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BE e PCP estão a subjugar o país a uma agenda de empobrecimento
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BE e PCP estão a subjugar o país a uma agenda de empobrecimento
Há muito pouca gente disponível para arriscar o seu próprio dinheiro num país onde os marxistas, leninistas e trotskistas mandam no governo
À saída de um Conselho Europeu, na ressaca do Brexit, em junho do ano passado, António Costa garantia aos portugueses que não só não deveriam temer o resultado do referendo como até deveriam estar otimistas com o não britânico à Europa. E apresentava duas razões: os ingleses continuariam a ser nossos parceiros, no matter what, e o seu habilidoso governo já estaria, naturalmente, muito atento às oportunidades emergentes do divórcio entre Londres e Bruxelas. “António Costa de olho nas empresas que queiram abandonar o Reino Unido”, titulou a imprensa no dia seguinte. Costa viu o óbvio. O pior é o resto. E o resto é o mais importante: fazer alguma coisa. É que, com Costa, o mais fácil é conseguir títulos de jornal.
No tratamento do Brexit, Portugal tem sido uma cigarra no meio do formigueiro europeu.
A França montou uma task force bipartidária, onde está a socialista presidente da Câmara de Paris e alguns dos maiores empresários do país, para convencer os banqueiros britânicos a atravessarem a Mancha. A Irlanda elaborou um caderno com dezenas de pontos que mostram as vantagens de mudar a City londrina para Dublin. A Polónia enviou à capital britânica uma comitiva chefiada pelo seu vice-primeiro--ministro com o objetivo de seduzir empresas e o setor financeiro para fazerem as malas para Varsóvia. Amesterdão, Frankfurt e Madrid, com apoio da bolsa espanhola e do regulador, são outras das capitais que estão a tratar do tema ao mais alto nível político e empresarial.
E Portugal, e Lisboa? Oito meses passados sobre o Brexit, é oportuno fazer algumas perguntas ao primeiro-ministro: diga lá a quantas empresas conseguiu deitar olho? E, dessas, quantas estão a pensar deslocalizar para Portugal? Quem, pela parte do governo, está encarregado dessas negociações? Que contrapartidas oferece Portugal à indústria financeira ou às empresas que se mudem para o nosso país?
Temo que a resposta a estas questões seja a mesma: zero, nada, niente, bola! Costa e o seu governo de trazer por casa não mexeram uma palha para que Portugal pudesse ser competitivo na atração dos fluxos financeiros, laborais e corporativos espoletados pelo Brexit.
Não falamos de coisa pouca. Olhemos para a indústria financeira, a mais afetada pela saída do país do clube europeu. Estima-se que o distrito financeiro empregue 454 mil pessoas, valendo múltiplos de biliões de euros. Haja alguém que me explique porque é que Lisboa não está a trabalhar para ser uma nova praça financeira reconstruída nos escombros do Brexit? Para Lisboa e para o país, isso significaria o maior pulo em décadas: atrair recursos humanos e financeiros nesta escala não tem precedentes. Tal motivaria, automaticamente, a criação de dezenas de milhares de postos de trabalho e um movimento de requalificação urbana talvez só comparável à intervenção na zona oriental da cidade de Berlim. Já para não falar do prestigio e da influência global que Lisboa ganharia na cena internacional por ser o novo coração da prestação de serviços financeiros. Mas olhar para a City londrina não é apenas um bom negócio para Portugal. Também o é para os britânicos. Temos o mesmo fuso horário, temos uma relação histórica incomparável, estamos a duas horas e meia de avião de Londres (dentro da “britaniosfera”), temos qualidade de vida, universidades de referência, identidade, cultura e bom tempo.
Temos muita coisa, mas não temos um governo capaz de trabalhar para que a capital portuguesa possa jogar a liga dos campeões das cidades europeias.
Este é apenas um exemplo do preço que o país tem a pagar pela solução de governo das esquerdas. É evidente que PCP e BE não deixam que Costa deite o olho às empresas e, muito menos, aos bancos ingleses. Nem nesta vida, nem na próxima. Como também é evidente, em sentido contrário, que o país não consegue captar investimento estrangeiro porque há muito pouca gente disponível para arriscar o seu próprio dinheiro num país onde os marxistas, leninistas e trotskistas mandam no governo. O nível de risco deve ser semelhante ao do jogo de casino.
Mais: o adormecimento nacional na abordagem económica ao Brexit é revelador do funcionamento da coisa a que chamamos governo. Especializada em destruir e reverter, as três minorias têm muitíssimas dificuldades em construir o que quer que seja. Prometem que vão a algum lado, mas ou não saem do mesmo sítio ou andam para trás. Com tanta tralha e tanto preconceito ideológico às costas, o governo tem margens de manobra limitadíssimas pela sua esquerda. Pode recuar na reconstituição do statu quo de 2011, mas não tem autorização para avançar um metro que seja em direção ao futuro. É uma criatura que se limita a existir, que perde mais tempo a gerir os seus caprichos do que a tratar dos problemas do país. Três minorias não foram capazes de formar uma maioria, exatamente porque cada partido trata mais de si do que do interesse de todos.
Portugal continua a divergir da Europa. E tudo aponta para que continue nesse caminho, a deixar passar ao lado oportunidades como aquelas que o Brexit está a oferecer. Mas nada disto devia espantar-nos: temos um governo que atira foguetes porque a economia alargou uns medíocres 1,4% em 2016 (menos 0,2% do que em 2015) e pilota o país em modo de autossatisfação. Trabalhar para melhorar, para crescer, exige sacrifico, coerência e confiança. E também dá algumas chatices. Tudo o que o maestro da coligação das esquerdas dispensa. Para Costa, como está, está muito bem. Mesmo que comunistas e bloquistas tenham imposto ao país uma estratégia de empobrecimento. Empobrecimento pela inação, como no caso do Brexit. Depauperamento pela resistência à reforma e à mudança, pela cristalização de um sistema não produtivo e não competitivo.
Com Costa ao leme da jangada do BE e do PCP, Portugal vai continuar a ver navios.
Escreve à quarta-feira
01/03/2017
Carlos Carreiras
opiniao@newsplex.pt
Jornal i
À saída de um Conselho Europeu, na ressaca do Brexit, em junho do ano passado, António Costa garantia aos portugueses que não só não deveriam temer o resultado do referendo como até deveriam estar otimistas com o não britânico à Europa. E apresentava duas razões: os ingleses continuariam a ser nossos parceiros, no matter what, e o seu habilidoso governo já estaria, naturalmente, muito atento às oportunidades emergentes do divórcio entre Londres e Bruxelas. “António Costa de olho nas empresas que queiram abandonar o Reino Unido”, titulou a imprensa no dia seguinte. Costa viu o óbvio. O pior é o resto. E o resto é o mais importante: fazer alguma coisa. É que, com Costa, o mais fácil é conseguir títulos de jornal.
No tratamento do Brexit, Portugal tem sido uma cigarra no meio do formigueiro europeu.
A França montou uma task force bipartidária, onde está a socialista presidente da Câmara de Paris e alguns dos maiores empresários do país, para convencer os banqueiros britânicos a atravessarem a Mancha. A Irlanda elaborou um caderno com dezenas de pontos que mostram as vantagens de mudar a City londrina para Dublin. A Polónia enviou à capital britânica uma comitiva chefiada pelo seu vice-primeiro--ministro com o objetivo de seduzir empresas e o setor financeiro para fazerem as malas para Varsóvia. Amesterdão, Frankfurt e Madrid, com apoio da bolsa espanhola e do regulador, são outras das capitais que estão a tratar do tema ao mais alto nível político e empresarial.
E Portugal, e Lisboa? Oito meses passados sobre o Brexit, é oportuno fazer algumas perguntas ao primeiro-ministro: diga lá a quantas empresas conseguiu deitar olho? E, dessas, quantas estão a pensar deslocalizar para Portugal? Quem, pela parte do governo, está encarregado dessas negociações? Que contrapartidas oferece Portugal à indústria financeira ou às empresas que se mudem para o nosso país?
Temo que a resposta a estas questões seja a mesma: zero, nada, niente, bola! Costa e o seu governo de trazer por casa não mexeram uma palha para que Portugal pudesse ser competitivo na atração dos fluxos financeiros, laborais e corporativos espoletados pelo Brexit.
Não falamos de coisa pouca. Olhemos para a indústria financeira, a mais afetada pela saída do país do clube europeu. Estima-se que o distrito financeiro empregue 454 mil pessoas, valendo múltiplos de biliões de euros. Haja alguém que me explique porque é que Lisboa não está a trabalhar para ser uma nova praça financeira reconstruída nos escombros do Brexit? Para Lisboa e para o país, isso significaria o maior pulo em décadas: atrair recursos humanos e financeiros nesta escala não tem precedentes. Tal motivaria, automaticamente, a criação de dezenas de milhares de postos de trabalho e um movimento de requalificação urbana talvez só comparável à intervenção na zona oriental da cidade de Berlim. Já para não falar do prestigio e da influência global que Lisboa ganharia na cena internacional por ser o novo coração da prestação de serviços financeiros. Mas olhar para a City londrina não é apenas um bom negócio para Portugal. Também o é para os britânicos. Temos o mesmo fuso horário, temos uma relação histórica incomparável, estamos a duas horas e meia de avião de Londres (dentro da “britaniosfera”), temos qualidade de vida, universidades de referência, identidade, cultura e bom tempo.
Temos muita coisa, mas não temos um governo capaz de trabalhar para que a capital portuguesa possa jogar a liga dos campeões das cidades europeias.
Este é apenas um exemplo do preço que o país tem a pagar pela solução de governo das esquerdas. É evidente que PCP e BE não deixam que Costa deite o olho às empresas e, muito menos, aos bancos ingleses. Nem nesta vida, nem na próxima. Como também é evidente, em sentido contrário, que o país não consegue captar investimento estrangeiro porque há muito pouca gente disponível para arriscar o seu próprio dinheiro num país onde os marxistas, leninistas e trotskistas mandam no governo. O nível de risco deve ser semelhante ao do jogo de casino.
Mais: o adormecimento nacional na abordagem económica ao Brexit é revelador do funcionamento da coisa a que chamamos governo. Especializada em destruir e reverter, as três minorias têm muitíssimas dificuldades em construir o que quer que seja. Prometem que vão a algum lado, mas ou não saem do mesmo sítio ou andam para trás. Com tanta tralha e tanto preconceito ideológico às costas, o governo tem margens de manobra limitadíssimas pela sua esquerda. Pode recuar na reconstituição do statu quo de 2011, mas não tem autorização para avançar um metro que seja em direção ao futuro. É uma criatura que se limita a existir, que perde mais tempo a gerir os seus caprichos do que a tratar dos problemas do país. Três minorias não foram capazes de formar uma maioria, exatamente porque cada partido trata mais de si do que do interesse de todos.
Portugal continua a divergir da Europa. E tudo aponta para que continue nesse caminho, a deixar passar ao lado oportunidades como aquelas que o Brexit está a oferecer. Mas nada disto devia espantar-nos: temos um governo que atira foguetes porque a economia alargou uns medíocres 1,4% em 2016 (menos 0,2% do que em 2015) e pilota o país em modo de autossatisfação. Trabalhar para melhorar, para crescer, exige sacrifico, coerência e confiança. E também dá algumas chatices. Tudo o que o maestro da coligação das esquerdas dispensa. Para Costa, como está, está muito bem. Mesmo que comunistas e bloquistas tenham imposto ao país uma estratégia de empobrecimento. Empobrecimento pela inação, como no caso do Brexit. Depauperamento pela resistência à reforma e à mudança, pela cristalização de um sistema não produtivo e não competitivo.
Com Costa ao leme da jangada do BE e do PCP, Portugal vai continuar a ver navios.
Escreve à quarta-feira
01/03/2017
Carlos Carreiras
opiniao@newsplex.pt
Jornal i
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