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“Os portugueses saíram do seu país por não encontrarem empregos”
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“Os portugueses saíram do seu país por não encontrarem empregos”
Ministre portugais de l’Economie, Manuel Caldeira Cabral, Foto Lex Kleren
Depois de o ministro luxemburguês da Economia, Etienne Schneider, ter ido a Portugal, foi a vez do homólogo português se deslocar ao Luxemburgo. Manuel Caldeira Cabral esteve no Grão-Ducado e falou com o Contacto sobre a estratégia a desenvolver para estreitar as relações económicas entre os dois países. As ’startups’, o turismo e a economia aeroespacial ocuparam um espaço privilegiado na agenda do ministro. E adiantou que o primeiro-ministro português, António Costa, prepara uma visita ao país.
Qual é o objetivo desta visita ao Luxemburgo?
Esta visita tem a ver com o reforço das relações que queremos ter com o Luxemburgo, em particular nas relações económicas. Insere-se também na preparação da visita que o primeiro-ministro, António Costa, vai fazer ao Grão-Ducado. Temos uma agenda de relações económicas com o Luxemburgo bastante ambiciosa. Isto foi mesmo transmitido pelo vice-primeiro-ministro luxemburguês quando foi a Portugal e se encontrou comigo. Há muitas áreas em que já há uma forte complementaridade entre os dois países e que podem dar resultados muito interessantes.
Que áreas são essas?
Uma das mais interessantes é a das ’startups’. Houve um grande interesse do Luxemburgo pelo programa que estamos a desenvolver – o StartUP Portugal – e pelo ecossistema português, pelas novas empresas que estão a florescer em Portugal em setores tecnológicos, ligados ao conhecimento que vem das universidades, ligados à área do ’software’ e da informática. Lisboa, Porto, Braga, Coimbra e outras cidades estão a surgir com um conjunto muito interessante de empresas, algumas pequenas e com projetos muito inovadores que têm vindo a crescer, mas também um conjunto muito razoável delas que conseguiram uma escala global e que estão valorizadas em mais de mil milhões de euros. É o exemplo da Farfetch, da Uniplaces que criou agora mais de 200 postos de trabalho; empresas como a Critical que fazem ’software’ para a NASA. Temos um objetivo muito claro de internacionalizar estas empresas. Queremos que ganhem mais contatos internacionais e penso que há uma visão idêntica da parte do Luxemburgo. Há muitos fundos de investimento e investidores no Luxemburgo que podem encontrar bons investimentos nas empresas portuguesas. É uma área de cooperação onde há muito potencial para ganhos mútuos, em que Portugal – com o Web Summit – ganhou muito destaque internacional. Há muitas empresas que estão a mudar parte da sua atividade para Portugal.
Isso como resultado direto do Web Summit?
Tem a ver com o resultado direto da política que estamos a desenvolver em termos de ’startups’. Mas tem a ver também com a maior visibilidade que o Web Summit deu a um ecossistema inovador que já existia. Quando os responsáveis do Web Summit decidem mudar a sede do evento internacional para Portugal, decidem-no porque reconhecem que já havia um ecossistema de empresas inovadoras que estava a crescer muito. Mas, por outro lado, ao mudarem para cá ajudaram a dar mais visibilidade. Trouxeram para Portugal muitas outras empresas. Chamo a atenção para a Second Home, uma das incubadoras mais dinâmicas do Reino Unido, que acabou de abrir em Portugal um espaço para onde está a trazer empresas que estavam em Londres e que estão neste momento a mudar a sua sede ou pelo menos parte da sua atividade para Lisboa (no Mercado da Ribeira). Mas há outros exemplos de empresas alemãs, francesas, inglesas que demonstraram interesse e que já estão numa fase de aceleração e que não querem ir para incubadoras, mas sim para espaços mais amplos. Isto porque já não vão criar 20 ou 30 empregos, mas 200 ou 300 e precisam de mais espaço.
Parte do objetivo da visita ao Luxemburgo é então atrair empresas para Portugal...
O que queremos é estabelecer protocolos de cooperação. A ideia é que algumas ’startups’ que estão no Luxemburgo possam passar a ter um pé em Portugal, mas também que as empresas portuguesas, que querem desenvolver o seu produto para os mercados francês ou alemão, possam pensar em ter um pé no Luxemburgo, porque é um país com acesso privilegiado a esses grandes mercados europeus. A ideia não é só num sentido, é estabelecer pontes que permitam às empresas de dois países que são pequenos no espaço europeu, trabalhar em conjunto. Portugal pode abrir perspetivas extra-europeias nomeadamente nos mercados de língua portuguesa adaptando serviços ou produtos a esses mercados. Mas colaborando com o Luxemburgo, as empresas podem encontrar perspetivas de adaptar melhor os seus produtos a outros mercados europeus, dos quais o Luxemburgo tem melhor conhecimento como da língua, por exemplo. Podem também estar em dois mercados e através disso encontrar novos financiadores, novos investidores, o que permite aos negócios crescer mais depressa.
Falou muito na questão das ’startups’, mas que outras áreas vão ser desenvolvidas?
A cooperação aeroespacial, por exemplo. As empresas e o Governo do Luxemburgo mostraram muito interesse nesta área. Portugal tem várias empresas que são fornecedoras da NASA, da Airbus, ou da Embraer. Além disso, Portugal tem uma comunidade científica muito interessante nesta área. E há muitas regiões do país que são ideais para observação espacial ou desenvolvimento de projetos: por estarem mais afastados de centros populacionais, têm muito boa visibilidade e há boas condições para lançamento de satélites. Falo ainda na área da energia. No contexto dos compromissos europeus poderá haver alguma colaboração entre os países na questão da cooperação das quotas de renováveis.
Em entrevista ao Contacto em outubro do ano passado, o ministro da Economia luxemburguês, Etienne Schneider, afirmou que uma das áreas que será reforçada será o turismo...
Há um potencial muito grande de conhecimento mútuo dos dois países, já que têm características diferentes. O Luxemburgo está no centro da Europa, Portugal tem o contexto mediterrânico e atlântico. Portugal teve um recorde de visitantes: passou de dez milhões para 19 milhões. Pensamos que o público do Luxemburgo, que é exigente e que tem um poder de compra muito bom, pode encontrar em Portugal um turismo de qualidade. Temos também a vontade de projetar esta ideia no Luxemburgo, pode haver aviões cheios nos dois sentidos. Pode também haver muito interesse no turismo residencial em Portugal. Temos muitas pessoas de França a terem uma segunda casa ou em Lisboa ou no Algarve.
Também muito por causa do regime fiscal de residentes não habituais que os isenta de impostos...
Tem a ver com este regime, mas também com a possibilidade de encontrarem propriedades muito boas a preços que são muito mais interessantes do que os que se encontram noutras partes da Europa. Além disso, há que referir a qualidade de vida, a segurança que o país oferece e, claro, o clima. Os franceses, que conhecem bem os portugueses, sentem que há uma relação, dizem que conseguem sentir-se em casa, mas também comprar casa em Lisboa, no Algarve ou na costa alentejana por um preço muito mais favorável do que o que conseguiriam no sul de França ou Itália, por exemplo. Obviamente que o regime de residentes não habituais para os reformados ou para pessoas que estão a trabalhar mas que estão em Portugal uma parte grande do ano tem benefícios fiscais muito interessantes. Penso que se as pessoas do Luxemburgo forem a Portugal, isso vai fazer com que tenham depois uma relação ainda melhor com os portugueses que estão no Luxemburgo.
Já passou férias no Luxemburgo? Já fez turismo no país?
(Risos) Já fiz turismo no Luxemburgo há alguns anos, no contexto de uma viagem que fiz em França, Bélgica e Holanda. E quando era muito jovem, fiz o Interrail e fiz um desvio para vir ao Luxemburgo. Senti-me muito bem recebido, é uma cidade muito bonita e acolhedora, e portanto, penso que tem tudo para poder atrair portugueses.
Quarta-feira, 22 Fevereiro 2017 às 10:55
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