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Conhece o líder da oposição?
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Conhece o líder da oposição?
É a esta pergunta, simples e concreta, que empresas de sondagens, marketiers e gabinetes partidários deviam dedicar-se durante meia dúzia de dias.
Os madeirenses não estão mais cansados da política, dos partidos políticos e dos políticos do que o resto do mundo em geral - o desencanto está em todas as esquinas -, mas há, ainda assim, uma notável diferença entre os eleitores madeirenses e quase todos os outros: é que os nossos, em grande parte das eleições, há mais de 40 anos que votam nos mesmos. E já nem a desculpa de que são apenas os mais velhos dos eleitores a fazê-lo serve para justificar um padrão que parece resistir a tudo: entre muitas outras coisas, ao tempo, ao falhanço de quem governa e à descrença generalizada nas opções do momento.
Se quisermos ir mais fundo, somem-se a essa pergunta mais algumas: os madeirenses conhecem os deputados que elegeram? Os Presidentes dos Grupos Parlamentares da Assembleia Regional? Os deputados madeirenses na Assembleia da República? Os madeirenses conhecem propostas concretas de muitos desses agentes políticos? Arrisco respostas primeiro - não, não e não - e causas depois: a culpa não é dos madeirenses, que não são mais desatentos do que os outros; a culpa é mesmo dessa forma de fazer política que se instalou na Região, sem que muitos dos que são eleitos sintam necessidade de se mexer, fazer ver, conhecer, levar a sério e prestar contas. Os resultados de 2015 ensinaram-nos muito pouco: entre os que têm sedes a mais e os que as encerraram entretanto, a maioria ausentou-se da batalha no terreno rumo a realidades distantes. Dois anos depois vamos a votos e o que temos? Um Presidente do Governo Regional com a menor base de apoio de que há memória; o maior partido da Região desgastado e frágil como nunca; e a oposição, ainda assim, sem notória capacidade de implementação local e mobilização regional.
É certo que sem palco para apresentar obra o trabalho fica mais difícil, mas também não é só por isso que tantos continuam a passar ao lado. A oposição precisa de reconhecer o seu falhanço na capacidade de implementação territorial e de construir uma agenda clara, firme e vencedora – e que não é, garantidamente, a mediática – , que seja de longo prazo e que comece por aí. A oposição precisa de dar a conhecer-se primeiro e de convencer os eleitores depois; precisa de estar não à distância, mas no terreno, todos os dias, a identificar as dificuldades dos madeirenses; e mais do que dar, precisa de tirar notas diárias sobre uma realidade que não se conhece através dos jornais.
Ao longo de muitos anos Alberto João Jardim dedicou-se a descredibilizar e trucidar os líderes da oposição, mas mesmo assim, de vez em vez, a oposição conseguiu superar-se. 2013 foi um bom exemplo e em 2017 ninguém devia arriscar andar para trás. Para alguns, parece que se ficar como está já será um sucesso, mas para os madeirenses ficar na mesma significa ficar pior. Escrevi em Janeiro que as Autárquicas de 2017 precisam de ideias claras para o Futuro da Madeira, mas para além de ideias precisam de gente, porque sem pessoas, as que votam e as que vão a votos, nada feito.
JOÃO PEDRO VIEIRA / 20 FEV 2017 / 02:00 H.
Diário de Notícias da Madeira
Os madeirenses não estão mais cansados da política, dos partidos políticos e dos políticos do que o resto do mundo em geral - o desencanto está em todas as esquinas -, mas há, ainda assim, uma notável diferença entre os eleitores madeirenses e quase todos os outros: é que os nossos, em grande parte das eleições, há mais de 40 anos que votam nos mesmos. E já nem a desculpa de que são apenas os mais velhos dos eleitores a fazê-lo serve para justificar um padrão que parece resistir a tudo: entre muitas outras coisas, ao tempo, ao falhanço de quem governa e à descrença generalizada nas opções do momento.
Se quisermos ir mais fundo, somem-se a essa pergunta mais algumas: os madeirenses conhecem os deputados que elegeram? Os Presidentes dos Grupos Parlamentares da Assembleia Regional? Os deputados madeirenses na Assembleia da República? Os madeirenses conhecem propostas concretas de muitos desses agentes políticos? Arrisco respostas primeiro - não, não e não - e causas depois: a culpa não é dos madeirenses, que não são mais desatentos do que os outros; a culpa é mesmo dessa forma de fazer política que se instalou na Região, sem que muitos dos que são eleitos sintam necessidade de se mexer, fazer ver, conhecer, levar a sério e prestar contas. Os resultados de 2015 ensinaram-nos muito pouco: entre os que têm sedes a mais e os que as encerraram entretanto, a maioria ausentou-se da batalha no terreno rumo a realidades distantes. Dois anos depois vamos a votos e o que temos? Um Presidente do Governo Regional com a menor base de apoio de que há memória; o maior partido da Região desgastado e frágil como nunca; e a oposição, ainda assim, sem notória capacidade de implementação local e mobilização regional.
É certo que sem palco para apresentar obra o trabalho fica mais difícil, mas também não é só por isso que tantos continuam a passar ao lado. A oposição precisa de reconhecer o seu falhanço na capacidade de implementação territorial e de construir uma agenda clara, firme e vencedora – e que não é, garantidamente, a mediática – , que seja de longo prazo e que comece por aí. A oposição precisa de dar a conhecer-se primeiro e de convencer os eleitores depois; precisa de estar não à distância, mas no terreno, todos os dias, a identificar as dificuldades dos madeirenses; e mais do que dar, precisa de tirar notas diárias sobre uma realidade que não se conhece através dos jornais.
Ao longo de muitos anos Alberto João Jardim dedicou-se a descredibilizar e trucidar os líderes da oposição, mas mesmo assim, de vez em vez, a oposição conseguiu superar-se. 2013 foi um bom exemplo e em 2017 ninguém devia arriscar andar para trás. Para alguns, parece que se ficar como está já será um sucesso, mas para os madeirenses ficar na mesma significa ficar pior. Escrevi em Janeiro que as Autárquicas de 2017 precisam de ideias claras para o Futuro da Madeira, mas para além de ideias precisam de gente, porque sem pessoas, as que votam e as que vão a votos, nada feito.
JOÃO PEDRO VIEIRA / 20 FEV 2017 / 02:00 H.
Diário de Notícias da Madeira
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