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Como não ser engolido pelas multinacionais
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Como não ser engolido pelas multinacionais
Há três frentes de aposta obrigatória na transformação digital das PME: um ERP Web, automatismos operacionais de mobilidade logística e a comunicação e integração de sistemas, filiais e colaborares.
A expressão “competir a nível global” é muitas vezes utilizada erradamente. Competir a nível global não é necessariamente ir para mercados estrangeiros. As empresas que só operam no mercado português também competem a nível global. É perfeitamente possível, hoje, uma empresa de bairro ser profundamente afetada por uma multinacional que chega ao mercado.
Todos estamos a competir com empresas globais, que têm um plano de investimento e de expansão, e cujos processos já foram testados e comprovados noutros países. Quando chegam ao mercado nacional há pouca probabilidade desses processos falharem. Por isso, é natural haver empresas confortavelmente instaladas nos seus mercados, onde têm uma posição dominante que, de um momento para o outro, são ultrapassadas por operarem com modelos obsoletos.
Há dois exemplos bem conhecidos. O Domino’s Pizza entrou há pouco tempo no mercado português – com um modelo de sucesso de take away e entrega, um processo bem delineado e comprovado – e conseguiu ocupar um espaço de mercado significativo por ter os processos bem estruturados e automatizados. A Uber é outro exemplo deste fenómeno, sobretudo porque quebra muitas barreiras do passado e ultrapassa todos os modelos que havia em Portugal.
Para conseguirem competir com empresas globais, as PME nacionais devem assumir a necessidade de uma transformação digital. Essa transformação digital implica que deixem de efetuar os seus processos de forma “manual” para os passarem a fazer de forma digital, a partir de um sistema de informação, de um ERP ou de qualquer outra ferramenta de automatização.
O cenário não é otimista neste aspeto. Se olharmos para o nosso tecido empresarial, em que mais de 95% das empresas são PME, na sua generalidade com menos de dez colaboradores, constatamos que essas empresas não estão minimamente preparadas, quer a nível económico, quer a nível de formação, para levar a cabo este tipo de transformação. É evidente que há exceções e existem em Portugal muitas “pérolas”, sobretudo empresas na área das TI. Mas, para a esmagadora maioria das PME, há um longo caminho a percorrer. Se as empresas portuguesas não chegarem ao nível de competência das empresas globais facilmente vão ser ultrapassadas. Mas, como se pode levar a cabo esta transformação digital?
As Tecnologias de Informação têm um grande peso para fazer essa “passagem”. É necessária uma aposta séria, que deve incluir um sistema de gestão de processos, um ERP Web e um workflow que permitam automatizar os processos. O facto de serem ferramentas Web permite uma maior flexibilidade, possibilitando fazer, entre outras coisas, aprovações de encomendas através do telemóvel e comunicações internas, sem requerer qualquer instalação.
É igualmente necessário apostar em automatismos operacionais, sobretudo em sistemas de informação móveis na área da logística, que permitam andar na rua e ter acesso a toda a informação. É essencial conseguir a integração destes sistemas para facilitar o trabalho de todos os colaboradores. É essencial também estar menos dependente das pessoas que se encontram no escritório para serem geridos de forma natural pelos sistemas de informação. Há três frentes de aposta obrigatória: um ERP Web, automatismos operacionais de mobilidade logística e a comunicação e integração de sistemas, filiais e colaborares.
A boa notícia é que estão a aparecer no mercado startups portuguesas que já são desenhadas com uma estrutura e plano de investimento para poderem almejar competir no mercado global. Ainda não são representativas, mas são um passo importante no bom sentido.
Duarte Freitas, CEO e Founder da Anturio
14:25
Jornal Económico
A expressão “competir a nível global” é muitas vezes utilizada erradamente. Competir a nível global não é necessariamente ir para mercados estrangeiros. As empresas que só operam no mercado português também competem a nível global. É perfeitamente possível, hoje, uma empresa de bairro ser profundamente afetada por uma multinacional que chega ao mercado.
Todos estamos a competir com empresas globais, que têm um plano de investimento e de expansão, e cujos processos já foram testados e comprovados noutros países. Quando chegam ao mercado nacional há pouca probabilidade desses processos falharem. Por isso, é natural haver empresas confortavelmente instaladas nos seus mercados, onde têm uma posição dominante que, de um momento para o outro, são ultrapassadas por operarem com modelos obsoletos.
Há dois exemplos bem conhecidos. O Domino’s Pizza entrou há pouco tempo no mercado português – com um modelo de sucesso de take away e entrega, um processo bem delineado e comprovado – e conseguiu ocupar um espaço de mercado significativo por ter os processos bem estruturados e automatizados. A Uber é outro exemplo deste fenómeno, sobretudo porque quebra muitas barreiras do passado e ultrapassa todos os modelos que havia em Portugal.
Para conseguirem competir com empresas globais, as PME nacionais devem assumir a necessidade de uma transformação digital. Essa transformação digital implica que deixem de efetuar os seus processos de forma “manual” para os passarem a fazer de forma digital, a partir de um sistema de informação, de um ERP ou de qualquer outra ferramenta de automatização.
O cenário não é otimista neste aspeto. Se olharmos para o nosso tecido empresarial, em que mais de 95% das empresas são PME, na sua generalidade com menos de dez colaboradores, constatamos que essas empresas não estão minimamente preparadas, quer a nível económico, quer a nível de formação, para levar a cabo este tipo de transformação. É evidente que há exceções e existem em Portugal muitas “pérolas”, sobretudo empresas na área das TI. Mas, para a esmagadora maioria das PME, há um longo caminho a percorrer. Se as empresas portuguesas não chegarem ao nível de competência das empresas globais facilmente vão ser ultrapassadas. Mas, como se pode levar a cabo esta transformação digital?
As Tecnologias de Informação têm um grande peso para fazer essa “passagem”. É necessária uma aposta séria, que deve incluir um sistema de gestão de processos, um ERP Web e um workflow que permitam automatizar os processos. O facto de serem ferramentas Web permite uma maior flexibilidade, possibilitando fazer, entre outras coisas, aprovações de encomendas através do telemóvel e comunicações internas, sem requerer qualquer instalação.
É igualmente necessário apostar em automatismos operacionais, sobretudo em sistemas de informação móveis na área da logística, que permitam andar na rua e ter acesso a toda a informação. É essencial conseguir a integração destes sistemas para facilitar o trabalho de todos os colaboradores. É essencial também estar menos dependente das pessoas que se encontram no escritório para serem geridos de forma natural pelos sistemas de informação. Há três frentes de aposta obrigatória: um ERP Web, automatismos operacionais de mobilidade logística e a comunicação e integração de sistemas, filiais e colaborares.
A boa notícia é que estão a aparecer no mercado startups portuguesas que já são desenhadas com uma estrutura e plano de investimento para poderem almejar competir no mercado global. Ainda não são representativas, mas são um passo importante no bom sentido.
Duarte Freitas, CEO e Founder da Anturio
14:25
Jornal Económico
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