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O peso de um elefante não o torna imóvel
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O peso de um elefante não o torna imóvel
Os agentes da economia nacional necessitam, sobretudo, de ver introduzidas mudanças comportamentais no seu seio organizacional.
O que falta às empresas nacionais? Em três palavras: metodologias mais eficazes. Apesar de vital, a mudança comportamental é de difícil execução. E quanto mais pesada for a organização, maior é a resistência à mudança. Tal como um elefante, mais vale colocar toda a estrutura a dar pequenos passos do que permanecer imóvel e ver-se ultrapassado pela concorrência…
Em 1986, a integração de Portugal na União Europeia despertou a necessidade de modernizar o tecido empresarial português. Deu-se início a um período de profundas transformações na economia que, teoricamente, serviriam de alavanca para o desenvolvimento da competitividade a nível internacional. Quase 30 anos depois, a economia nacional atravessa um ciclo radicalmente diferente daquele que antecedeu a assinatura do tratado de adesão à CEE.
Hoje, e ao contrário do investimento na modernização de infra-estruturas e na aquisição de tecnologia – que marcou os anos que se seguiram à integração na Comunidade Europeia –, os agentes da economia nacional necessitam, sobretudo, de ver introduzidas mudanças comportamentais no seu seio organizacional. Um estudo recente do Eurofund, uma agência europeia para investigação sobre políticas de trabalho, dá conta de que os portugueses estão entre os que mais horas dedicam ao trabalho, ocupando o quinto lugar na lista dos 28 Estados-membros. Se dispomos dos meios necessários e se o tempo alocado ao processo produtivo se situa acima da média, de que carecem as empresas nacionais? Resumidamente, de novos métodos.
A solução parece evidente, porém importa analisar o quão delicada pode ser a introdução de mudanças comportamentais no contexto organizacional. Chegando a pesar mais de 10 toneladas, o elefante adulto necessita de se movimentar e fá-lo com recurso a curtos e vagarosos passos. Esta analogia com o mundo animal exemplifica o caso da mudança comportamental: é necessária, de difícil execução e, quanto mais pesada for a organização, maior será a resistência à mudança. À introdução de mudanças comportamentais, deve seguir-se treino, por forma a que os novos ideais possam ser assimilados e enraizados. Em Outliers, Malcolm Gladwell salienta que a maioria dos executivos treina cerca de mil horas por ano, referindo que é este o tempo mínimo necessário para a aquisição de perícia em qualquer tarefa complexa.
O segredo do sucesso está na melhoria de processos, que, por sua vez, encontra no treino o seu próprio segredo. Será que este princípio indubitável é aplicado nas organizações e no trabalho profissional? Temo bem que não. A maioria das organizações simplesmente não tem tempo para se dedicar ao trabalho extra, necessário para melhorar qualquer processo ou capacitar os colaboradores. O dia-a-dia do negócio e do trabalho absorve tudo e todos, e não há margem para pensar o método produtivo e introduzir novas melhorias. Os gestores assemelham-se à figura do chefe de família, assoberbado de responsabilidades e filhos pequenos, que chega a casa exausto depois de mais um dia de trabalho e que alega não ter tempo para melhorar a sua forma física.
Basta de desculpas. O desafio reside em encontrar novos caminhos para o sucesso e colocar toda a estrutura, qual elefante, a dar pequenos passos em frente. Se permanecerem imóveis, rapidamente ver-se-ão ultrapassados pela concorrência.
Iniciar a prática diária da melhoria contínua é o caminho a seguir. Os primeiros processos a encetar a dinâmica de melhoria devem ser aqueles que estão em contacto direto com o cliente final, que vai julgar a qualidade e o serviço e se consegue aperceber do verdadeiro valor do produto e serviço oferecidos. Outra área vital para o sucesso de qualquer empreendimento é o desenvolvimento e introdução de novos produtos e serviços, aquilo a que resumidamente se chama “Inovação”. Iniciar a melhoria do esforço de inovação com pequenos passos pode traduzir-se num time-to-market acelerado que desenvolverá certamente verdadeiros best-sellers.
No campeonato do mercado e da concorrência só os melhores sobrevivem e a mais longa viagem começa com um simples passo.
CEO do Kaizen Institute Portugal
EUCLIDES COIMBRA 26/09/2014 - 01:12
Público
O que falta às empresas nacionais? Em três palavras: metodologias mais eficazes. Apesar de vital, a mudança comportamental é de difícil execução. E quanto mais pesada for a organização, maior é a resistência à mudança. Tal como um elefante, mais vale colocar toda a estrutura a dar pequenos passos do que permanecer imóvel e ver-se ultrapassado pela concorrência…
Em 1986, a integração de Portugal na União Europeia despertou a necessidade de modernizar o tecido empresarial português. Deu-se início a um período de profundas transformações na economia que, teoricamente, serviriam de alavanca para o desenvolvimento da competitividade a nível internacional. Quase 30 anos depois, a economia nacional atravessa um ciclo radicalmente diferente daquele que antecedeu a assinatura do tratado de adesão à CEE.
Hoje, e ao contrário do investimento na modernização de infra-estruturas e na aquisição de tecnologia – que marcou os anos que se seguiram à integração na Comunidade Europeia –, os agentes da economia nacional necessitam, sobretudo, de ver introduzidas mudanças comportamentais no seu seio organizacional. Um estudo recente do Eurofund, uma agência europeia para investigação sobre políticas de trabalho, dá conta de que os portugueses estão entre os que mais horas dedicam ao trabalho, ocupando o quinto lugar na lista dos 28 Estados-membros. Se dispomos dos meios necessários e se o tempo alocado ao processo produtivo se situa acima da média, de que carecem as empresas nacionais? Resumidamente, de novos métodos.
A solução parece evidente, porém importa analisar o quão delicada pode ser a introdução de mudanças comportamentais no contexto organizacional. Chegando a pesar mais de 10 toneladas, o elefante adulto necessita de se movimentar e fá-lo com recurso a curtos e vagarosos passos. Esta analogia com o mundo animal exemplifica o caso da mudança comportamental: é necessária, de difícil execução e, quanto mais pesada for a organização, maior será a resistência à mudança. À introdução de mudanças comportamentais, deve seguir-se treino, por forma a que os novos ideais possam ser assimilados e enraizados. Em Outliers, Malcolm Gladwell salienta que a maioria dos executivos treina cerca de mil horas por ano, referindo que é este o tempo mínimo necessário para a aquisição de perícia em qualquer tarefa complexa.
O segredo do sucesso está na melhoria de processos, que, por sua vez, encontra no treino o seu próprio segredo. Será que este princípio indubitável é aplicado nas organizações e no trabalho profissional? Temo bem que não. A maioria das organizações simplesmente não tem tempo para se dedicar ao trabalho extra, necessário para melhorar qualquer processo ou capacitar os colaboradores. O dia-a-dia do negócio e do trabalho absorve tudo e todos, e não há margem para pensar o método produtivo e introduzir novas melhorias. Os gestores assemelham-se à figura do chefe de família, assoberbado de responsabilidades e filhos pequenos, que chega a casa exausto depois de mais um dia de trabalho e que alega não ter tempo para melhorar a sua forma física.
Basta de desculpas. O desafio reside em encontrar novos caminhos para o sucesso e colocar toda a estrutura, qual elefante, a dar pequenos passos em frente. Se permanecerem imóveis, rapidamente ver-se-ão ultrapassados pela concorrência.
Iniciar a prática diária da melhoria contínua é o caminho a seguir. Os primeiros processos a encetar a dinâmica de melhoria devem ser aqueles que estão em contacto direto com o cliente final, que vai julgar a qualidade e o serviço e se consegue aperceber do verdadeiro valor do produto e serviço oferecidos. Outra área vital para o sucesso de qualquer empreendimento é o desenvolvimento e introdução de novos produtos e serviços, aquilo a que resumidamente se chama “Inovação”. Iniciar a melhoria do esforço de inovação com pequenos passos pode traduzir-se num time-to-market acelerado que desenvolverá certamente verdadeiros best-sellers.
No campeonato do mercado e da concorrência só os melhores sobrevivem e a mais longa viagem começa com um simples passo.
CEO do Kaizen Institute Portugal
EUCLIDES COIMBRA 26/09/2014 - 01:12
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