Procurar
Tópicos semelhantes
Entrar
Últimos assuntos
Tópicos mais visitados
Quem está conectado?
Há 409 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 409 visitantes :: 1 motor de buscaNenhum
O recorde de usuários online foi de 864 em Sex Fev 03, 2017 11:03 pm
O capitalismo no divã
Página 1 de 1
O capitalismo no divã
Numa dúzia de anos, lá para 2030, mais de metade dos atuais postos de trabalho estarão automatizados ou terão ficado obsoletos, ou seja, mais máquinas no lugar de pessoas. Três quartos das quinhentas maiores empresas do Mundo terão desaparecido ou terão sido trocadas por outras. 60 por cento dos empregos em que se ocuparão aqueles que hoje entram na escola ainda nem sequer foram criados. As previsões são do Fórum Económico Mundial, a cimeira das elites planetárias que anualmente se reúnem em Davos, na Suíça.
As tecnologias estão a mudar a forma como vivemos, aprendemos e trabalhamos. A revolução tecnológica que está a passar pelas nossas vidas distingue-se das anteriores pela velocidade, pela dimensão e pela força com que está a transformar os sistemas de produção, distribuição e consumo. Exemplos comezinhos como o desaparecimento da intermediação em muitos negócios e setores de atividade e a rápida extensão do comércio eletrónico supõem, por si sós, o desaparecimento de centenas de milhares de empregos. A análise sobre as transformações na economia mundial e no mercado de trabalho antevê que, nos próximos cinco anos, por cada sete milhões de empregos que se perdem, apenas se recuperem dois.
Que fazer, então, com os que perdem o seu posto de trabalho, única fonte de rendimento? Se não vai haver trabalho estável para todos, como garantir rendimentos mínimos para uma subsistência digna? É possível mais e melhor democracia com altos níveis de desigualdade? Eis o problema do capitalismo, a refletir sobre si próprio, quando se levanta do divã de Davos.
Como ocorreu nas anteriores revoluções industriais, é de esperar que o salto tecnológico que estamos a dar represente também um aumento da produtividade e, em consequência, da riqueza. A grande questão é, porém, como vamos reparti-la no futuro, sendo certo que o crescimento económico das últimas décadas acentuou não só as desigualdades, mas também a insegurança, em especial onde é menor a repartição de riqueza.
Entre ricos e poderosos, a esmagadora maioria da clientela de Davos é composta pelos que acreditaram piamente na tese do "fim da história", proclamada pelo filósofo Fukuyama, já velha de um quarto de século. Decretava, então, que o livre mercado e a democracia haviam triunfado inexoravelmente. Bastaram dois terramotos - o Brexit, o voto dos britânicos para deixar a União Europeia, e a vitória e Donald Trump, cuja posse coincidiu com o último dia do Fórum - para demonstrar o equívoco dessa doutrina... e seus apóstolos.
* DIRETOR
Afonso Camões
Hoje às 00:01, atualizado às 00:11
Jornal de Notícias
As tecnologias estão a mudar a forma como vivemos, aprendemos e trabalhamos. A revolução tecnológica que está a passar pelas nossas vidas distingue-se das anteriores pela velocidade, pela dimensão e pela força com que está a transformar os sistemas de produção, distribuição e consumo. Exemplos comezinhos como o desaparecimento da intermediação em muitos negócios e setores de atividade e a rápida extensão do comércio eletrónico supõem, por si sós, o desaparecimento de centenas de milhares de empregos. A análise sobre as transformações na economia mundial e no mercado de trabalho antevê que, nos próximos cinco anos, por cada sete milhões de empregos que se perdem, apenas se recuperem dois.
Que fazer, então, com os que perdem o seu posto de trabalho, única fonte de rendimento? Se não vai haver trabalho estável para todos, como garantir rendimentos mínimos para uma subsistência digna? É possível mais e melhor democracia com altos níveis de desigualdade? Eis o problema do capitalismo, a refletir sobre si próprio, quando se levanta do divã de Davos.
Como ocorreu nas anteriores revoluções industriais, é de esperar que o salto tecnológico que estamos a dar represente também um aumento da produtividade e, em consequência, da riqueza. A grande questão é, porém, como vamos reparti-la no futuro, sendo certo que o crescimento económico das últimas décadas acentuou não só as desigualdades, mas também a insegurança, em especial onde é menor a repartição de riqueza.
Entre ricos e poderosos, a esmagadora maioria da clientela de Davos é composta pelos que acreditaram piamente na tese do "fim da história", proclamada pelo filósofo Fukuyama, já velha de um quarto de século. Decretava, então, que o livre mercado e a democracia haviam triunfado inexoravelmente. Bastaram dois terramotos - o Brexit, o voto dos britânicos para deixar a União Europeia, e a vitória e Donald Trump, cuja posse coincidiu com o último dia do Fórum - para demonstrar o equívoco dessa doutrina... e seus apóstolos.
* DIRETOR
Afonso Camões
Hoje às 00:01, atualizado às 00:11
Jornal de Notícias
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
Qui Dez 28, 2017 3:16 pm por Admin
» Apanhar o comboio
Seg Abr 17, 2017 11:24 am por Admin
» O que pode Lisboa aprender com Berlim
Seg Abr 17, 2017 11:20 am por Admin
» A outra austeridade
Seg Abr 17, 2017 11:16 am por Admin
» Artigo de opinião de Maria Otília de Souza: «O papel dos custos na economia das empresas»
Seg Abr 17, 2017 10:57 am por Admin
» Recorde de maior porta-contentores volta a 'cair' com entrega do Maersk Madrid de 20.568 TEU
Seg Abr 17, 2017 10:50 am por Admin
» Siemens instalou software de controlo avançado para movimentações no porto de Sines
Seg Abr 17, 2017 10:49 am por Admin
» Pelos caminhos
Seg Abr 17, 2017 10:45 am por Admin
» Alta velocidade: o grande assunto pendente
Seg Abr 17, 2017 10:41 am por Admin