OMC só vê desvantagens no proteccionismo

Com a chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, o proteccionismo assume destaque. O novo presidente norte-americano tem defendido um maior fecho de fronteiras ao comércio internacional e países como a China já deixaram claro que também poderão fechar a porta a produtos provenientes dos EUA. 

Entretanto, a Organização Mundial de Comércio (OMC) defende que o proteccionismo terá consequências negativas a nível global e acrescenta que são os países mais pobres que mais têm a perder. «Toda a gente fica a perder” com o bloqueio às trocas comerciais internacionais, refere o director-geral da OMC, admitindo porém que também o liberalismo comercial internacional tem alguns impactos menos positivos, em particular nas economias avançadas.

«Se se acusa e atribui toda a responsabilidade ao comércio, não serão encontradas boas soluções», defende Roberto Azevêdo, acrescentando que «com o proteccionismo não se vão melhorar as coisas».

Num discurso em Paris, onde falou de abertura comercial, crescimento e desigualdades, Roberto Azevêdo salientou ainda que 80% dos postos de trabalho estão a desaparecer devido às mudanças tecnológicas e não devido à globalização - alertando que 50% dos empregos podem ser ocupados por robôs.

«Ao mesmo tempo, devemos reconhecer que o principal motor da mudança é a tecnologia e a inovação. Atacando o comércio não vai ajudar. Colocar barreiras comerciais não ajudará em nada», conclui o director-geral da OMC tendo, certamente, na mira Donald Trump.

01/02/2017
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