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COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL, COMPETIÇÃO NO PARTIDO SOCIALISTA
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COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL, COMPETIÇÃO NO PARTIDO SOCIALISTA
1. Não há dúvida que as boas notícias não têm, por muito boas que sejam, o potencial dispersivo das más notícias. Mesmo das menos más. Apesar de amplamente noticiada, a subida de Portugal no "ranking" de competitividade do Fórum Económico Mundial esteve longe de ter, na sociedade portuguesa e até nos agentes políticos, o impacto que merecia. E esse destaque merecia-o, essencialmente, por três ordens de razões;
a) Em primeira linha porque não foi uma subida negligenciável, pelo contrário. Portugal subiu 15 lugares, invertendo uma tendência de queda consistente que se verificava já desde 2005 (excepção feita ao ano de 2011, em que subimos um lugar).
b) Porque o relatório do Fórum Económico Mundial não se baseia em dados fornecidos pelos Estados, pelos governos ou até pelas instituições europeias. Assenta, outrossim, em elementos fornecidos pelas empresas e pelos agentes económicos e, nesse sentido, proporciona um retrato tão claro quanto possível da chamada "economia real". Por isso, ou também por isso, tem sido um documento decisivo para instruir estratégias de investimento um pouco por todo o mundo.
c) E, igualmente, porque os factores apontados como decisivos para a classificação importaram alterações estruturais e destacam o impacto das reformas empreendidas, a saber: menos burocracia associada à criação de novas empresas, um mercado laboral mais flexível (embora ainda não o suficiente), boas infraestruturas de transportes, mão-de-obra qualificada e a destacada capacidade de inovação das nossas empresas.
2. Mas há mais notas positivas nesta semana de rentrée: o desemprego desceu para 14% em Julho, o que representa um recuo de 2,3% em relação ao mesmo mês do ano passado e a maior queda entre os Estados-membros da União; os juros da dívida pública portuguesa continuam a negociar em mínimos históricos em todas as maturidades; Portugal foi o país da União Europeia que maior crescimento registou em matéria de inovação (3,9%, em Março), segundo o Painel de Avaliação da Inovação da União Europeia e o nosso país tornou-se num dos estados com melhor reputação na execução e no controlo de fundos europeus ao atingir maior taxa de execução da UE.
Quero com isto dizer que está tudo bem? Claro que não está. Mas quando se trilha um caminho de sombras sabe bem, de quando em vez, ver uma luz lá ao fundo que nos confirme que este é, de facto, o caminho a seguir.
3. A maior prova de que as primárias do PS estão alheadas de tudo isto - do país, dos portugueses, da Europa, no fundo, de tudo o que verdadeiramente interessa -, é, justamente, o silêncio sobre estes indicadores. Até agora, temos em disputa, ao que dizem, dois candidatos a primeiro-ministro, mas ainda ninguém viu um esboço de alternativa de Governo.
De resto, chega a ser caricato que, particularmente António José Seguro que ainda em Julho apresentava as pretensas "cinco propostas para promover o crescimento e a competitividade" e que, justamente, usou essas palavras ad nauseum - "crescimento" e "competitividade" - como principais soundbytes nos debates quinzenais com o primeiro-ministro - agora que os indicadores melhoraram substancialmente - não se lhe ouça uma palavra. Nada.
Costa e Seguro estão mais entretidos a contabilizar simpatizantes que a discutir os problemas e os desafios do país. Do que verdadeiramente se cura nas primárias do PS é de ressuscitar "defuntos" e de galvanizar simpatizantes. Não quero com isto atirar pedras ao telhado de outros, entenda-se. Seja no PS, seja no PSD, ou em qualquer outro partido, o efeito é sempre o mesmo, e é de contágio: aos olhos dos portugueses ficam todos mal na fotografia. Mas é pena. É pena que uma boa ideia possa ter-se transformado numa má solução.
Como já aqui dissemos, em tese, a proposta de realização das primárias - embora assente, no caso particular do Partido Socialista, numa estratégia de conservação do poder - é uma ideia inovadora. Promove a aproximação entre eleitos e eleitores e faz com que todos, mesmo aqueles que por opção não têm nem querem ter filiação partidária, possam ter uma palavra a dizer na escolha dos candidatos aos mais altos cargos da nação. Mas, lamentavelmente, ficará marcada pela suspeição. E agora, de cada vez que algum partido de se lembrar de organizar umas primárias, ouvir-se-ão vozes que lembrarão estas "primárias à PS".
Não há, de facto, duas oportunidades para criar uma primeira boa impressão.
FRANCISCA ALMEIDA | 7:00 Domingo, 7 de setembro de 2014
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