Exportadores espanhóis agem para afastar o caos portuário "desviar as mercadorias contentorizadas para o porto de Sines"

"As empresas que dependem do sistema portuário espanhol vão achar muito difícil planejar remessas semanais, porque ainda não sabemos exatamente qual será o impacto da paralisação", disse David Reynau, diretor de exportação do Consorfrut, consórcio de exportação com sede em Valência, Que tem extensos programas na Ásia e outros mercados no exterior.

"Como muitas empresas, estamos tentando desviar o maior número possível de contêineres para o Porto de Sines. Para o resto, teremos apenas de lidar com questões como e quando eles surgem. Mas o que podemos ter certeza é que nas próximas semanas vai exigir um enorme esforço para superar problemas como atrasos e serviços cancelados ", disse Reynau Fruitnet.

A Consorfrut está se preparando para fazer suas primeiras remessas de frutas de pedra para a China este verão e estará ansiosa por uma rápida resolução para a greve.

"Estamos realmente a receber contactos de grandes agências a prazo para processar declarações alfandegárias em Portugal, embora não possamos quantificar o impacto real no momento", disse Sérgio Almeida, do corretor aduaneiro Fernando Coelho, com sede em Sines e no Porto.

"Esperamos também que grandes companhias marítimas reorientem suas linhas para Portugal ou para outros países, mas o impacto real será visto quando a greve começar - antes disso não poderemos prever como as empresas reagirão".

Almeda salientou que a sobrecarga resultante nos portos portugueses provavelmente provocaria algum caos, como ocorreu no ano passado, quando portuários portugueses entraram em greve, resultando em desvio de tráfego do Porto de Lisboa para o Porto e causando grandes atrasos.

A Federação Internacional dos Trabalhadores convocou uma greve em dias alternados durante nove dias durante um período de três semanas a partir de 6 de Março, em resposta à decisão do governo de aprovar uma nova legislação para liberalizar o sector na sequência de uma decisão do Tribunal Europeu de Justiça, Fim para o estrangulamento dos stevedores na indústria. O projeto de lei deve ser aprovado hoje pelo Conselho de Ministros.

Enquanto isso, fontes no mercado atacadista de Barcelona Mercabarna, que abriga mais de 700 empresas de alimentos, disse que ainda é muito cedo para prever qual será o impacto total da greve. Uma empresa apontou que, uma vez que as greves são agendadas para dias alternativos, os carregadores fariam o possível para esquivar-se dos dias das furacões.

"Eles estão acostumados a enfrentar esses tipos de problemas nos portos e têm outras opções", disse a fonte à Economia Digital.

Outra empresa observou que o porto de Roterdão poderia ser usado como um ponto alternativo de entrada e saída para frutas se o conflito não fosse resolvido rapidamente.

 MAURA MAXWELL
Segunda-feira 27 de fevereiro de 2017, 10:07, Londres
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