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A política do vale tudo
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A política do vale tudo
A postura que se tem na vida pública não pode ser oposta à vida privada, nos princípios, valores
A vida em política para alguém como eu, que só recentemente passou a ter uma participação ativa, não deixa de ser um mundo que tem tanto de interessante e nobre, como de espanto e repulsivo.
A vivência em democracia é riquíssima e desafiante e poder ser ator direto é uma honra. A política faz-se de coisas simples: resolver os problemas de pessoas de carne e osso, com disponibilidade total, e com isso contribuir para que os espaços que governamos sejam melhores sítios, para que as pessoas que ali habitam vivam bem. E é uma tarefa, apesar do muito e do bem que se faça, que nunca acaba.
Mas quem é político não deixa de ser cidadão. Não veio do nada, chegou de um lado, é constituído de personalidade. É uma pessoa que, tanto na vida pessoal ou profissional, tem uma postura e uma conduta. Não deve haver um antes e um depois da política, ou uma espécie de universo paralelo em que se é uma coisa na política e simultaneamente outra na vida pessoal.
O exercício de um cargo político e a vivência da vida quotidiana pessoal não pode ter códigos de conduta distintos. A postura que se tem na vida pública não pode ser diametralmente oposta à vida privada, seja nos princípios, valores e modos de ser.
Devem estar a questionar-se o porquê de toda esta conversa? Em primeiro lugar porque se aproxima uma campanha eleitoral, e pelo o que se tem já assistido, tende a trazer à tona o que de pior a natureza humana pode ter. Não é a política, são as pessoas. Digo-vos que ainda me admiram determinadas atitudes de falta de ética, que assumem expressão de difamação e calúnia, que na verdade, não têm a ver com a política, mas com formação pessoal e educação.
Há quem use o palco político, não para debater ideias, apresentar projetos políticos, realizar ações para o bem público, discordar por ideologicamente pensar diferente, mas tão só atacar pessoalmente, difamar sem fundamento e ofender intencionalmente. Um género de faroeste em que a vingança, a mentira e as emboscadas fazem parte do guião do filme.
Estas questões só interessam aos políticos? Àqueles que diretamente têm de lidar com essa forma de atuar dos seus pares? A política não é só para os políticos. É de todos e todos fazemos política, sejam os que exercem cargos políticos, sejam os cidadãos que os elegem. Por esta razão não podemos, ninguém pode, ficar indiferente com determinadas formas de fazer política que não têm como finalidade a tarefa comum.
Há na política, em todos os partidos, ou mesmo aqueles sem filiação que têm participação política ativa, pessoas decentes. Atrevo-me a dizer que são a maioria, no meio dos quais há sempre alguns oportunistas.
É tudo uma questão de ética. Como tão bem explicou Fernando Savater, “a ética é a arte de escolher o que mais nos convém para vivermos o melhor possível; o objetivo da política é organizar o melhor possível a convivência social, de modo a que cada um possa escolher o que lhe convém.” Tenhamos então ética na política, de modo a que cada um, saiba escolher o que mais lhe convém para vivermos todos o melhor possível.
PAULO CAFÔFO , PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DO FUNCHAL / 06 FEV 2017 / 02:00 H.
Diário de Notícias da Madeira
A vida em política para alguém como eu, que só recentemente passou a ter uma participação ativa, não deixa de ser um mundo que tem tanto de interessante e nobre, como de espanto e repulsivo.
A vivência em democracia é riquíssima e desafiante e poder ser ator direto é uma honra. A política faz-se de coisas simples: resolver os problemas de pessoas de carne e osso, com disponibilidade total, e com isso contribuir para que os espaços que governamos sejam melhores sítios, para que as pessoas que ali habitam vivam bem. E é uma tarefa, apesar do muito e do bem que se faça, que nunca acaba.
Mas quem é político não deixa de ser cidadão. Não veio do nada, chegou de um lado, é constituído de personalidade. É uma pessoa que, tanto na vida pessoal ou profissional, tem uma postura e uma conduta. Não deve haver um antes e um depois da política, ou uma espécie de universo paralelo em que se é uma coisa na política e simultaneamente outra na vida pessoal.
O exercício de um cargo político e a vivência da vida quotidiana pessoal não pode ter códigos de conduta distintos. A postura que se tem na vida pública não pode ser diametralmente oposta à vida privada, seja nos princípios, valores e modos de ser.
Devem estar a questionar-se o porquê de toda esta conversa? Em primeiro lugar porque se aproxima uma campanha eleitoral, e pelo o que se tem já assistido, tende a trazer à tona o que de pior a natureza humana pode ter. Não é a política, são as pessoas. Digo-vos que ainda me admiram determinadas atitudes de falta de ética, que assumem expressão de difamação e calúnia, que na verdade, não têm a ver com a política, mas com formação pessoal e educação.
Há quem use o palco político, não para debater ideias, apresentar projetos políticos, realizar ações para o bem público, discordar por ideologicamente pensar diferente, mas tão só atacar pessoalmente, difamar sem fundamento e ofender intencionalmente. Um género de faroeste em que a vingança, a mentira e as emboscadas fazem parte do guião do filme.
Estas questões só interessam aos políticos? Àqueles que diretamente têm de lidar com essa forma de atuar dos seus pares? A política não é só para os políticos. É de todos e todos fazemos política, sejam os que exercem cargos políticos, sejam os cidadãos que os elegem. Por esta razão não podemos, ninguém pode, ficar indiferente com determinadas formas de fazer política que não têm como finalidade a tarefa comum.
Há na política, em todos os partidos, ou mesmo aqueles sem filiação que têm participação política ativa, pessoas decentes. Atrevo-me a dizer que são a maioria, no meio dos quais há sempre alguns oportunistas.
É tudo uma questão de ética. Como tão bem explicou Fernando Savater, “a ética é a arte de escolher o que mais nos convém para vivermos o melhor possível; o objetivo da política é organizar o melhor possível a convivência social, de modo a que cada um possa escolher o que lhe convém.” Tenhamos então ética na política, de modo a que cada um, saiba escolher o que mais lhe convém para vivermos todos o melhor possível.
PAULO CAFÔFO , PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DO FUNCHAL / 06 FEV 2017 / 02:00 H.
Diário de Notícias da Madeira
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