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Investimento e emprego

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Mensagem por Admin Qua Jun 18, 2014 1:18 pm

A concretização de seis investimentos na área industrial e mais um na mineira, no montante total de 400 milhões de euros, é uma boa notícia. Desde logo, pelo volume das verbas investidas, que representam o maior pacote de investimentos desde que o atual Governo tomou posse. Com ele, espera-se criar 406 postos de trabalho diretos, mais outros 60 indiretos, e assegura-se a manutenção de mais 1300 empregos já existentes.

Dir-se-á que estas são verbas avultadíssimas por cada novo posto de trabalho criado. Isso significa que se trata de empreendimentos intensivos em capital e em novas tecnologias, com a promessa de um retorno também ele avultado, isto é, com a perspetiva de um alto valor acrescentado. A ideia de uma nova industrialização nada tem que ver com a que vem de meados do século passado. Ela já não se pode basear em baixos salários e no emprego de mão-de-obra intensiva. Hoje, o que conta mais é a inovação, a capacidade de se projetar para o exterior e a de conseguir, ao fazê-lo, capturar mais valor acrescentado.

É claro que não serão investimentos deste tipo multiplicados por mil que vão conseguir eliminar o excesso de desemprego prevalecente no País. São as micro e as pequenas empresas que criam mais postos de trabalho e isso só é possível com a dinamização da procura interna e a capacidade acrescida de produzir bens e prestar serviços de proximidade para os consumidores correntes no País. Só que a economia de Portugal precisa de muito mais empresas competitivas, com alta produtividade a operar à escala global, mas também da dinamização das micro e das pequenas empresas geradoras de emprego e de uma nova coesão social. E a distância do que falta neste campo mede-se por um indicador à escala europeia: a zona euro tem uma taxa de empregos disponíveis de 1,7% no 1.º trimestre de 2014.

Portugal subiu de 0,4% para 0,6% nesse período, mas a Alemanha chega aos 2,9% - cinco vezes mais!

A quota-parte de Maliki

O primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, demitiu comandantes militares cujas forças não foram capazes de fazer frente ao avanço dos combatentes jihadistas. Trata-se de uma decisão que serve de cortina de fumo para a realidade iraquiana criada pelo Governo. Xiita, Maliki descurou a população sunita e afastou militares competentes, na sua maioria oficiais, só por serem sunitas. Tal política pôs contra o Executivo parte da população e retirou ao exército elementos que poderiam ter feito a diferença quando os jihadistas se lançaram à conquista do país e se aproximam de Bagdad.

Mesmo que a tomada da capital seja bem mais difícil do que a de Mossul, ou impossível, porque vêm aí ataques com drones e mísseis, quaisquer que sejam os resultados, eles não anulam a responsabilidade de Maliki. Tivesse ele pensado no país como um todo e governado para todos e os radicais sunitas teriam menos capacidade para mobilizar gente que já nada tem a perder e o Iraque não correria o risco de implodir.

18-06-2014
DN
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