respeito pelos interesses dos eleitores que representam e sem pensar no interesse do país a que pertencem, só pode conduzir ao desprestígio dos partidos e dos seus dirigentes.
É nesta posição que a liderança está a colocar o PSD.
Recordo aqui a célebre frase de Sá Carneiro que sintetiza bem o seu pensamento quanto ao papel dos partidos, num legado continuado por Carlos Mota Pinto, Francisco Pinto Balsemão e Aníbal Cavaco Silva:
"Primeiro, Portugal; depois o partido; por fim a circunstância pessoal de cada um de nós."
Quanto ao PS, não é a decisão sobre a TSU que o diminui nem a solução parlamentar que encontrou para fazer governo, inteiramente legítima, o que critico é não ter durante a campanha para as legislativas dito claramente que, contra a história do partido nos últimos 40 anos, estava disponível para governar com o apoio dos partidos à sua esquerda. Esse é o seu pecado original.
PS e PSD foram e são os dois partidos com a maior responsabilidade no nosso sistema democrático, convinha que não esquecessem os seus deveres para com Portugal e os portugueses. A ver se invertem a imagem que deles tem a opinião pública.
19 DE JANEIRO DE 2017
00:00
Daniel Proença de Carvalho
Diário de Notícias
Questão diferente será saber se é positiva ou negativa uma taxa tão elevada de cumprimento, pois é normal que em campanha se façam promessas que melhor será não serem cumpridas.
Penso que a fraca imagem que os portugueses têm dos partidos e dos políticos tem mais que ver com a ideia de que eles se interessam mais pela conquista e a manutenção do poder do que com o interesse de quem os elege. Será injusto esse julgamento, que aliás persiste no tempo e vem de longe. Foi o ditador Salazar que disse:
"Eu não tenho horror aos partidos, dum modo geral; tenho horror ao partidarismo em Portugal, esses agrupamentos formam-se à volta de pessoas, de interesses mesquinhos e para satisfazer esses interesses e esses apetites."
Vem isto a propósito da recente polémica sobre o acordo entre o governo e os parceiros sociais na subida do salário mínimo e descida parcialmente compensatória da TSU.
Este acordo permite melhorar, ainda que insuficientemente, os trabalhadores com salário mínimo, sem que esse aumento penalize proporcionalmente muitas pequenas empresas e instituições de solidariedade social afetadas nos seus custos laborais pela subida dos salários.
Em coerência com as suas posições ideológicas e práticas políticas, o PCP e o BE opõem-se à descida da TSU, porque beneficia as empresas. Para estes partidos, a iniciativa privada é algo tolerado, o lucro é imoral, querem lá saber da saúde do tecido empresarial privado; se houver problema, nacionalizam-se as empresas, como defendem para o Novo Banco.
Mas o PSD vai votar com os partidos da extrema-esquerda para chumbarem a descida da TSU. Não o faz por razões de fundo, isso seria um exercício impossível atendendo ao longo historial do PSD em defesa da concertação social e da própria descida da TSU. Fá-lo para desestabilizar o que chama de geringonça.
Não vou repetir o que muitos sociais-democratas já disseram acerca deste comportamento, bastará a leitura da carta de Silva Peneda ao líder do partido publicada no DN de ontem.
O taticismo político levado ao extremo, sem respeito pelos princípios e valores que constituem o património histórico dos partidos, sem respeito pelos interesses dos eleitores que representam e sem pensar no interesse do país a que pertencem, só pode conduzir ao desprestígio dos partidos e dos seus dirigentes.
É nesta posição que a liderança está a colocar o PSD.
Recordo aqui a célebre frase de Sá Carneiro que sintetiza bem o seu pensamento quanto ao papel dos partidos, num legado continuado por Carlos Mota Pinto, Francisco Pinto Balsemão e Aníbal Cavaco Silva:
"Primeiro, Portugal; depois o partido; por fim a circunstância pessoal de cada um de nós."
Quanto ao PS, não é a decisão sobre a TSU que o diminui nem a solução parlamentar que encontrou para fazer governo, inteiramente legítima, o que critico é não ter durante a campanha para as legislativas dito claramente que, contra a história do partido nos últimos 40 anos, estava disponível para governar com o apoio dos partidos à sua esquerda. Esse é o seu pecado original.
PS e PSD foram e são os dois partidos com a maior responsabilidade no nosso sistema democrático, convinha que não esquecessem os seus deveres para com Portugal e os portugueses. A ver se invertem a imagem que deles tem a opinião pública.
19 DE JANEIRO DE 2017
00:00
Daniel Proença de Carvalho
Diário de Notícias
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