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Aposto que não vai acreditar no que acabei de escrever
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Aposto que não vai acreditar no que acabei de escrever
O algoritmo não é um ser superior, é alimentado pelas nossas escolhas. A viralidade somos nós que a fazemos... Que seja feita por algo que vale a pena!
Este é provavelmente um dos títulos mais utilizados para fazer clickbait. E a prova de que resulta é que está a ler este artigo neste preciso momento. O título aguçou a sua curiosidade e veio cá dar uma vista de olhos. Afinal, o que é que eu poderia ter escrito que o leitor não iria acreditar?
A expressão clickbait está na moda. Basta abrir dois ou três artigos mais polémicos e certamente que vamos encontrar um rol de comentários a gritar “clickbait“, “clickbait“. Mas nem sempre é assim. Nem tudo o que aguça a curiosidade nos media é clickbait. Por vezes são apenas títulos sugestivos, apelativos, informação que necessita de mais desenvolvimento do que as seis ou sete palavras que compõem um título e tentam, de forma diferenciadora, chamar a atenção.
Despertar a curiosidade do ser humano é algo que se faz desde que há memória. Dos outdoors publicitários aos títulos dos livros. Todos nós nos lembramos deste ou daquele outdoor, deixou-nos curiosos, fomos procurar ou até comprar o produto em questão. E se mexer com as nossas emoções mais eficaz é. No caso dos livros ainda é ainda mais flagrante, basta entrar numa qualquer livraria e rapidamente percebemos que grande parte das pessoas que lá está tem na mão livros com títulos sugestivos.
Na Internet, onde a informação circula a uma velocidade aterradora, despertar a curiosidade para um artigo ou uma notícia pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso. Aqui, o difícil é destrinçar entre o clickbait e o título sugestivo ou apelativo.
No clickbait, por norma, existe deceção quando se tenta ver o conteúdo em causa. Milhares de sites utilizam técnicas mais ou menos agressivas de clickbait apenas com o intuito de ganhar mais acessos e mais dinheiro em publicidade, mas quando o utilizador entra de facto no site além da publicidade não consegue ver o conteúdo que estava à espera. Ou o conteúdo não existe ou tem tantos banners e popups no caminho que o utilizador acaba por desistir, frustrado.
Esta é a forma mais primária de clickbait, e foi com base nela que o termo surgiu em 2006 – para dar nome a uma técnica de engano, de quase burla, que estava a tomar proporções desmedidas. Mas estas técnicas rapidamente foram adaptadas aos chamados sites fidedignos. Afinal, se funcionavam de forma primária em blogues e sites de cariz duvidoso com audiências fracas, seguramente que funcionariam em sites noticiosos, grandes, estruturados, interessantes.
Foi nesse momento que o utilizador comum se perdeu e deixou de distinguir um título chamativo de um clickbait, uma fotografia sugestiva e um logro total. Os media deveriam ter simplificado, mas não o fizeram. Começaram a misturar, a tentar encontrar o equilíbrio perfeito. O tal equilíbrio que ainda ninguém descobriu. A ganância pelos cliques e as quebras na publicidade não ajudaram. E a miscelânea quando chega às massas leva sempre o pior caminho. Resultado? Agora tudo é apelidado, da forma mais pejorativa possível, de clickbait.
A verdade é que se não for apelativo ninguém vai olhar. Se o nosso feed fosse um sucedâneo de títulos explicativos, complexos e longos provavelmente o sucesso desse feed estava comprometido, e esteve quase a seguir esse caminho não fosse a super inteligente criação do chamado algoritmo!
O algoritmo, esse quase ser que confunde o seu próprio criador, ajuda a difundir clickbaits e títulos sugestivos da mesma maneira, ou seja, tenta descobrir aquilo que gostaríamos de ver no nosso feed de uma forma mecânica. Se os nossos amigos gostam, nós também vamos gostar. Se fizemos like provavelmente tem relevância para mais gente. Se é muito partilhado é porque é interessante… Mas quantas vezes não passamos os olhos pelo nosso feed das redes sociais e exclamamos: “o algoritmo deu cabo disto tudo, não há nenhum post de jeito”?
Se pensarmos bem, percebemos que a culpa é sempre nossa, utilizador comum das redes sociais e dos sites de informação. Sem partilhas não há “interesse”, sem like não há “relevância”, sem interação não há repercussão – e estamos a falar apenas num artigo banal na imensidão de informação que circula na Internet. O algoritmo não é um ser superior, é alimentado pelas nossas escolhas. A viralidade somos nós que a fazemos… Que seja feita por algo que vale a pena!
Rogério Junior
00:06
Jornal Económico
Este é provavelmente um dos títulos mais utilizados para fazer clickbait. E a prova de que resulta é que está a ler este artigo neste preciso momento. O título aguçou a sua curiosidade e veio cá dar uma vista de olhos. Afinal, o que é que eu poderia ter escrito que o leitor não iria acreditar?
A expressão clickbait está na moda. Basta abrir dois ou três artigos mais polémicos e certamente que vamos encontrar um rol de comentários a gritar “clickbait“, “clickbait“. Mas nem sempre é assim. Nem tudo o que aguça a curiosidade nos media é clickbait. Por vezes são apenas títulos sugestivos, apelativos, informação que necessita de mais desenvolvimento do que as seis ou sete palavras que compõem um título e tentam, de forma diferenciadora, chamar a atenção.
Despertar a curiosidade do ser humano é algo que se faz desde que há memória. Dos outdoors publicitários aos títulos dos livros. Todos nós nos lembramos deste ou daquele outdoor, deixou-nos curiosos, fomos procurar ou até comprar o produto em questão. E se mexer com as nossas emoções mais eficaz é. No caso dos livros ainda é ainda mais flagrante, basta entrar numa qualquer livraria e rapidamente percebemos que grande parte das pessoas que lá está tem na mão livros com títulos sugestivos.
Na Internet, onde a informação circula a uma velocidade aterradora, despertar a curiosidade para um artigo ou uma notícia pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso. Aqui, o difícil é destrinçar entre o clickbait e o título sugestivo ou apelativo.
No clickbait, por norma, existe deceção quando se tenta ver o conteúdo em causa. Milhares de sites utilizam técnicas mais ou menos agressivas de clickbait apenas com o intuito de ganhar mais acessos e mais dinheiro em publicidade, mas quando o utilizador entra de facto no site além da publicidade não consegue ver o conteúdo que estava à espera. Ou o conteúdo não existe ou tem tantos banners e popups no caminho que o utilizador acaba por desistir, frustrado.
Esta é a forma mais primária de clickbait, e foi com base nela que o termo surgiu em 2006 – para dar nome a uma técnica de engano, de quase burla, que estava a tomar proporções desmedidas. Mas estas técnicas rapidamente foram adaptadas aos chamados sites fidedignos. Afinal, se funcionavam de forma primária em blogues e sites de cariz duvidoso com audiências fracas, seguramente que funcionariam em sites noticiosos, grandes, estruturados, interessantes.
Foi nesse momento que o utilizador comum se perdeu e deixou de distinguir um título chamativo de um clickbait, uma fotografia sugestiva e um logro total. Os media deveriam ter simplificado, mas não o fizeram. Começaram a misturar, a tentar encontrar o equilíbrio perfeito. O tal equilíbrio que ainda ninguém descobriu. A ganância pelos cliques e as quebras na publicidade não ajudaram. E a miscelânea quando chega às massas leva sempre o pior caminho. Resultado? Agora tudo é apelidado, da forma mais pejorativa possível, de clickbait.
A verdade é que se não for apelativo ninguém vai olhar. Se o nosso feed fosse um sucedâneo de títulos explicativos, complexos e longos provavelmente o sucesso desse feed estava comprometido, e esteve quase a seguir esse caminho não fosse a super inteligente criação do chamado algoritmo!
O algoritmo, esse quase ser que confunde o seu próprio criador, ajuda a difundir clickbaits e títulos sugestivos da mesma maneira, ou seja, tenta descobrir aquilo que gostaríamos de ver no nosso feed de uma forma mecânica. Se os nossos amigos gostam, nós também vamos gostar. Se fizemos like provavelmente tem relevância para mais gente. Se é muito partilhado é porque é interessante… Mas quantas vezes não passamos os olhos pelo nosso feed das redes sociais e exclamamos: “o algoritmo deu cabo disto tudo, não há nenhum post de jeito”?
Se pensarmos bem, percebemos que a culpa é sempre nossa, utilizador comum das redes sociais e dos sites de informação. Sem partilhas não há “interesse”, sem like não há “relevância”, sem interação não há repercussão – e estamos a falar apenas num artigo banal na imensidão de informação que circula na Internet. O algoritmo não é um ser superior, é alimentado pelas nossas escolhas. A viralidade somos nós que a fazemos… Que seja feita por algo que vale a pena!
Rogério Junior
00:06
Jornal Económico
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