Procurar
Tópicos semelhantes
Entrar
Últimos assuntos
Tópicos mais visitados
Quem está conectado?
Há 196 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 196 visitantes :: 1 motor de buscaNenhum
O recorde de usuários online foi de 864 em Sex Fev 03, 2017 11:03 pm
A discussão da eutanásia merece ser prioritária?
Página 1 de 1
A discussão da eutanásia merece ser prioritária?
Há discussões que só fazem sentido em sociedades supercivilizadas. A da eutanásia ou do suicídio medicamente assistido é uma delas.
A sua prática está prevista em países como a Holanda, a Bélgica, a Suíça e a Alemanha, além de alguns estados dos EUA, mas não em qualquer país da América Latina ou africano. Aí, presume-se, a principal preocupação deverá ser com a sobrevivência... Evidentemente, Portugal não atingiu o grau de desenvolvimento dos países europeus referidos. Isso não invalida, ainda assim, a pertinência da reflexão em torno da eutanásia. Vejamos. A esperança média de vida aumenta a cada década e há cada vez mais pessoas a sofrer de doenças prolongadas que resultam em finais de vida penosos.
É natural, por isso, que se discuta as condições em que essas pessoas passam a reta final das suas vidas e se o seu sofrimento é justificado. Casos como o de Ramón Sampedro, o espanhol tetraplégico que escreveu as “Cartas do Inferno” (que dariam um excelente filme com Javier Bardem), também contribuíram para isso: emocionaram a opinião pública e ajudaram a chamar a atenção para o “direito a uma morte digna”. Nada contra. Considero, no entanto, estranho que num país como Portugal, que se debate com um problema de natalidade gravíssimo, se passe mais tempo a discutir a eutanásia e a morte assistida do que a procurar formas de melhorar os baixos índices de natalidade. “São questões diferentes”, dir-me-ão. E é absolutamente verdade.
Não se excluem mutuamente. Mas também é verdade que, ao darmos prioridade a uma, estamos inevitavelmente a deixar a outra para segundo plano. Enquanto investimos numa, não podemos dedicar-nos à outra. Seria excelente que se discutisse o problema da natalidade com o mesmo afinco e o mesmo entusiasmo com que se discute a eutanásia. Até porque, se numa está em causa uma morte “digna”, a outra é pura e simplesmente uma questão de sobrevivência.
02/02/2017
José Cabrita Saraiva
Opiniao
jose.c.saraiva@newsplex.pt
Jornal i
A sua prática está prevista em países como a Holanda, a Bélgica, a Suíça e a Alemanha, além de alguns estados dos EUA, mas não em qualquer país da América Latina ou africano. Aí, presume-se, a principal preocupação deverá ser com a sobrevivência... Evidentemente, Portugal não atingiu o grau de desenvolvimento dos países europeus referidos. Isso não invalida, ainda assim, a pertinência da reflexão em torno da eutanásia. Vejamos. A esperança média de vida aumenta a cada década e há cada vez mais pessoas a sofrer de doenças prolongadas que resultam em finais de vida penosos.
É natural, por isso, que se discuta as condições em que essas pessoas passam a reta final das suas vidas e se o seu sofrimento é justificado. Casos como o de Ramón Sampedro, o espanhol tetraplégico que escreveu as “Cartas do Inferno” (que dariam um excelente filme com Javier Bardem), também contribuíram para isso: emocionaram a opinião pública e ajudaram a chamar a atenção para o “direito a uma morte digna”. Nada contra. Considero, no entanto, estranho que num país como Portugal, que se debate com um problema de natalidade gravíssimo, se passe mais tempo a discutir a eutanásia e a morte assistida do que a procurar formas de melhorar os baixos índices de natalidade. “São questões diferentes”, dir-me-ão. E é absolutamente verdade.
Não se excluem mutuamente. Mas também é verdade que, ao darmos prioridade a uma, estamos inevitavelmente a deixar a outra para segundo plano. Enquanto investimos numa, não podemos dedicar-nos à outra. Seria excelente que se discutisse o problema da natalidade com o mesmo afinco e o mesmo entusiasmo com que se discute a eutanásia. Até porque, se numa está em causa uma morte “digna”, a outra é pura e simplesmente uma questão de sobrevivência.
02/02/2017
José Cabrita Saraiva
Opiniao
jose.c.saraiva@newsplex.pt
Jornal i
Tópicos semelhantes
» O Funchal merece o melhor
» O governo que a Zona Euro merece
» CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS: A CGD merece o seu aumento de capital
» O governo que a Zona Euro merece
» CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS: A CGD merece o seu aumento de capital
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
Qui Dez 28, 2017 3:16 pm por Admin
» Apanhar o comboio
Seg Abr 17, 2017 11:24 am por Admin
» O que pode Lisboa aprender com Berlim
Seg Abr 17, 2017 11:20 am por Admin
» A outra austeridade
Seg Abr 17, 2017 11:16 am por Admin
» Artigo de opinião de Maria Otília de Souza: «O papel dos custos na economia das empresas»
Seg Abr 17, 2017 10:57 am por Admin
» Recorde de maior porta-contentores volta a 'cair' com entrega do Maersk Madrid de 20.568 TEU
Seg Abr 17, 2017 10:50 am por Admin
» Siemens instalou software de controlo avançado para movimentações no porto de Sines
Seg Abr 17, 2017 10:49 am por Admin
» Pelos caminhos
Seg Abr 17, 2017 10:45 am por Admin
» Alta velocidade: o grande assunto pendente
Seg Abr 17, 2017 10:41 am por Admin