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O valor das empresas portuguesas
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O valor das empresas portuguesas
Temos assistido, recentemente, a uma grande indignação, sobretudo da parte de alguns políticos, em relação ao valor atribuído por investidores estrangeiros às empresas portuguesas que se propõem adquirir.
Estas manifestações de indignação são absolutamente irrelevantes para a comunidade empresarial e financeira internacional e não contribuem, em nada, para a compreensão da situação descrita e, a partir dessa análise, para a procura de soluções que aumentem o valor das nossas empresas.
A explicação para o baixo valor proposto para a aquisição de empresas portuguesas é simples e aprende-se em Finanças Empresariais I: a taxa de actualização que os investidores internacionais utilizam na aplicação do método de "Discounted Cash Flow" é elevada, na minha opinião, cerca de 10 a 12% acima da que utilizam para as empresas alemãs e cerca de 6 a 7% acima da que utilizam para as empresas espanholas.
Esta taxa de actualização incorpora o risco político, o risco da envolvente empresarial e o risco do negócio em causa.
As duas primeiras parcelas são muito elevadas, em Portugal, porque os investidores estrangeiros atribuem um risco elevado à actual solução política governativa e às variáveis macroeconómicas, com implicações directas na envolvente empresarial do país.
As declarações inflamadas dos dirigentes dos partidos de extrema-esquerda que suportam o Governo, a evolução do endividamento público e das respectivas taxas de juro, contribuem, de modo significativo, para esta percepção de risco político elevado, por parte dos investidores estrangeiros, em particular dos fundos de investimento, que têm de obedecer a regras claras sobre a aplicação dos seus recursos.
Reconheço que a nossa percepção de risco político é muito mais baixa, face às decisões do partido maioritário da coligação e que esta percepção também é partilhada pelas empresas estrangeiras que já operam em Portugal e com investimentos significativos.
Assim sendo, a solução para este problema passa pela alteração da percepção externa, o que implica um conjunto de acções estruturadas e alinhadas nesse sentido.
O Governo, em geral, e o primeiro-ministro e o ministro das Finanças, em particular, devem realizar com a máxima urgência, um "roadshow" internacional, para captação de investimento, baixando a percepção de risco político dos investidores internacionais.
A recente visita do primeiro-ministro à Índia deve, assim, e nesta perspectiva, ser considerada uma iniciativa positiva.
Mas que tem de ser complementada com acções concretas a desenvolver pelas entidades que têm a responsabilidade de atrair e apoiar o investimento estrangeiro.
As reuniões com as agências de "rating", anunciadas pelo senhor ministro das Finanças, são também positivas e uma boa notícia. Desde que a evolução das variáveis macroeconómicas continuem no caminho certo, com superavits primários nas contas públicas.
Este caminho, para a valorização das nossas empresas e dos activos nacionais, é estreito e difícil.
Mas não vejo nenhuma outra alternativa.
Gestor de Empresas
Luís Todo Bom
05 de março de 2017 às 18:15
Negócios
Estas manifestações de indignação são absolutamente irrelevantes para a comunidade empresarial e financeira internacional e não contribuem, em nada, para a compreensão da situação descrita e, a partir dessa análise, para a procura de soluções que aumentem o valor das nossas empresas.
A explicação para o baixo valor proposto para a aquisição de empresas portuguesas é simples e aprende-se em Finanças Empresariais I: a taxa de actualização que os investidores internacionais utilizam na aplicação do método de "Discounted Cash Flow" é elevada, na minha opinião, cerca de 10 a 12% acima da que utilizam para as empresas alemãs e cerca de 6 a 7% acima da que utilizam para as empresas espanholas.
Esta taxa de actualização incorpora o risco político, o risco da envolvente empresarial e o risco do negócio em causa.
As duas primeiras parcelas são muito elevadas, em Portugal, porque os investidores estrangeiros atribuem um risco elevado à actual solução política governativa e às variáveis macroeconómicas, com implicações directas na envolvente empresarial do país.
As declarações inflamadas dos dirigentes dos partidos de extrema-esquerda que suportam o Governo, a evolução do endividamento público e das respectivas taxas de juro, contribuem, de modo significativo, para esta percepção de risco político elevado, por parte dos investidores estrangeiros, em particular dos fundos de investimento, que têm de obedecer a regras claras sobre a aplicação dos seus recursos.
Reconheço que a nossa percepção de risco político é muito mais baixa, face às decisões do partido maioritário da coligação e que esta percepção também é partilhada pelas empresas estrangeiras que já operam em Portugal e com investimentos significativos.
Assim sendo, a solução para este problema passa pela alteração da percepção externa, o que implica um conjunto de acções estruturadas e alinhadas nesse sentido.
O Governo, em geral, e o primeiro-ministro e o ministro das Finanças, em particular, devem realizar com a máxima urgência, um "roadshow" internacional, para captação de investimento, baixando a percepção de risco político dos investidores internacionais.
A recente visita do primeiro-ministro à Índia deve, assim, e nesta perspectiva, ser considerada uma iniciativa positiva.
Mas que tem de ser complementada com acções concretas a desenvolver pelas entidades que têm a responsabilidade de atrair e apoiar o investimento estrangeiro.
As reuniões com as agências de "rating", anunciadas pelo senhor ministro das Finanças, são também positivas e uma boa notícia. Desde que a evolução das variáveis macroeconómicas continuem no caminho certo, com superavits primários nas contas públicas.
Este caminho, para a valorização das nossas empresas e dos activos nacionais, é estreito e difícil.
Mas não vejo nenhuma outra alternativa.
Gestor de Empresas
Luís Todo Bom
05 de março de 2017 às 18:15
Negócios
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