Turistas num país melhor

A época do Carnaval trouxe milhares de turistas a Portugal. De norte a sul do país, os hotéis encheram e quem nos visitou - e decerto não foi só pelos desfiles ao estilo brasileiro, em pleno inverno europeu - trouxe mais riqueza para o país. Apesar dos escassos raios de sol, esta época festiva veio comprovar que Portugal continua na moda como destino de férias ou simples escapadinhas.

Numa altura em que tanto se discute ainda os sms da Caixa Geral de Depósitos e o polémico caso dos offshores (para onde tem voado uma fatia do dinheiro que poderia estar no país), precisamos de investir mais tempo em torno de uma estratégia para reter e atrair mais dinheiro para Portugal. O turismo é um dos setores que pode contribuir para esse objetivo.

Portugal está em destaque na última revista Monocle, uma edição que assinala o décimo aniversário da publicação, com 64 páginas dedicadas ao nosso país - incluindo uma entrevista com o diretor deste jornal, Paulo Baldaia, sobre o estado dos media no mercado nacional - e enaltecendo o potencial turístico que temos. Não o aproveitar bem e de forma sustentável seria falta de inteligência da nossa parte.

Se olharmos para o retrato da nação que está em destaque na Monocle, é uma nação pela qual vale a pena trabalhar, investir e lutar - e da qual nos devemos orgulhar. Um país de negócios, de cultura, de design, de moda, de lazer e entretenimento e que deveria ter uma nova ambição global. Segundo a publicação, os portugueses são um povo inventivo e determinado, que já passou por uma dura crise, mas que sabe quais são as prioridades.

A nosso favor joga uma personalidade única dos portugueses, a beleza natural, a diversidade cultural, mas também (e não menos importante nos dias que correm) a vantagem da segurança. Ainda assim, devemos preocupar-nos com ela. Cuidar desse trunfo - como se de uma joia preciosa se tratasse - é vital. Essa segurança atrai turistas, mas também homens de negócios e outros empreendedores que aqui investem e arriscam. Desde os negócios das tecnológicas às empresas de surf, cada vez mais são os estrangeiros que aqui se sentem em casa. São também eles - e nós, claro - que podem empurrar o país para o crescimento.

Na semana passada, estive a moderar a conferência da CIP Moldar o futuro - O imperativo do crescimento e não me canso de repetir quão imperativo é crescer de forma estratégica e sustentada. Precisamos de dar-lhe sentido máximo de urgência e trabalhar por ele e para ele.

01 DE MARÇO DE 2017
00:00
Rosália Amorim
Diário de Notícias