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O PCP, as multinacionais, as PME e André Macedo
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O PCP, as multinacionais, as PME e André Macedo
Segundo André Macedo (AM), no DN de 2/2/2017, "O PCP detesta as grandes empresas, despreza as multinacionais". "São raras as grandes companhias internacionais (...) que escolhem pagar o salário mínimo. Pagam quase sempre acima, muitas definem os mil euros brutos como patamar mínimo aceitável." A que acresce: "mais proteção social", "melhor formação", "pagam melhores indemnizações" (nos despedimentos), "menos chatices judiciais", "as que mais se sujeitam aos sindicatos e as que mais negoceiam".
O AM vê uma árvore (talvez) mas não enxerga a floresta! Desafia-se AM a pegar, por exemplo, na lista das 500 maiores e melhores empresas, da revista Exame, e enumerar quantas das multinacionais lá presentes estabeleceram o tal SMAM (Salário Mínimo André Macedo, igual a mil euros brutos!). Há também as que pagam o SMAM porque passam o grosso da exploração para os seus fornecedores de componentes ou das subcontratadas (as PME de que AM diz cobras e lagartos!), que já só pagam salários na faixa do SMN. Casos da Autoeuropa ou do Grupo Inditex/Zara! Que, aliás, pagam em Portugal bastante menos do que nos seus países de origem para o mesmo trabalho e a mesma produtividade!
E gostam tanto de "negociar" com os sindicatos que as associações patronais onde mandam fizeram, desde 2003, à boleia das leis laborais de PS, PSD, CDS, sucessivas denúncias dos instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho (IRCT). Não para rever global ou parcialmente as convenções, mas para fazer cessar a sua vigência e bloquear a negociação! Tem razão, por uma vez, AM quando escreve: são "as que mais negoceiam - horários, bolsas de horas, escalas, prémios". Esqueceu-se foi do sentido único dessa negociação: obter dos trabalhadores a manutenção de baixos salários, a redução ou a eliminação de direitos!
Outra grande vantagem das multinacionais para AM: "Ajudarem a exportar mão-de-obra qualificada." Extraordinário! O país paga a formação, outros colhem o fruto! Depois, quando se pensava que ia falar das grandes empresas de capital nacional que, pela sua retórica, o PCP também detesta - Jerónimo Martins/Pingo Doce, Continente, Amorim... - zero! Será que também fixam salários mínimos de mil euros brutos?
Depois AM passa ao ataque às PME. Que são para ele o que as grandes empresas e multinacionais são para o PCP, "devoradoras e oportunistas", segundo a sua retórica. "(...) constatamos que são as pequenas e médias empresas, as famosas e maravilhosas PME, que mais quebram a lei, que pior pagam, que mais conflitos laborais provocam, que mais vezes desrespeitam os contratos sem qualquer rebuço. Há exceções, claro, mas a tendência é esta (...)". Notável!
"Em vez disto, a extrema-esquerda nega esta evidência (as tais maravilhas das multinacionais) e valoriza as PME como se fossem uma extraordinária dádiva económica." Ainda se "tivéssemos o que têm os italianos, boas empresas de tamanho médio, capazes de competir internacionalmente não apenas pelos salários efetivamente de miséria". É a indigência total! Que lhe perdoem as nossas exportadoras PME!
Registe-se o truque: as empresas grandes, nacionais ou multinacionais, em geral são boas e as más, exceções; as PME, em geral são más e as boas, exceções! A que estudo foi AM buscar tal conclusão?
Mas AM chega onde queria. "(...) a decisão que o governo tomou para compensar a justa subida do salário mínimo - a redução do pagamento especial por conta -, embora útil e eficaz, me deixa essa pequena azia que não me larga. As PME, as boas, as más e as péssimas, todas vão beneficiar da baixa do PEC, enquanto as outras, as multinacionais e as maiores, como não pagam salários mínimos, como têm essa decência, ficam a ver navios." O homem não as mede! Aceitando AM a tese da necessidade da compensação pela subida do SMN (o PCP não aceita, exatamente porque a sua natureza e justeza não deve implicar tal), a que propósito aquelas que já pagam acima do SMN deviam ter compensação? Para lhes aumentar os lucros?
O que AM queria era um bónus a todas, uma geral baixa do IRC!!! Às grandes, multinacionais, boas, más e péssimas! Às que pagam e não pagam SMN!
AM promete tratar da fuga ao fisco das multinacionais. Esperemos que fale também dos grossos benefícios fiscais, dos volumosos fundos comunitários e nacionais embolsados e dos "preços de transferência". Foi pena que se esquecesse da predação das multinacionais e grandes empresas sobre as PME. Na imposição de preços e condições monopolistas (energia, telecom, celuloses, banca e seguros). Às PME fornecedoras da grande distribuição e das grandes empresas do automóvel. Às subcontratadas do vestuário. Com permanentes abusos de posição dominante e dependência económica!
É grande a azia do AM contra as PME nacionais, azia a dobrar contra o PCP! Mas é fácil tratar: sais de frutos!
Dirigente do Comité Central do PCP
17 DE FEVEREIRO DE 2017
00:01
Agostinho Lopes
Diário de Notícias
O AM vê uma árvore (talvez) mas não enxerga a floresta! Desafia-se AM a pegar, por exemplo, na lista das 500 maiores e melhores empresas, da revista Exame, e enumerar quantas das multinacionais lá presentes estabeleceram o tal SMAM (Salário Mínimo André Macedo, igual a mil euros brutos!). Há também as que pagam o SMAM porque passam o grosso da exploração para os seus fornecedores de componentes ou das subcontratadas (as PME de que AM diz cobras e lagartos!), que já só pagam salários na faixa do SMN. Casos da Autoeuropa ou do Grupo Inditex/Zara! Que, aliás, pagam em Portugal bastante menos do que nos seus países de origem para o mesmo trabalho e a mesma produtividade!
E gostam tanto de "negociar" com os sindicatos que as associações patronais onde mandam fizeram, desde 2003, à boleia das leis laborais de PS, PSD, CDS, sucessivas denúncias dos instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho (IRCT). Não para rever global ou parcialmente as convenções, mas para fazer cessar a sua vigência e bloquear a negociação! Tem razão, por uma vez, AM quando escreve: são "as que mais negoceiam - horários, bolsas de horas, escalas, prémios". Esqueceu-se foi do sentido único dessa negociação: obter dos trabalhadores a manutenção de baixos salários, a redução ou a eliminação de direitos!
Outra grande vantagem das multinacionais para AM: "Ajudarem a exportar mão-de-obra qualificada." Extraordinário! O país paga a formação, outros colhem o fruto! Depois, quando se pensava que ia falar das grandes empresas de capital nacional que, pela sua retórica, o PCP também detesta - Jerónimo Martins/Pingo Doce, Continente, Amorim... - zero! Será que também fixam salários mínimos de mil euros brutos?
Depois AM passa ao ataque às PME. Que são para ele o que as grandes empresas e multinacionais são para o PCP, "devoradoras e oportunistas", segundo a sua retórica. "(...) constatamos que são as pequenas e médias empresas, as famosas e maravilhosas PME, que mais quebram a lei, que pior pagam, que mais conflitos laborais provocam, que mais vezes desrespeitam os contratos sem qualquer rebuço. Há exceções, claro, mas a tendência é esta (...)". Notável!
"Em vez disto, a extrema-esquerda nega esta evidência (as tais maravilhas das multinacionais) e valoriza as PME como se fossem uma extraordinária dádiva económica." Ainda se "tivéssemos o que têm os italianos, boas empresas de tamanho médio, capazes de competir internacionalmente não apenas pelos salários efetivamente de miséria". É a indigência total! Que lhe perdoem as nossas exportadoras PME!
Registe-se o truque: as empresas grandes, nacionais ou multinacionais, em geral são boas e as más, exceções; as PME, em geral são más e as boas, exceções! A que estudo foi AM buscar tal conclusão?
Mas AM chega onde queria. "(...) a decisão que o governo tomou para compensar a justa subida do salário mínimo - a redução do pagamento especial por conta -, embora útil e eficaz, me deixa essa pequena azia que não me larga. As PME, as boas, as más e as péssimas, todas vão beneficiar da baixa do PEC, enquanto as outras, as multinacionais e as maiores, como não pagam salários mínimos, como têm essa decência, ficam a ver navios." O homem não as mede! Aceitando AM a tese da necessidade da compensação pela subida do SMN (o PCP não aceita, exatamente porque a sua natureza e justeza não deve implicar tal), a que propósito aquelas que já pagam acima do SMN deviam ter compensação? Para lhes aumentar os lucros?
O que AM queria era um bónus a todas, uma geral baixa do IRC!!! Às grandes, multinacionais, boas, más e péssimas! Às que pagam e não pagam SMN!
AM promete tratar da fuga ao fisco das multinacionais. Esperemos que fale também dos grossos benefícios fiscais, dos volumosos fundos comunitários e nacionais embolsados e dos "preços de transferência". Foi pena que se esquecesse da predação das multinacionais e grandes empresas sobre as PME. Na imposição de preços e condições monopolistas (energia, telecom, celuloses, banca e seguros). Às PME fornecedoras da grande distribuição e das grandes empresas do automóvel. Às subcontratadas do vestuário. Com permanentes abusos de posição dominante e dependência económica!
É grande a azia do AM contra as PME nacionais, azia a dobrar contra o PCP! Mas é fácil tratar: sais de frutos!
Dirigente do Comité Central do PCP
17 DE FEVEREIRO DE 2017
00:01
Agostinho Lopes
Diário de Notícias
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