A importância do investimento estrangeiro

Em 2016, o investimento estrangeiro em Portugal subiu, mas menos do que em anos anteriores.

Para a economia portuguesa, é vital o investimento directo estrangeiro, isto é, aquele que cria empregos e riqueza no país. A sua importância é tanto maior quanto o investimento empresarial de portugueses tem andado muito em baixo – embora haja sinais de alguma recuperação no último trimestre do ano passado.

O investimento estrangeiro frequentemente não traz só capital, que entre nós escasseia. Pode trazer, também, mercados externos, tecnologias avançadas, métodos de gestão mais eficazes do que aqueles que predominam em Portugal. Veja-se o exemplo da Autoeuropa.

No ano passado, o investimento estrangeiro terá aumentado 4,4% no país, segundo o Banco de Portugal. Não é mau, mas em 2014 subiu 9,3% e em 2015 8,5%.

Acresce que o grosso do investimento estrangeiro em 2016 foi para o imobiliário: subiu 11% o investimento em compra de casas e terrenos por particulares e empresas de além-fronteiras. Também aumentou (4,2%) na construção.

O investimento externo nesses sectores não é de desprezar. Mas certamente que é desejável que os estrangeiros se interessem, também, por outros sectores.

Será que esses investidores potenciais são afastados por recearem a influência no governo de António Costa de dois partidos marxistas? É possível, se pensarmos que o marxismo considera um roubo a empresa capitalista, por definição: o patrão fica com a mais-valia do trabalho.

22 fev, 2017
FRANCISCO SARSFIELD CABRAL
Rádio Renascença