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Crónica de outras terras
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Crónica de outras terras
"Como dizia um colega de profissão quando acabava de passar os olhos pelos jornais do dia: 'Graças a Deus que nada disto acontece na minha terra!'"
Há terras em que se consegue transformar a Bela Adormecida em Bruxa Má com apenas duas ou três intervenções mediáticas. Por detrás do "fazer de cama" do visado lá se encontra sempre uma rivalidadezinha profissional, uma historieta pessoal mal contada ou uma daquelas invejazinhas tão ao gosto de espíritos menos nobres. A coisa é sempre assim, e sempre igual. E toca a todos. Basta ter-se o valor mínimo que eleva acima da turba indiferenciada e massificada em cada sector, área ou profissão. Não escapam políticos nem médicos. Não escapam advogados nem economistas. Não escapam juízes nem procuradores. Não escapam, obviamente, banqueiros nem empresários. E nem no clero se está isento de igual sorte.
Estranhamente, tudo isto sucede com particular relevo na era em que mais se consagraram os direitos de personalidade e em que o respeito pela individualidade é oficialmente santificado. A maledicência, que ombreia com o artesanato e o folclore no que respeita a pitoresco nacional em algumas paragens, urde histórias, lendas, mitos. Verdadeiras umas, falsas outras. Mas todas igualmente verrinosas, sempre pretendendo atestar a falta de probidade, a falta de honorabilidade ou o mau crédito do visado. Já sobre o que atesta relativamente aos respectivos autores, nem vale a pena falar.
Esta tradição do "bota abaixo" é facilmente detectável através de um estudo da comunicação social dessas mesmas terras distantes. Se os mass media servem para divulgar o que se passa numa determinada comunidade, obviamente que as mais flagrantes características de uma sociedade logo aparecerão sob os holofotes da respectiva comunicação social.
É assim na TV, é assim na rádio e acaba por ser assim na imprensa: as urdiduras in malam partem usam de tudo para denegrir seja quem for. Usam supostas opiniões técnicas dadas por peritos seja lá no que for (ou candidatos a tal); usam debates; usam comentários de anonimozinhos às notícias e crónicas da imprensa escrita. Tem até graça atentar no venenoso de alguns desses comentários aparentemente inocentes: os piores são por vezes os falsamente dubitativos. Os que não percebem bem "e tal"! Mas o objectivo sibilino que se descortina é sempre o mesmo: atacar, invejar, destruir.
Mas além da capacidade de transmutar a Bela Adormecida em Bruxa Má, nessas terras também se consegue transformar o Lobo Mau em Capuchinho Vermelho. Basta que seja por aí que convenha fazer a coisa. Se assim for, então lá segue o curso dos eventos mediáticos. Também aqui verídicos uns, falsos a maior parte, comentados todos.
Só isto permite que, nessas terras, de bestial a besta seja um instantinho. E vice-versa. Bastam umas quantas palavras, ditas pelas bocas certas nos momentos exactos, e lá vai a campanha em magote: sagaz, opinativa, voluntariosa, conscienciosa como só ela.
São terras horríveis essas. E como sabiamente dizia um colega de profissão quando acabava de passar os olhos pelos jornais do dia, "Graças a Deus que nada disto acontece na minha terra!"
Mas como isto de meter a mão na consciência colectiva tem um preço, seguem os comentários abaixo.
Advogado, escreve à sexta-feira
Por Saragoça da Matta
publicado em 19 Set 2014 - 05:00
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