Canal da Nicarágua poderá iniciar-se na viragem do ano

O governo da Nicarágua e empresa HKND (Hong Kong Nicaragua Canal Development Investment Company) chegaram ao acordo final para avançar com a construção de um canal capaz de ombrear com o do Panamá, mesmo depois da expansão que está a ser feita naquela estrutura.
 
O projecto tem um custo global previsto de 40 mil milhões de dólares (cerca de 29 mil milhões de euros, montante que representa quase quatro vezes o PIB da Nicarágua). O investimento será suportado pela HKND, liderada pelo chinês Wang Jing, contra uma concessão por um prazo de 100 anos.
 
O Canal da Nicarágua deverá ter uma extensão de 278 quilómetros, 230 a 520 metros de largura e uma profundidade de 27,6 metros. Compreenderá, além do canal propriamente dito, dois portos de águas profundas (um em cada extremo), dois aeroportos, duas zonas francas, uma estrada e um oleoduto.
 
O projecto atravessará a Nicarágua de Punta Gorda, na costa atlântica, a Brito, no Pacífico, passando pelo lago Nicarágua, no centro do país.
 
Os trabalhos poderão iniciar-se já na viragem do ano. Os promotores apontam para um prazo de construção de 10 anos, mas acreditam em 2020 já seja possível a utilização do canal, ainda que com algumas restrições.
 
Uma década foi o tempo que o Canal do Panamá demorou a ser construído há 100 anos, mesmo tendo menos de um terço do comprimento. Esse é, aliás, um dos argumentos dos detractores do projecto nicaraguense.
 
Por outro lado, as autoridades do país confiam nos avanços na engenharia e práticas de construção. Os responsáveis pelo empreendimento também garantem estar ressalvadas as implicações ambientais que uma mega-obra como esta pode ter.

29-07-2014