O Governo e o investimento estrangeiro

O novo Governo tem duas frentes activas em que está a ter comportamentos e resultados bem diferentes.

A nível interno, o Governo devolveu os quatro feriados que tinham sido retirados pelo anterior Executivo, vai repor as 35 horas semanais da Função Pública, aumentou o salário mínimo para 530 euros, acabou com os exames para professores e alunos, vai reduzir a sobretaxa para uma parte dos contribuintes, e repor os salários da Função Pública.

Pode dizer-se que tudo lhe tem estado a correr de feição. Já no plano externo as coisas são bem diferentes e nem a forma positiva como correu última emissão de Obrigações do Tesouro a dez anos o salva.

O artigo do “Financial Times” sobre o choque frontal com os investidores estrangeiros provoca um dano terrível ao país. O FT refere-se às perdas de dois mil milhões de euros impostas aos detentores de obrigações seniores do Novo Banco e diz que alguns dos maiores fundos mundiais querem avançar para tribunal. Além disso, a anulação dos concursos para as concessões dos transportes públicos de Lisboa e do Porto também está, segundo o jornal britânico, a indispor autoridades e investidores dos países atingidos e pode custar muito cara a Portugal.

António Costa ainda não parece ter percebido as consequências que vão advir para o país, durante muito tempo, da desconfiança dos investidores internacionais, sobretudo numa altura em que Portugal precisa de investimento como de pão para boca. Sem ele, os pressupostos da política económica do Governo vão cair como um castelo de cartas.

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Económico