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A(nota) mentos - Barreiro: Vivemos numa democracia pluralista
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A(nota) mentos - Barreiro: Vivemos numa democracia pluralista
As estradas, os esgotos, os jardins, os passeios, o abastecimento de água, os transportes públicos, as escolas, as creches, tudo o que faz cidade, não é, nunca foi, nem nunca será, um exclusivo dos votantes da força politica vencedora, e estas realidades não são nem de direita, nem de esquerda, são essenciais à vivência na cidade e ao viver cidadania.
Neste tempo pré-eleitoral quando a vida política, por vezes, chega ao rubro, e, mais que discussão de ideais e valores, estratégias de desenvolvimento, ou motivações politicas, na verdade, opta-se pela destruição de carácter, estímulo de ódios e pelos confrontos que tocam o populismo e a reinvenção da vida real ao sabor de desejos, talvez, seja útil, aos que querem dedicar-se à causa pública e à gestão da polis, ler a entrevista, hoje, publicada no jornal «Público», com a filósofa belga Chantal Mouffe, onde são abordados diversos aspectos do seu pensamento politico.
Aquilo que mais me tocou, porque é uma das minhas permanentes formas de olhar a vida politica no global, mas muito mais ao nível local, são os seus conceitos de politica de mobilização de «afectos comuns».
Defende Chantal Mouffe que na politica, na democracia, é importante “que se discuta para chegar ao acordo, ao consenso”.
Sublinha, que “há muitas coisas onde é possível chegar a acordo”, mas isso não coloca de lado o “possível confronto com os adversários” e não com “inimigos”.
Nestes tempos eleitorais, onde, muitas vezes, parece que emerge uma visão da acção politica como uma acção de guerra, de luta, de conquista a todo o custo do poder, esta é uma reflexão útil.
Sempre tenho defendido, que a acção politica no global, mas muito especialmente ao nível local, faz-se na valorização das diferenças, na discussão de diferentes pontos de vista, porque, após as eleições, todos nós, de facto, ganhe quem ganhar, vamos sempre que ter que viver em conjunto, aqui e agora, nesta terra que todos dizemos querer melhor e mais valorizada, onde o prazer de viver é, tem que ser, extensivo a todas as cores politicas e credos religiosos.
As estradas, os esgotos, os jardins, os passeios, o abastecimento de água, os transportes públicos, as escolas, as creches, tudo o que faz cidade, não é, nunca foi, nem nunca será, um exclusivo dos votantes da força politica vencedora, e, de facto, estas realidades não são nem de direita, nem de esquerda, são essenciais à vivência na cidade e ao viver cidadania.
É por isso que a politica tem que ser feita nesse confronto democrático, marcado pela coexistência, onde, cada vez mais, na vida concreta, o «nós» (bons ou maus) e os «eles» (bons ou maus) tem que ser superado por ideias alternativas, por conteúdos específicos, e, não por «populismos» sejam de esquerda ou de direita.
É isto que espero ver, nos próximos tempos, embora, sei, pelo que tem sido a realidade eleitoral dos últimos anos, nós, por cá, vamos continuar em clima de amigos versus inimigos, com o vazio de ideias e valorizando-se percepções e antagonismos que a história já superou, mas as mentalidades politicas continuam a dar-lhes credibilidade, não percebendo, ou não querendo perceber que, com todos os defeitos e virtudes, vivemos numa democracia pluralista, onde os papões e bastiões são meros fantasmas, que alimentam slogans e ilusões politicas de circunstancia.
Gostei de ler a entrevista de Chantal Mouffe e vou gostar de aprofundar os seus conceitos sobre “o papel dos afectos na politica agonística”.
S.P.
21.03.2017 - 17:59
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